Síndrome de Hiperestimulação Ovariana
Uma complicação possível depois da indução da ovulação para tratamentos de infertilidade é a Síndrome de Hiperestimulação Ovariana, resposta exagerada dos ovários aos hormônios utilizados para maturar os óvulos.
Na parte 1, te explicamos como esse problema se desenvolve e os tratamentos indicados de acordo com a seriedade de cada caso de SHO. Agora, queremos falar sobre as formas de prevenir a Síndrome e, assim, evitar arriscar a saúde da tentante e o cancelamento do ciclo de estimulação ovariana.
Fatores de risco para o desenvolvimento da Síndrome de Hiperestimulação Ovariana
Identificar as pacientes que correm mais riscos de desenvolver a SHO é a principal forma de prevenir esse problema, já que poderemos adequar o tratamento de acordo com as especificidades de cada uma.
Alguns fatores de risco amplamente conhecidos são os seguintes:
- Mulheres com Índice de Massa Corporal (IMC) abaixo de 20, ou seja, que estão abaixo do peso ideal;
- Mulheres com Síndrome de Ovários Policísticos;
- Mulheres com menos de 32 anos;
- Mulheres com histórico prévio de Síndrome de Hiperestimulação Ovariana;
Durante o tratamento, mulheres com altos índices de hormônio antimulleriano ou com mais de 15 folículos maduros também correm mais riscos de desenvolver a Síndrome e devem ser acompanhadas de perto.
Todos esses fatores são observados pela equipe de reprodução assistida para fazer ajustes no tratamento de fertilidade, sempre com o objetivo de preservar a saúde da mulher e possibilitar a gravidez.
Entretanto, como a Síndrome de Hiperestimulação Ovariana pode colocar a vida da tentante em risco, em alguns casos o cancelamento do ciclo poderá ser recomendado.
Cancelamento do ciclo pode ser necessário na SHO
Tecnicamente, o cancelamento do ciclo de estimulação ovariana é a forma mais eficaz de prevenir o agravamento da SHO, mas nunca é fácil tomar essa decisão. A essa altura do tratamento, a mulher já está muito envolvida emocionalmente e financeiramente, e a última coisa que deseja é perder a chance de engravidar.
O uso de protocolos mais seguros como o protocolo antagonista e o trigger ( maturação final dos oócitos) com análogo do GnRH, tem se mostrado altamente eficaz na prevenção da SHO, com raríssimos casos descritos no mundo.
Outra alternativa imediata é chamada de coasting, que consiste na parada temporária de gonadotrofinas enquanto mantemos outros tipos de hormônios. Apesar de ser um grande aliado no controle da Síndrome de Hiperestimulação Ovariana, ainda é associado a menores taxas de gravidez.
Para pacientes em risco mas que chegaram a realizar a coleta de óvulos, pode ser também recomendado criopreservar os gametas ou embriões para uma gravidez em outro ciclo.
Essa medida pode ser interessante para evitar que uma possível gestação agrave mais ainda o quadro de SHO. Além disso, pacientes com a Síndrome possuem níveis elevados de estradiol, o que pode ser prejudicial para o endométrio e também para o embrião.
Sabemos que lidar com a Síndrome de Hiperestimulação Ovariana, principalmente em quadros mais graves, pode ser assustador para a tentante. Justamente por isso, estamos disponíveis para responder todas as suas dúvidas sobre o assunto. É só deixar nos comentários aqui embaixo!
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Entenda tudo sobre a Síndrome de Hiperestimulação Ovariana
Assim como qualquer tratamento médico, a indução da ovulação realizada em processos de reprodução assistida também traz alguns riscos associados. Um deles é a Síndrome da Hiperestimulação Ovariana (SHO), caracterizada pela resposta exagerada dos ovários à estimulação hormonal.
Esse problema, geralmente, é autolimitado, ou seja, se resolve sozinho dentro de uma determinada janela de tempo, mas necessita de acompanhamento porque pode gerar complicações muito sérias.
Na forma leve a moderada, seus principais sintomas são aumento no tamanho dos ovários, distensão ou desconforto abdominal, dor ou cólica, náusea, vômito , inchaço e ganho de peso. Eles são provocados pelo aumento da permeabilidade vascular, gerando acúmulo de líquido na cavidade abdominal e torácica.
