Como os cistos ovarianos impactam a fertilidade feminina
Estima-se que 25% das mulheres em idade fértil no Brasil apresentem cistos ovarianos, um crescimento benigno que, quando pequeno, não costuma provocar sintomas e até desaparece com o tempo. Entretanto, em alguns casos, os cistos podem sim causar alterações hormonais que dificultam a gravidez.
5 mitos sobre a doação de óvulos no Brasil
A ovodoação é um assunto complexo e, para muitas pessoas, ainda é tabu. Entretanto, nós do Centro de Reprodução Humana do Mater Dei realizamos esse tipo de tratamento e garantimos que apesar de necessitar de muita consideração e planejamento por parte da tentante, ele não é nenhum bicho de sete cabeças.
Para ajudar mais mulheres e casais a tomarem essa decisão de maneira bem informada e consciente, vamos desmascarar cinco mitos comuns a respeito da doação de óvulos no Brasil. Aqui, é importante ressaltar que cada país possui suas próprias leis de regulamentação da ovodoação.
Entenda o processo de ovodoação
Quando uma mulher quer engravidar mas não possui óvulos viáveis para fecundação, ela pode receber esse gameta feminino de uma doadora, um procedimento que acontece em três etapas e que possibilita que tentantes inférteis realizem o sonho de ser mãe.
Primeiro, induzimos a ovulação da doadora com medicamentos, de maneira que ela produza um maior recrutamento de óvulos. Ao longo da estimulação ovariana, são realizados alguns exames de sangue e ultrassom e, se o desenvolvimento dos óvulos estiver satisfatório, aplicamos o hormônio de maturação, para que os gametas fiquem prontos para a fecundação.
Em seguida, fazemos a coleta dos gametas com uma agulha especial, inserida pela vagina da mulher doadora. No ovário, essa agulha aspira o líquido que contém os óvulos. Todo esse processo é feito em ambiente cirúrgico, com a paciente sob sedação anestésica.
Após a coleta, os óvulos serão selecionados para fecundação em laboratório, onde os embriões são cultivados até o momento de inseri-los no útero da receptora. Até então, a tentante que vai receber a doação não participa do processo e é importante deixar claro que, em nenhum momento, as duas mulheres irão se conhecer ou saber o nome uma da outra.
Os 5 mitos mais comuns sobre a doação de óvulos
Agora que você já entendeu um pouco mais sobre a ovodoação, podemos explicar o que tem de errado com cada um dos mitos mais comuns a respeito da doação de óvulos. Vamos lá?
Existe uma idade certa para receber a doação de óvulos
Muita gente acha que é necessário ter 40 anos ou mais para receber uma ovodoação, mas isso não é verdade! Qualquer mulher acima dos 18 anos pode receber esse tratamento.
Afinal, a menopausa não é o único motivo pelo qual as tentantes procuram uma doação de óvulos. Diversas mulheres em idade reprodutiva podem não produzir gametas viáveis para a fecundação por muitos motivos, como falência ovariana prematura, tratamentos oncológicos e até mesmo a infertilidade sem causa aparente.
A receptora não é a mãe verdadeira do bebê
Esse talvez seja o mito mais danoso para as tentantes, causando sentimentos de dúvida, culpa e ansiedade, afastando-as do sonho de se tornarem mães.
Ainda que com o óvulo de outra pessoa, a mãe é aquela que vai gerar o bebê, parir e cuidar dele para que se desenvolva bem e tenha uma vida feliz e realizada. Ou seja, toda a experiência da maternidade será vivida exclusivamente pela tentante receptora!
Além disso, a doadora renuncia os direitos de maternidade ao fazer a doação, de maneira que a receptora está protegida pela lei. Outro detalhe é que a tentante pode escolher óvulos de uma doadora com características físicas semelhantes às suas.
Todos vão saber que o bebê é fruto de uma ovodoação
O processo de doação de óvulos é totalmente sigiloso e tanto a clínica quanto os profissionais envolvidos não podem compartilhar informações a respeito do procedimento ou dos pacientes, de acordo com o Conselho Federal de Medicina.
Muitas tentantes e casais preferem evitar contar a amigos e familiares que receberam uma doação de gametas, enquanto outros se sentem confortáveis em compartilhar essa informação. As duas decisões são válidas!
A doadora recebe quantias em dinheiro
Mito! No Brasil, é proibido por lei vender gametas. A ovodoação deve ser feita de maneira altruísta, em que uma mulher decide ajudar outras a se tornarem mães sem nenhum fim lucrativo.
Entretanto, as duas mulheres podem fazer um acordo anônimo, chamado de ovodoação compartilhada. Nesse processo, a clínica seleciona uma mulher que vai passar por tratamento de FIV que esteja disposta a compartilhar seus óvulos coletados com um casal ou outra tentante, e a receptora custeia parte do tratamento da doadora.
Todo esse processo é seguro e regulamentado pelo Conselho Federal de Medicina.
A ovodoação é a única opção para mulheres inférteis
Depende de cada caso. Há mulheres inférteis que conseguem produzir utilizar próprios óvulos a partir da estimulação ovariana. Inclusive, essa alternativa sempre é sugerida pelos especialistas antes da ovodoação.
Entretanto, se esse tratamento não funcionou no passado ou a tentante realmente não é capaz de produzir mais óvulos por qualquer motivo, a ovodoação pode ser a única alternativa se a mulher quiser passar pela gestação. Caso contrário, a adoção é uma opção muito viável!
Infertilidade sem causa aparente atinge 10% dos casais inférteis
Depois que um casal percebe que está com dificuldades para engravidar, procura um médico para descobrir as possíveis causas desse problema. Tanto o homem quanto a mulher vão passar por uma série de exames, para excluir ou confirmar possíveis diagnósticos de infertilidade.
Entretanto, em cerca de 10% dos casais que têm dificuldades em engravidar, os exames realizados são normais, de maneira que a equipe responsável não consegue determinar a real causa da infertilidade. Esses casos são denominados de infertilidade inexplicável ou infertilidade sem causa aparente.
Os impactos psicológicos da infertilidade sem causa aparente
Na grande maioria dos casos, os pacientes procuram ajuda médica porque buscam uma resposta, algo que explique o motivo pelo qual não estão conseguindo realizar o sonho de ter um bebê e que possa ser solucionado.
A experiência de passar por diversos tipos de exame inconclusivos pode ser bastante desgastante para os casais que sofrem de infertilidade sem causa aparente. Para a mulher, especialmente, não ter nenhuma explicação para a dificuldade de engravidar pode causar muito mal-estar e até impactar a qualidade de vida.
Além disso, é comum existir uma pressão externa para que o casal ou a mulher tenha filhos. Amigos e família os questionam porque ainda não conseguiram conceber quando desejam ter um bebê, e sem um diagnóstico não há resposta para a pergunta. Diversas estatísticas mostram, inclusive, que a cobrança externa, ainda que com boas intenções, geram sentimentos negativos como culpa e fracasso.
O que fazer quando se tem infertilidade sem causa aparente
A postura do casal em relação à infertilidade costuma variar de acordo com sua idade e o nível de ansiedade em ter um bebê. Os tratamentos mais indicados para quem tem infertilidade sem causa aparente são a inseminação intrauterina e a fertilização in vitro, devendo-se individualizar caso a caso.
Na inseminação intrauterina, a mulher passa pela estimulação ovariana e a amostra de sêmen é coletada e preparada para só então ser inserida, em ambiente hospitalar, diretamente no interior do útero da mulher no período fértil.
Na fertilização in vitro a mulher também passa pela estimulação ovariana, mas ao contrário da inseminação, o óvulo será coletado para fertilização em laboratório, onde o embrião será desenvolvido. Depois, ele será transferido para o útero da tentante. Essa é a técnica mais complexa e eficaz em reprodução assistida.
Testosterona e fertilidade do homem: entenda a relação
As pessoas sempre ouvem falar em testosterona, mas poucas compreendem, de fato, o papel desse hormônio na saúde reprodutiva masculina. Ele é fundamental para a produção e amadurecimento de espermatozóides nos testículos, além de ser responsável pelo desejo sexual e pela ereção.
Talvez pelo hormônio estar associado à potência sexual masculina, existe o mito de que suplementar a testosterona aumenta a fertilidade, o que pode ser muito perigoso para a saúde do homem. Na verdade, ingerir ou aplicar a testosterona sem indicação e orientação médica pode causar um sério desequilíbrio no organismo, levando à redução ou parada da produção de espermatozóides.
Como a testosterona atua na fertilidade masculina
O papel da testosterona na fertilidade masculina começa na gravidez, em que esse hormônio inicia a diferenciação sexual. Os órgãos reprodutores masculinos se desenvolvem e os testículos descem do abdômen até o saco escrotal.
Mais tarde, na adolescência, a testosterona faz com que os meninos comecem ter mais pêlos no corpo. O pênis se desenvolve, as cordas vocais ficam mais espessas e, finalmente, a espermatogênese se inicia.