Os casos mais leves costumam ser mais comuns, afetando aproximadamente 10% das mulheres tentantes, enquanto os índices para SHO moderadas e graves são de 3% a 6% e 0,5% a 2%, respectivamente.
Além disso, a Síndrome de Hiperestimulação Ovariana também pode ocasionar o cancelamento do ciclo, o que gera muita frustração para a paciente.
Entendendo a Síndrome de Hiperestimulação Ovariana
O hormônio responsável por essa síndrome é o hCG. Ele estimula as células dos folículos ovarianos a produzirem substâncias que fazem com que o líquidos saiam das veias e artérias para o ambiente extravascular.
O hCG é utilizado para maturar os óvulos no processo de estimulação ovariana e costuma ser aplicado de 34h a 36h antes da coleta de óvulos. Chamamos esse hormônio de hCG exógeno.
Entretanto, ele também é liberado no início da gravidez pelas células do tecido que darão origem à placenta, e por isso é o hormônio utilizado como marcador para sabermos se a mulher está ou não grávida. Nesse caso, o chamamos de hCG endógeno.
Portanto, a Síndrome de Hiperestimulação Ovariana pode ser um resultado tanto do processo de reprodução assistida quanto da gravidez em si, mas o hCG endógeno está associado a formas mais graves da doença.
Tratamento e complicações da Síndrome de Hiperestimulação Ovariana
Essa Síndrome pode ser classificada como leve, moderada ou grave, refletindo a quantidade de líquido que se acumula no espaço entre a pele, músculo e demais órgãos.
Por esse motivo, as consequência do problema podem variar bastante, indo desde leve desconforto abdominal causado pelo aumento do tamanho dos ovários a trombose e insuficiência renal.
No quadro leve, a paciente pode perceber uma distensão abdominal, desconforto na região e náusea leve, com ocorrência de vômitos. O tratamento é administração de líquido isotônico, para restabelecer o equilíbrio do organismo e suplementação de proteína.
No quadro moderado, os sintomas são parecidos, mas podem ser mais intensos e a paciente também pode apresentar ascite (barriga d’água). Em alguns casos, é necessário interná-la para administrar medicamentos intravenosos.
Por fim, no quadro grave, a mulher pode apresentar complicações muito mais sérias, como acúmulo de líquido no tórax, ausência ou diminuição drástica do volume de urina, trombose venosa profunda, síncope e rápido ganho de peso.
Nesses casos, costuma ser necessário que a paciente seja internada em UTI e passe por uma drenagem do hidrotórax e da ascite por via vaginal. O quadro é grave, mas é importante se lembrar que esse é um fenômeno bastante raro, e atualmente, praticamente evitável com o uso de protocolos específicos.
Receber todas essas informações pode ser assustador para quem está buscando a reprodução assistida. Além de toda a ansiedade que é comum entre as tentantes, elas precisam também lidar com os riscos associados ao procedimento.
Por isso é tão importante estar amparada por uma boa equipe, que leva em conta as angústias desse processo e vai esclarecer todas dúvidas da paciente, o que sem dúvidas contribui para que ela se sinta mais tranquila.
No próximo post do blog, vamos contar alguns fatores de riscos envolvidos na Síndrome da Hiperestimulação Ovariana e como é possível prevenir o problema. Continue de olho por aqui, ok?
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Histerossalpingografia: o exame que ajuda a avaliar a saúde do útero e das trompas
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Tudo que você precisa saber sobre ácido fólico, seu suplemento antes e durante a gravidez
Histerossalpingografia: o exame que ajuda a avaliar a saúde do útero e das trompas
Quando uma tentante busca a reprodução assistida por não conseguir engravidar naturalmente, indicamos uma série de exames para o casal com o objetivo de descobrir quais fatores podem estar impedindo a gestação.
Um desses exames é a histerossalpingografia, procedimento ginecológico que vai avaliar o útero e as trompas da paciente e verificar a presença de problemas como malformações, miomas, tecidos cicatriciais ou tubas obstruídas, por exemplo.
Como o raio-x comum não oferece a precisão necessária para avaliar a anatomia dos órgãos do corpo, na histerossalpingografia vamos aliar essa prática a um contraste aplicado diretamente no útero.
O que buscamos com uma histerossalpingografia
A histerossalpingografia busca, geralmente, identificar se as trompas estão pérvias e problemas uterinos que só podem ser diagnosticados com imagens. Alguns exemplos são os seguintes
- Malformação congênita
- Desenvolvimento de pólipos (crescimento semelhante a uma verruga)
- Miomas (tumores benignos
- Aderências e cicatrizes uterinas
Ou seja, esse exame serve justamente para verificarmos se a anatomia do sistema reprodutor da paciente está favorável para uma gravidez.
Ao identificarmos alguma dessas condições, podemos iniciar um tratamento para o problema em si ou utilizar uma técnica de reprodução assistida que possibilite a gravidez mesmo sem resolvê-lo.
Por exemplo, se uma paciente possui uma aderência que impede a chegada do espermatozóide até as trompas, a Fertilização in Vitro poderá ser indicada porque anula a necessidade de deslocamento tanto do gameta masculino quanto do óvulo fecundado.
Caso nenhuma alteração seja encontrada na histerossalpingografia, investimos em outros exames para tentar determinar a causa da infertilidade. Vale lembrar que problemas hormonais, por exemplo, não podem ser identificados por esse exame, além da endometriose, uma das principais causas de infertilidade feminina.
Como a histerossalpingografia é feita
Geralmente, indicamos que esse exame seja realizado uma semana após a menstruação e antes da ovulação, ou seja, entre o 6º e o 12º dia do ciclo menstrual. Vale ressaltar que o contraste utilizado pode causar perda gestacional, por isso é fundamental garantir que a paciente não está grávida antes de realizar a histerossalpingografia.
A histerossalpingografia é um exame simples e rápido, com duração média de 20 a 30 minutos. Ao utilizar raio-x e contraste, conseguiremos ver toda a anatomia do sistema reprodutor feminino.
Funciona assim: a mulher se deita de barriga para cima, com as pernas abertas e os joelhos dobrados, na posição comum para exames ginecológicos. O médico radiologista responsável pelo procedimento vai examinar rapidamente a região da vulva e então inserir um espéculo para manter a entrada da vagina aberta e permitir a visualização do colo do útero.
Depois, o médico irá inserir um cateter fino pelo orifício do colo uterino para injetar o contraste, que inunda o útero e as trompas até perto dos ovários, para só então começar a fazer o raio-x.
De maneira geral, esse não é um exame doloroso, mas algumas mulheres relatam sentir um pouco de cólica durante a histerossalpingografia. Por isso, pode ser que o médico receite algum tipo de medicamento para dor antes do procedimento.
Após o exame, o contraste será eliminado na forma de corrimento vaginal, e é importante que a paciente utilize um absorvente externo ao invés do interno para evitar infecções.
Quer saber mais sobre os exames que costumamos solicitar para começar a tratar a fertilidade de casais tentantes? Então confira esse post aqui do nosso blog em que listamos os principais deles.
O que é endométrio fino e como tratar para engravidar
O endométrio fino é uma das condições que podem afetar tanto a capacidade de a mulher engravidar quanto de manter a gestação. Não é incomum que essa seja uma das causas para a falha de implantação da FIV, por exemplo.
Muitas vezes, está tudo certo com o embrião, mas a espessura do endométrio não é adequada para que ele se desenvolva. Entretanto, apesar de causar esse e outros problemas de fertilidade, o endométrio fino tem tratamento.
O que é endométrio fino
Endométrio é a camada que reveste a parte interna do útero. É neste tecido que ocorre a implantação do embrião, o que dá início a uma gravidez.
Naturalmente, sua espessura muda ao longo do ciclo menstrual de acordo com a variação de hormônios na corrente sanguínea. Quando a mulher está no período fértil, é quando o endométrio fica mais grosso, pronto para receber o embrião. Se a fecundação não ocorre, o endométrio descama na forma de menstruação.
Entretanto, algumas mulheres podem ter uma camada muito fina de endométrio, mesmo no período fértil.
Alguns sinais de que você pode ter o endométrio fino são dificuldades para engravidar, ciclos menstruais irregulares e sangramento fora da menstruação.