Ou seja, a fertilidade masculina está profundamente atrelada à testosterona, desde o útero. Afinal, sem o desenvolvimento apropriado dos órgãos sexuais, o homem terá dificuldades de produzir espermatozóides.
Pelo mesmo motivo, na vida adulta, se os níveis de testosterona estiverem baixos, a produção de espermatozóides pode também estar impactada, além de afetar a disposição, cognição e até a constituição óssea do corpo. Esse desequilíbrio metabólico pode ser causado pela obesidade, estresse, doenças crônicas e até mesmo alguns tipos de medicamentos.
Entretanto, suplementar esse hormônio por conta própria pode piorar a situação e até mesmo levar à um caso grave de infertilidade.
Porque tomar testosterona não é uma boa estratégia para aumentar a fertilidade
Os hormônios funcionam sob um delicado equilíbrio no organismo de ambos os sexos. Se o homem utiliza testosterona exógena (seja ela em gel, injeção ou comprimidos), isso causará um aumento além do normal nos níveis desse hormônio no sangue, o que pode diminuir a produção dos hormônios que estimulam a produção natural de testosterona e a produção de espermatozóides. Assim,
Esse é um dos motivos pelos quais os homens com testosterona baixa devem sempre procurar um médico para tratar o problema, e jamais administrar o hormônio por conta própria, sob o risco de se tornar infértil. Isso vale, também, para aqueles que utilizam a testosterona para ganhar mais massa muscular.
Como manter o equilíbrio hormonal e preservar a fertilidade
O pico de testosterona, no homem, ocorre durante a adolescência. A partir dos 30 anos, esse hormônio de fato diminui, mas, geralmente, não a ponto de causar infertilidade.
Na grande maioria dos casos, os homens que ficam com baixos níveis de testosterona têm hábitos de vida pouco saudáveis, como sedentarismo, má alimentação, tabagismo e consumo excessivo de álcool. Todos esses elementos prejudicam o bom funcionamento do metabolismo.
Por isso, a melhor forma de manter o equilíbrio hormonal e preservar a fertilidade é ter uma vida saudável.
Conheça a Criptorquidia, uma condição que pode causar infertilidade masculina
A criptorquidia é uma alteração genital bastante comum, podendo acometer até 4% das crianças nascidas a termo e até 45% dos meninos nascidos prematuramente. Esse problema ocorre quando um ou os dois testículos estão ausentes no saco escrotal, por anomalias no desenvolvimento fetal. Caso o bebê não receba o tratamento adequado, poderá ter problemas de infertilidade na vida adulta e até câncer. .
A criptorquidia é uma alteração genital bastante comum, podendo acometer até 4% das crianças nascidas a termo e até 30% dos meninos nascidos prematuramente. Esse problema ocorre quando um ou os dois testículos estão ausentes no saco escrotal, por anomalias no desenvolvimento fetal. Caso o bebê não receba o tratamento adequado, poderá ter problemas de infertilidade na vida adulta e até câncer. .
Durante o desenvolvimento do bebê, no útero, os testículos crescem e começam o seu trajeto de descida para a bolsa escrotal, chegando na região no fim da gestação.
Ainda não está totalmente claro quais mecanismos podem interromper esse processo, mas algumas possíveis causas da criptorquidia parecem ser prematuridade no nascimento, baixo peso do bebê, tabagismo e consumo de bebida alcoólica pela mãe.
Na maioria das vezes vezes, a migração espontânea ocorre naturalmente após o nascimento, mas é importante que os pais fiquem atentos.
Após alguns meses, caso o testículo não desça até o saco escrotal, uma cirurgia é indicada, devendo ser realizada até o bebê completar dois anos de idade.
Diagnóstico da criptorquidia e teste da bolinha
O diagnóstico da criptorquidia pode ser feito pelo médico logo após o nascimento ou nos primeiros dias de vida, através da palpação do saco escrotal. Caso o profissional note que o bebê tem essa condição, ele irá orientar que os pais façam o “teste da bolinha” periodicamente, durante os próximos meses.
Recomenda-se que a cirurgia de correção dos testículos seja realizada até os 12 meses do bebê, não devendo ultrapassar os dois anos de idade.
Atualmente, o tratamento precoce (ao redor dos seis meses) é mais indicado porque está associado a um melhor desenvolvimento testicular, maior potencial de fertilidade e redução do risco de malignização.
Afinal, na criptorquidia, o testículo fica inoperante, fazendo com que o risco de desenvolver câncer testicular seja até oito vezes maior do que a população em geral. Além disso, os tumores costumam ser mais agressivos.
Infertilidade pode ser uma das complicações da criptorquidia
Um dos motivos pelos quais a criptorquidia pode causar infertilidade é a temperatura aumentada quando o testículo se encontra na região abdominal, o que diminui a produção, concentração e qualidade dos espermatozoides.
Não é incomum que pacientes que trataram essa condição após a puberdade apresentem azoospermia, que é a ausência de espermatozoides no sêmen. Naturalmente, sem os gametas masculinos, não é possível engravidar naturalmente.
Para os homens que já apresentam azoospermia, a reprodução assistida pode ajudar a realizar o sonho da paternidade.
Em alguns casos, uma biópsia testicular pode ajudar a identificar a presença de espermatozóides. Se os gametas forem encontrados, podemos realizar uma punção para extraí-los e realizar uma fertilização in vitro ou ICSI.
Entretanto, se o paciente realmente não possuir espermatozóides, a utilização de bancos de sêmen possibilita a doação anônima de gametas masculinos para inseminação artificial ou FIV.
De qualquer forma, recomendamos a todos os pais que observem as condições dos testículos do bebê para prevenir essas possíveis complicações como a infertilidade e até mesmo o câncer.
A criptorquidia é uma alteração genital bastante comum, podendo acometer até 4% das crianças nascidas a termo e até 45% dos meninos nascidos prematuramente. Esse problema ocorre quando um ou os dois testículos estão ausentes no saco escrotal, por anomalias no desenvolvimento fetal. Caso o bebê não receba o tratamento adequado, poderá ter problemas de infertilidade na vida adulta e até câncer. .
Durante o desenvolvimento do bebê, no útero, os testículos crescem e começam o seu trajeto de descida para a bolsa escrotal, chegando na região no fim da gestação.
Ainda não está totalmente claro quais mecanismos podem interromper esse processo, mas algumas possíveis causas da criptorquidia parecem ser prematuridade no nascimento, baixo peso do bebê, tabagismo e consumo de bebida alcoólica pela mãe.
Na maioria das vezes vezes, a migração espontânea ocorre naturalmente após o nascimento, mas é importante que os pais fiquem atentos.
Após alguns meses, caso o testículo não desça até o saco escrotal, uma cirurgia é indicada, devendo ser realizada até o bebê completar dois anos de idade.
Diagnóstico da criptorquidia e teste da bolinha
O diagnóstico da criptorquidia pode ser feito pelo médico logo após o nascimento ou nos primeiros dias de vida, através da palpação do saco escrotal. Caso o profissional note que o bebê tem essa condição, ele irá orientar que os pais façam o “teste da bolinha” periodicamente, durante os próximos meses.
Recomenda-se que a cirurgia de correção dos testículos seja realizada até o 5º mês do bebê, não devendo ultrapassar os dois anos de idade.
Atualmente, o tratamento precoce (ao redor dos seis meses) é mais indicado porque está associado a um melhor desenvolvimento testicular, maior potencial de fertilidade e redução do risco de malignização.
Afinal, na criptorquidia, o testículo fica inoperante, fazendo com que o risco de desenvolver câncer testicular seja até oito vezes maior do que a população em geral. Além disso, os tumores costumam ser mais agressivos.
Infertilidade pode ser uma das complicações da criptorquidia
Um dos motivos pelos quais a criptorquidia pode causar infertilidade é a temperatura aumentada quando o testículo se encontra na região abdominal, o que diminui a produção, concentração e qualidade dos espermatozoides.
Não é incomum que pacientes que trataram essa condição após a puberdade apresentem azoospermia, que é a ausência de espermatozoides no sêmen. Naturalmente, sem os gametas masculinos, não é possível engravidar naturalmente.
Para os homens que já apresentam azoospermia, a reprodução assistida pode ajudar a realizar o sonho da paternidade.
Em alguns casos, uma biópsia testicular pode ajudar a identificar a presença de espermatozóides. Se os gametas forem encontrados, podemos realizar uma punção para extraí-los e realizar uma fertilização in vitro ou ICSI.
Entretanto, se o paciente realmente não possuir espermatozóides, a utilização de bancos de sêmen possibilita a doação anônima de gametas masculinos para inseminação artificial ou FIV.
De qualquer forma, recomendamos a todos os pais que observem as condições dos testículos do bebê para prevenir essas possíveis complicações como a infertilidade e até mesmo o câncer.
Como preservar a fertilidade quando o tratamento do câncer precisa ser imediato?
O câncer de mama é mais comum em mulheres que já passaram pela menopausa, mas muitos estudos têm apontado que cerca de 10 a 15% dos novos casos acomete mulheres que ainda estão em idade reprodutiva. Muitas delas ainda não tiveram filhos, fazendo da preservação da fertilidade uma medida importante antes de iniciar o tratamento.