Não existe um valor padrão para que o endométrio seja considerado saudável, mas, geralmente, quando fazemos o ultrassom para o tratamento de FIV, conseguimos identificar que a espessura dessa camada está abaixo do ideal para a fecundação. Uma camada fina do endométrio pode prejudicar o sucesso do tratamento de fertilidade.
Como é o tratamento para endométrio fino
Existem estratégias para aumentar a espessura do endométrio e aumentar as chances de a mulher engravidar.
A otimização do estímulo à ovulação, com uso de medicamentos de ação hormonal específica, pode produzir melhora na espessura endometrial. Alguns medicamentos vasodilatadores ou anticoagulantes estão também sendo estudados.
Algumas vezes a causa do problema pode estar em um processo infeccioso, a endometrite crônica. Esse problema pode ser identificado por histeroscopia com biópsia e tratado com antibióticos.
A injúria endometrial , ou “endometrial scratching” em inglês também foi proposta como uma estratégia para melhorar a receptividade endometrial, mas os resultados que pareciam otimistas inicialmente, ainda não são definitivos, ficando essa estratégia geralmente indicada quando a paciente já teve muitos ciclos de falha na FIV.
Vale ressaltar que muitas mulheres conseguem engravidar mesmo com o endométrio mais fino do que é considerado normal, desde que sua receptividade seja favorável, ou seja, na sua espessura máxima.
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Tudo que você precisa saber sobre ácido fólico, seu suplemento antes e durante a gravidez
O ácido fólico é um dos maiores aliados das mulheres grávidas porque ajuda no desenvolvimento do feto em fases cruciais, prevenindo uma série de problemas graves.pr.
Apesar de estar presente em uma série de alimentos, ingeri-lo na forma de suplemento é uma forma de ter certeza de que você está consumindo quantidade adequada de ácido fólico.
O que é ácido fólico
Ácido fólico é o nome dado à versão sintética do folato, uma das vitaminas do complexo B mais importantes para a saúde como um todo. Ele auxilia no metabolismo celular e na formação de novas células no corpo. Em adultos, o ácido fólico é fundamental no crescimento das unhas, pele e cabelos. Sabendo disso, dá para imaginar a importância desse micronutriente na formação dos bebês, certo?
Alimentos como espinafre, aspargos, abóbora, cenoura, quiabo, brócolis, bife de fígado, feijão de corda e abacate costumam ser ricos em ácido fólico. Por isso, mantê-los regularmente na dieta é muito importante. Porém, a versão sintética é considerada mais estável e absorvível.
Benefícios do ácido fólico para gestantes e tentantes
O ácido fólico é fundamental na formação do feto, principalmente nas primeiras semanas de desenvolvimento. Esse micronutriente reduz as chances de malformações no tubo neural, (estrutura precursora do cérebro e da medula espinhal), causadoras de problemas como paralisia de membros inferiores, anencefalia e espinha bífida.
De acordo com o Center for Disease Control and Prevention (CDC), pelo menos metade dos casos de defeitos no tubo neural no mundo inteiro podem ser prevenidos com a suplementação de ácido fólico.
Para as tentantes, a suplementação é ainda mais importante. Primeiro, porque esse tipo de malformação começa quando a mulher ainda nem sabe que está grávida, motivo pelo qual o CDC recomenda o uso de ácido fólico para todas as mulheres em idade reprodutiva.
Segundo, porque diversos estudos apontam para maiores chances de concepção entre mulheres que utilizaram suplementação de ácido fólico.
Um estudo dinamarquês publicado no European Journal of Clinical Nutrition avaliou que, das participantes, as mulheres que utilizaram ácido fólico tinham 15% mais chances de engravidar em 12 ciclos.
Entre aquelas com ciclos irregulares, o uso de ácido fólico aumentou em até 35% as chances de ter um bebê.
Em pacientes passando por Fertilização In Vitro, o ácido fólico está associado a uma melhor qualidade do embrião e, consequentemente, maiores chances de sucesso no procedimento, de acordo com um estudo publicado em 2019 no Clin Med Insights Womens Health.
Além disso, o ácido fólico também tem um papel importante na neutralização do estresse e da inflamação do corpo, dois fatores que prejudicam a fertilidade feminina de maneira geral.
Suplementação de ácido fólico deve ser prescrita por médico
Assim como qualquer outro suplemento alimentar, é melhor ter orientação médica a respeito do seu uso correto. Principalmente porque o excesso de ácido fólico pode esconder os sinais de que a paciente está com deficiência de outro micronutriente importante, a vitamina B12.
Reserva ovariana: o que é e como preservar
Problema na tireoide? Entenda o papel desta glândula na fertilidade
Reserva ovariana: o que é e como preservar
Quando começamos a investigar o status de fertilidade de uma mulher, um dos primeiros fatores que precisamos levar em consideração é a sua reserva ovariana. Trata-se da quantidade de óvulos disponíveis para amadurecerem e serem liberados durante o ciclo menstrual.
As mulheres nascem com aproximadamente 2 milhões de óvulos e vão perdendo cerca de mil a cada menstruação, de maneira que, ainda na adolescência, costuma sobrar apenas cerca de um terço dos gametas femininos.
Quanto mais o tempo passa, menor é a quantidade de óvulos disponíveis, um processo natural e impossível de se evitar.
É por isso que fica mais difícil engravidar após os 35 anos, quando os óvulos disponíveis são poucos e podem conter erros genéticos causadores de síndromes, má-formações e abortos espontâneos. Ao chegar ao fim da reserva ovariana e a mulher ter a sua última menstruação, dizemos que ela entrou em menopausa.
Entretanto, são muitas as mulheres que descobrem o comprometimento da sua reserva após tentarem engravidar naturalmente por pelo menos um ano, sem obter sucesso. Elas procuram a reprodução humana assistida e realizam uma série de exames, entre eles o anti mulleriano, que rastreia, no sangue, a quantidade do hormônio HAM.
Essa substância é produzida pelos ovários, mais precisamente pelas células da granulosa dos folículos que abrigam cada óvulo. Se estiver em baixa, quer dizer que a reserva ovariana da mulher está diminuída.
Fatores que impactam a reserva ovariana
Apesar de não poder impedir que a reserva ovariana se esgote algum dia, é sim possível adotar algumas atitudes para que a mulher mantenha seus óvulos saudáveis por mais tempo.
Basicamente, é fundamental levar uma vida saudável, evitar o tabagismo, café e álcool em excesso, mantendo uma dieta equilibrada com quantidades adequadas de ácido fólico, vitamina D e ômega 3. Atividade física e manejo de stress também são fundamentais para diminuir a velocidade da perda dos óvulos.
Há, também, casos em que a mulher tem insuficiência ovariana prematura, também conhecida como menopausa precoce, caracterizada pela diminuição drástica na quantidade de óvulos, causando amenorreia antes mesmo dos 40 anos.
Geralmente, é difícil dizer a causa do problema, mas acredita-se que pode estar ligado a doenças autoimunes ou genética. É possível lidar com a menopausa precoce com terapia de reposição hormonal, obtenção de gravidez ainda jovem, tratamento de doenças associadas ou preservação da fertilidade com a reprodução assistida.
Preservando a reserva ovariana com a reprodução assistida
É importante lembrar que, para que uma mulher engravide, ela só precisa que um óvulo saudável seja fecundado. Para quem está com a reserva ovariana baixa e quer engravidar imediatamente, esse pode não ser um problema.
Entretanto, o que acontece com as mulheres que não desejam ou não podem engravidar enquanto possuem uma reserva ovariana suficiente para ter uma ou mais gestações?
Nesses casos, a melhor estratégia é o congelamento de óvulos, a criopreservação. Nesse procedimento, a mulher é submetida, inicialmente, à estimulação ovariana e em seguida à coleta dos óvulos. Depois, esse material coletado recebe uma aplicação de nitrogênio líquido, que congela as amostras a temperaturas que chegam a -196ºC. Assim, mantemos todas as propriedades dos gametas.
Idealmente, o congelamento de óvulos deve ser feito antes dos 35 anos, para garantir uma boa quantidade e qualidade desses gametas, mas nada impede que a mulher passe por esse processo mais tarde, caso queira postergar ainda mais a gravidez.
Entretanto, como explicamos, as chances de problemas com a qualidade dos óvulos são maiores após os 35.
Problema na tireoide? Entenda o papel desta glândula na fertilidade
Uma em cada oito mulheres apresenta problemas na tireoide, e eles podem impactar significativamente a saúde feminina, inclusive a capacidade de engravidar e conduzir uma gestação saudável.