Tanto a quimioterapia quanto a radioterapia podem afetar significativamente a capacidade reprodutiva de homens e mulheres, seja inutilizando ou dificultando a produção de gametas ou prejudicando a saúde uterina ou ovariana.
Atualmente, existem diversas técnicas para permitir que os pacientes com câncer consigam ter filhos biológicos depois de vencer a doença. Entretanto, eles costumam atrasar o tratamento oncológico em cerca de duas a três semanas, o que pode ser um obstáculo em alguns casos.
Caso o câncer seja agressivo ou tenha sido descoberto num estágio mais avançado, pode não ser recomendado esperar a estimulação ovariana necessária para a criopreservação de óvulos ou Fertilização In Vitro, métodos mais comumente utilizados em oncofertilidade.
Ainda assim, é possível realizar o sonho de engravidar quando o tratamento de câncer precisa ser imediato, mas os métodos são um pouco mais delicados e, em alguns casos, ainda considerados experimentais.
Criopreservação do tecido ovariano
A criopreservação do tecido ovariano busca preservar óvulos dentro dos folículos ovarianos, onde ficam alojados um grande número de gametas. Como não é necessário esperar a maturação dos óvulos ou estimular o ovário hormonalmente para realizar essa técnica, ela é indicada para pacientes oncológicos que precisam iniciar o tratamento de imediato.
O fragmento do tecido é colhido por cirurgia minimamente invasiva antes de serem iniciadas as sessões de quimio ou radioterapia, para então ser criopreservado. Após a conclusão do tratamento, o tecido poderá ser descongelado e transplantado de volta para o corpo da paciente. Se o tecido transplantado for suficientemente vascularizado e os ovários estiverem em bom funcionamento, a gravidez espontânea é possível.
Maturação In Vivo
Considerado, ainda, um método experimental de preservação da fertilidade, a maturação in vivo consiste na coleta de óvulos imaturos, ou seja, antes da ovulação espontânea. No laboratório, eles são maturados por 24h a 48h em um meio de cultura com pequenas quantidades de hormônios. Após esse processo, eles poderão ser criopreservados ou fertilizados in vitro para futura implantação.
As pesquisas a respeito da maturação in vitro ainda são um pouco escassas, mas diversos avanços tecnológicos parecem ter refinado a técnica, oferecendo resultados comparáveis a outros métodos de preservação da fertilidade.
Doação de gametas e Fertilização In Vitro (FIV)
Caso o tratamento de câncer tenha causado falência ovariana precoce na paciente mas seu útero continua viável para gestação, a mulher pode optar por receber uma doação de óvulo de outra paciente e, então, realizar a Fertilização In Vitro a partir do esperma do companheiro ou do banco de doação.
No Brasil, a doação de gametas segue uma série de regras estabelecidas pelo Conselho Federal de Medicina (CFM), de maneira que a doação de óvulos e sêmen seja anônima e segura.
Depois que o óvulo é fecundado, o embrião é cultivado em laboratório para então ser transferido para o útero da paciente, onde precisa se fixar e continuar seu desenvolvimento. Se você quiser entender melhor sobre essa etapa, leia nosso post sobre como se programar para a transferência de embrião.
Oncofertilidade devolve a esperança de ter filhos a pacientes com câncer
O tratamento do câncer de mama, muitas vezes, traz conseqências significativas para a vida da mulher. Principalmente para pacientes jovens, uma das mais impactantes é a perda da fertilidade, que pode ser causada tanto pela quimioterapia.
Para mudar essa expectativa, antes que a paciente passe pelo tratamento oncológico, recorremos à oncofertilidade, uma especialidade da reprodução humana que visa preservar a fertilidade de pacientes oncológicos por meio de diferentes técnicas e levando em conta fatores como idade, estágio do câncer e quantidade de gametas disponíveis.
A importância da oncofertilidade
Uma análise estatística, realizada em 2018 pelo Instituto Nacional do Câncer (INCA), apontou que, apesar da alta incidência de câncer de mama no Brasil, a mortalidade pela doença está relativamente baixa.
Um dos motivos parece ser a descoberta cada vez mais frequente, da doença em estágios iniciais, quando as chances de cura são maiores. Ano a ano, o país vem conseguindo aumentar o percentual de diagnósticos precoces, passando de 17,3%, em 2000, para 27,6%, em 2015. Na prática, isso significa que muitas mulheres diagnosticadas com o câncer sobrevivem à doença e seguem com seus planos, incluindo o de engravidar.