Isso ocorre porque a tireóide produz dois hormônios diferentes, a tiroxina (T4) e a triiodotironina (T3). O T4 é considerado um maestro do metabolismo, ou seja, diversos problemas podem aparecer quando seus níveis estão fora do que é considerado normal.
Como o processo de ovulação é complexo e necessita de um equilíbrio metabólico específico para acontecer normalmente e ser bem sucedido, alterações no funcionamento da tireoide podem sim acabar afetando seriamente a fertilidade da mulher.
Quando o T4 é produzido em excesso, temos um quadro de hipertireoidismo, o que acelera muito o metabolismo da paciente. Já quando os níveis desse hormônio caem, temos um quadro de hipotireoidismo, que faz com que o metabolismo fique muito mais lento.
Sem o tratamento adequado, ambas as condições podem acabar prejudicando a fertilidade da mulher
Problemas na tireoide têm impacto indireto na fertilidade
As gonadotrofinas, hormônios produzidos pela hipófise responsáveis pela ovulação, também interagem com o T4, de maneira que esse desequilíbrio na tireoide pode influenciar a ovulação e o seguimento da gravidez.
Como falamos, quem tem hipertireoidismo fica com o metabolismo muito acelerado, o que aumenta, também, a atividade dos ovários. Assim, o ciclo menstrual fica irregular e, portanto, a ovulação fica comprometida.
Isso diminui as chances da mulher engravidar, mas não impede a concepção. Esse é só mais um motivo para que essa gestação seja acompanhada pelo médico: as alterações metabólicas causadas pelos níveis inadequados de hormônios da tireoide e dos hormônios sexuais também podem colocar o feto em risco.
Já um quadro de hipotireoidismo pode fazer com que o óvulo seja liberado fora da fase adequada ou mesmo impedi-la completamente, causando anovulação. Sem a liberação do óvulo de seu folículo, a fecundação se torna impossível e a mulher não consegue engravidar.
Ainda que a mulher consiga ficar grávida com níveis baixos do hormônio T4, o hipotireoidismo aumenta os riscos de abortamento, mortalidade intrauterina, descolamento da placenta e nascimento prematuro.
Durante a gravidez, os hormônios da tireoide são fundamentais para a manutenção da gestação e, inclusive, parte do T4 é transferida para o feto por meio da placenta.
Diagnosticando problemas na tireoide
Mesmo trazendo consequências tão sérias para quem planeja ter filhos biológicos, os problemas na tireóide são bem simples de diagnosticar.
Um exame de sangue para rastreio dos níveis de TSH e se necessário , outros exames como anticorpos antitireoidianos, T3 e T4, são capazes de apontar se a paciente possui um quadro de hipertireoidismo ou hipotireoidismo, e, se for necessário, um ultrassom poderá ser realizado.
As doenças da tireoide costumam se manifestar mais comumente entre os 30 e 40 anos, faixa etária em que muitas mulheres procuram tratamentos de fertilidade porque tentaram engravidar sem sucesso.
Por isso, não é incomum que a reprodução assistida envolva o controle dos hormônios da tireoide nestes casos, para aumentar as chances de concepção e também garantir que a mãe e o bebê vão ter uma gestação saudável.
Inseminação artificial intracervical (IC) e inseminação artificial intrauterina (IU): Qual a diferença?
A inseminação artificial é um dos tratamentos de fertilidade mais simples, em que o esperma é aplicado diretamente na cavidade uterina ou excepcionalmente no colo do útero, dependendo do método utilizado, que pode ser a inseminação intrauterina ou intracervical.
Esse procedimento possibilita a concepção sem relação sexual e costuma ser um dos mais procurados por casais com problemas de fertilidade, já que resulta em poucos efeitos colaterais.
Além disso, ele pode ser feito, também, por mulheres interessadas em produção independente, utilizando o esperma de um doador.
Para quem a inseminação artificial é indicada
Para que a gravidez ocorra naturalmente, é necessário que o esperma faça o caminho do canal vaginal até as trompas, onde o óvulo será fertilizado.