O câncer de mama é mais frequente em mulheres acima de 50 anos que, frequentemente, já tiveram filhos. Entretanto, 5 a 7% das pacientes diagnosticadas com a doença são jovens, fazendo com que a descoberta do câncer também impacte o sonho de ser mãe.
Isso ocorre porque o tratamento com a quimioterapia podem causar infertilidade, principalmente se a reserva ovariana (quantidade de óvulos disponíveis nos ovários) da paciente já for baixa devido à sua idade ou outros fatores.
Quimioterapia
A quimioterapia costuma funcionar matando células de divisão rápida, como a de tumores. Entretanto, outras células saudáveis do corpo humano também têm essa característica, como os óvulos e folículos capilares, por exemplo. Em outras palavras, a quimioterapia causa infertilidade pelos mesmos motivos que causa queda de cabelo.
Quanto maior a dose e variedade de quimioterápicos utilizados no tratamento, maiores as chances de a mulher passar por uma insuficiência ovariana prematura.
Como a oncofertilidade funciona
O objetivo da oncofertilidade é realizar algum tipo de tratamento para preservar a fertilidade feminina antes de iniciar o tratamento do câncer, que deve ser feito o mais rápido possível.
Portanto, é muito importante que o médico explique para a paciente os possíveis impactos do tratamento com a quimioterapia sobre os ovários, para que o tratamento de oncofertilidade não atrase o tratamento de câncer.
O primeiro passo deve ser uma avaliação especializada em um centro de reprodução humana para se definir qual será a melhor estratégia de preservação da fertilidade para a paciente.
As possibilidades de oncofertilidade são as seguintes:
Criopreservação de óvulos
O objetivo dessa técnica é congelar os óvulos da paciente para uma utilização futura. Para isso, é necessário submeter à paciente à estimulação ovariana, para depois coletar os oócitos e congelá-los com segurança..
FIV e Criopreservação de embriões
Outra opção, se a paciente já tiver um parceiro, é a fertilização in vitro com a criopreservação dos embriões e posterior implantação após o fim do tratamento de câncer.
Criopreservação do tecido ovariano
Nessa técnica, um fragmento do tecido do córtex ovariano é removido cirurgicamente antes do início do tratamento para câncer de mama. Como esse tecido é rico em oócitos, ele pode ser criopreservado para um futuro transplante ou para maturação uma maturação desses óvulos em laboratório. A criopreservação do tecido ovariano pode ser útil para mulheres que precisam iniciar o tratamento de câncer imediatamente, e não há tempo de realizar a estimulação ovariana.
Supressão medicamentosa da função ovariana
Por meio de injeções mensais ou trimensais, é possível paralisar o funcionamento dos ovários da paciente enquanto ela se submete à quimioterapia. Esse é um tratamento ainda com baixas taxas de sucesso para a preservação da fertilidade.
As substâncias presentes nas injeções são capazes de suprimir o recrutamento de oócitos para maturação, minimizar o fluxo sanguíneo para os ovários ou proteger os óvulos diretamente dentro do órgão.
A escolha entre esses diferentes métodos deve ser feita de maneira estratégica por uma equipe multidisciplinar, levando em conta tanto o status de fertilidade da paciente antes do diagnóstico quanto seu estado clínico em relação ao câncer.
Aqui no Centro de Reprodução Humana do Mater Dei, estamos prontos para ajudar pacientes oncológicas a preservar sua fertilidade com segurança e humanidade. Ficou alguma dúvida? É só deixar um comentário!
Trombofilia: Conheça a doença e sua relação com a fertilidade
A trombofilia tem assustado muitas mulheres, principalmente em associação ao uso de anticoncepcionais hormonais.
Para quem quer engravidar, a preocupação é ainda maior, já que a doença pode causar uma série de dificuldades obstétricas, inclusive, dificultando o tratamento para fertilização in vitro.
A trombofilia pode ser definida como uma predisposição a desenvolver trombose, doença caracterizada pela formação de coágulos de sangue (trombos). O problema é causado por uma alteração na ação das proteínas responsáveis pela coagulação sanguínea, e costuma ser assintomático até o episódio trombótico acontecer.
O que causa a trombofilia
Pessoas com histórico familiar de trombose e predisposição à diminuição do fluxo sanguíneo estão mais sujeitas à trombofilia, podendo apresentar mutação em fatores de coagulação do sangue ou nos inibidores fisiológicos da coagulação.
Isso não quer dizer que se parentes diretos seus tiveram episódios de trombose, você necessariamente viverá o mesmo. Entretanto, interações com determinados componentes adquiridos podem aumentar significativamente as chances de ter um ou mais episódios.
Fatores adquiridos também podem colocar em risco aumentado de trombose pessoas sem histórico familiar da doença. Obesidade, períodos de imobilidade, tabagismo, medicamentos hormonais como os anticoncepcionais, tumores, diabetes, pressão e colesterol altos podem predispor a eventos trombóticos.
Trombofilia e fertilidade: qual a relação?
Durante a gravidez, o corpo feminino passa por uma série de mudanças para se preparar para o momento do parto. Uma delas é um aumento nos fatores coagulantes, para evitar hemorragias durante e após o nascimento do bebê.
Isso significa que mulheres portadoras de trombofilia têm maiores riscos de desenvolver coágulos durante a gestação, inclusive nos vasos da placenta, o que pode levar a problemas como descolamento prematuro de placenta, pré-eclâmpsia, óbito fetal, prematuridade, entre outros. Perdas gestacionais repetidas também podem estar relacionadas às trombofilias, mas esta associação é complexa, e se aplica a todos os casos.
Não é incomum que mulheres só descubram o problema depois de muitas tentativas frustradas de gravidez, quando procuram a reprodução assistida. Geralmente, o médico responsável vai suspeitar presença de trombofilia a partir do histórico da paciente, e solicitar os exames necessários para confirmar o diagnóstico.
É possível engravidar mesmo com trombofilia
Para potencializar as chances de engravidar e minimizar os riscos durante a gestação, a portadora de trombofilia deve ter o acompanhamento de um especialista em reprodução humana, além do hematologista.
Para se alcançar o sonhado bebê, o médico vai solicitar os exames necessários para a avaliação de todas os fatores que podem estar relacionados à perda gestacional e indicar o tratamento adequado. Muitas vezes, pode ser indicada a fertilização in vitro (FIV), processo começa pela estimulação ovariana, e a paciente pode iniciar o tratamento com anticoagulantes já esta etapa. Mas este tratamento tem que ser bem indicado e monitorado para não colocar em risco a saúde da mulher e do bebê.
Não existe uma receita única para todos os casos e o uso indiscriminado de anticoagulantes pode predispor a complicações hemorrágicas, potencialmente sérias. Por isso, a avaliação completa e individualizada e o aconselhamento é fundamental na definição do tratamento.
E para as mulheres com diagnóstico de trombofilia, o tratamento adequado é fundamental para melhorar as chances de sucesso na gravidez e garantir a saúde da paciente e do bebê durante a gestação.
Esperando o resultado da transferência de embriões | O passo a passo do tratamento de FIV
Depois da transferência dos embriões, última etapa do processo de fertilização in vitro, vem a espera. São cerca de duas semanas até que a paciente possa fazer o teste beta HCG e descobrir se está grávida ou não.
Todo o processo de reprodução assistida tem como objetivo realizar o grande sonho de ter um bebê, então, é perfeitamente natural que a mulher ou o casal experiencie angústia e ansiedade nesse momento.
Trata-se de um período cercado de dúvidas e não é incomum encontrar, na internet, relatos de mulheres preocupadas, ansiosas pelo resultado e com medo de prejudicar sua implantação de alguma maneira.
A ansiedade é muita, mas é importante manter a calma
Depois de tentativas frustradas, tratamentos hormonais, coleta dos óvulos e o processo de implantação, é totalmente compreensível que a mulher esteja desgastada tanto física quanto psicologicamente.
Então, não se surpreenda se, nesse período, você notar mudanças repentinas de humor. Além do tratamento hormonal afetar o equilíbrio emocional, a expectativa é grande. Seja paciente consigo mesma e com suas emoções.
Sabemos que durante essas duas semanas você só quer saber se a implantação deu certo. Entretanto, é melhor não pensar demais sobre o assunto, já que você não pode fazer nada a partir da implantação, além de esperar.
Distraia sua mente
Ocupe sua mente com o trabalho, projeto, hobby, atividade de lazer ou outros estímulos. Talvez seja o momento de procurar uma rede de apoio, seja com o(a) companheiro(a), familiares, amigos, ou algum tipo de terapeuta ou psicólogo.
Evite o Dr. Google
A equipe de reprodução assistida do Mater Dei também estará pronta para responder as dúvidas que podem surgir nesse período, então evite fazer muitas perguntas ao “Dr. Google”. Afinal, ele não conhece você nem seu histórico como sua médica, certo?
Não precisa limitar suas atividades
O período de repouso recomendado após a implantação é de, no máximo, 48h. Depois disso, não tem problema se você caminhar, pegar algo do chão, fizer força para ir ao banheiro, limpar a casa… não existe evidência científica de que atividade física possa prejudicar a gravidez.
Entretanto, não é incomum que algumas mulheres sintam desconforto abdominal, principalmente depois da coleta dos óvulos, que ocorre 2 a 5 dias antes da transferência.
Então, que fique claro: o repouso deve ser feito se for deixar a mulher mais confortável, não para evitar uma falha na implantação, ok?
Teste de farmácia não substitui o beta HCG
Muitas mulheres fazem testes de farmácia antes do exame de beta HCG mas saiba que somente o teste sanguíneo realizado no dia determinado pela sua médica é que irá confirmar a sua gravidez. Então, se o teste de farmácia vier negativo, não se desespere e siga as recomendações da sua médica. Se vier positivo, tenha paciência, também. O ideal é não realizar o teste de farmácia, ele poderá somente aumentar a sua ansiedade.
Como saber se a implantação de embriões deu certo
Como falamos, somente o teste realizado pela clínica de reprodução poderá confirmar se a implantação foi bem sucedida. Se o resultado for positivo com beta-HCG acima de 30 UI/ml, a paciente está grávida.
Os valores devem aumentar em torno de 50% 48 horas depois do primeiro exame. Um ultrassom deve ser feito duas semanas depois do teste positivo para verificar a localização da gestação e o número de embriões.
Até o dia do teste, as pacientes costumam ficar de olho no surgimento de sintomas que sinalizem a gravidez. Alguns deles podem ser:
– Cólicas no abdome inferior;
– Aumento da sensibilidade ou inchaço nas mamas;
– Cansaço ou fadiga;
– Pequeno sangramento escuro, tipo borra de café (avise seu médico!)
Entretanto, se você não apresentou nenhum desses sintomas, não se preocupe! Muitas mulheres não apresentam nenhum sinal da gravidez nesses primeiros dias porque os níveis do beta hCG ainda são muito baixos.
Além disso, esses são sintomas inespecíficos e não garantem que a implantação deu certo, ok? Paciência é a palavra de ordem nesse momento!
Gostou do post? Então nos acompanhe também pelo Instagram e Facebook. Por lá, sempre compartilhamos diversos tipos de conteúdo sobre reprodução humana e saúde reprodutiva.
Saiba como é o passo a passo de um tratamento de FIV: da consulta à gravidez | Etapa Coleta de Óvulos
A melhor amiga da boa decisão é a informação. Por isso, se você pretende seguir em frente com o sonho de ter filhos por meio de um tratamento de fertilidade, deve tirar todas as dúvidas para sentir segurança e conduzir o sonho adiante.
No post anterior, a gente falou de cada passo do tratamento pelo qual você passará, se for indicado uma Fertilização In Vitro (FIV).
Hoje, vamos detalhar um pouco mais do Passo 7: punção folicular que trata sobre a etapa coleta de óvulos.
A coleta de óvulos é um procedimento relativamente simples e rápido, fundamental na FIV.
1 – Preparação
Os ovários são estimulados previamente para que os folículos sejam amadurecidos de forma igual e garantam um número maior de óvulos maduros e de boa qualidade. Os especialistas acompanham a estimulação ovariana pela ultrassonografia e verificam o melhor momento para a coleta dos folículos.
2 – Procedimento
A aspiração dos óvulos é feita por meio de uma agulha guiada por ultrassom transvaginal e dura cerca de 20 a 30 minutos, a depender da quantidade de folículos.
O procedimento é realizado sob leve sedação venosa, evitando que a paciente sinta qualquer dor ou incômodo na picada da agulha ou na punção do ovário. Depois, com auxílio de um espéculo, é feita a lavagem da vagina e do colo uterino com soro fisiológico. A aspiração ou punção é feita por uma agulha fina acoplada ao aparelho de ultrassom introduzida na vagina até os ovários onde penetra os folículos.
3 – Avaliação
O material coletado é entregue ao laboratório de fertilização in vitro, imediatamente após a coleta, onde será analisado por microscópio. Em seguida, os óvulos coletados são colocados em meio de cultura e incubados à espera dos espermatozoides para a fertilização.
4 – Pós-procedimento
Algumas mulheres podem ter sonolência em decorrência da sedação e sentir um leve incômodo na região abdominal. Por isso, recomenda-se repouso no dia da coleta. O retorno às atividades diárias dependerá da disposição de cada paciente.
Nos próximos textos, vamos abordar outras etapas da FIV, como o cultivo embrionário e a transferência de embriões.
Continue nos acompanhando pelo Instagram e Facebook para ficar por dentro de tudo o que está relacionado à reprodução humana e saúde reprodutiva.