Entretanto, algumas condições podem fazer com que o esperma do homem não tenha a mobilidade necessária para se deslocar pelo corpo feminino. Outra situação que dificulta a fecundação natural são alterações anatômicas no colo do útero, por exemplo. Disfunções no ciclo ovulatório também podem dificultar a fecundação.
Em casos como esses, a inseminação artificial poderá ser considerada otimizando as chances deencontro entre o óvulo e o espermatozóide.
Geralmente, esse método é indicado para mulheres com menos de 35 anos, que apresentem trompas pérvias e que a causa da infertilidade seja fator masculino leve, endometriose leve e infertilidade sem causa aparente; quando a reserva ovariana começa a ficar comprometida ou o tempo de infertilidade for superior a três anos , pode ser mais estratégico investir em métodos de reprodução assistida mais complexos, como a Fertilização in Vitro, por exemplo.
Inseminação intrauterina x Inseminação intracervical
Tanto a inseminação intrauterina quanto a inseminação intracervical funcionam como atalhos para o esperma.
Em ambas as técnicas, dependendo do grau de fertilidade da mulher, podemos realizar um ciclo de estimulação ovariana para garantir que um ou mais óvulos estejam maduros e disponíveis para a fecundação.
Na inseminação intracervical o sêmen do doador ou parceiro é aplicado no colo do útero utilizando uma seringa específica. Trata-se de uma região de transição entre a vagina e o interior desse órgão, de maneira que os espermatozóides ainda precisarão se deslocar pelo útero até as trompas para fecundar o óvulo. Era um procedimento mais utilizado no passado. Após ficar estabelecido pela literatura que a inseminação intrauterina apresenta melhores resultados do que a intracervical, esta foi perdendo espaço. Hoje em dia quando mencionamos inseminação estamos nos referindo à inseminação intra uterina Ger
Na inseminação intrauterina o sêmen é aplicadodiretamente dentro do útero e, para isso, o material precisa passar por um preparo especial.
Nesse processo, removemos proteínas e outros componentes que podem afetar a fertilização, o que torna o sêmen mais concentrado, aumentando as chances de fecundação.
Com um espéculo, o médico vai abrir o acesso ao útero e inserir um instrumento através da vagina até o interior do órgão, depositando o esperma. É um processo parecido com um teste de papanicolau.
, A mulher é orientada a aguardar alguns minutos antes de se levantar e, algumas semanas depois, poderá realizar um teste de gravidez e descobrir se o método foi bem sucedido.
Ou seja, as principais diferenças entre os dois métodos é que na inseminação intrauterina o deslocamento do sêmen é ainda menor do que na intracervical e esse material costuma passar por essa preparação especial. A IU é portanto mais eficaz qu e a IC.
Todos esses aspectos são explicados para a mulher ou o casal tentante quando procuram a reprodução assistida para que eles possam fazer a melhor escolha naquele momento e, caso a inseminação falhe, ainda podem investir em outros métodos.
De maneira geral, por ser um tratamento considerado simples, as taxas de sucesso da inseminação artificial são inferiores às de métodos mais complexos como a Fertilização In Vitro, por exemplo, motivo pelo qual muitas tentantes estão optando por realizar a FIV antes mesmo da inseminação.
Tudo que você precisa saber sobre o banco de doadores de esperma
O banco de doadores de esperma ou banco de sêmen é uma das alternativas que possibilitam a mulheres ou casais tentantes a realização do sonho de ter um bebê.
Geralmente, esse recurso é procurado por casais homossexuais femininos, mulheres solteiras em busca de produção independente e casais heterossexuais que enfrentam problemas de fertilidade masculina.
A doação de gametas ainda é vista com alguma desconfiança aqui no Brasil e, justamente por isso, precisamos abordar esse assunto com muita seriedade e riqueza de informações, para que aqueles que procuram a reprodução assistida possam tomar suas decisões de maneira segura.
O que é o banco de sêmen
O banco de sêmen é uma espécie de arquivo que reúne amostras do material biológico coletado de doadores voluntários. O sêmen, que contém milhões de espermatozóides, é armazenado em tanques de nitrogênio líquido a -196ºC e chegam a ter 30 anos de validade.
Esse banco reúne, também, diversos dados a respeito do doador, como seu histórico médico, familiar, cor dos olhos, da pele, cabelo, altura, peso, idade, profissão e outras informações. Assim, a mulher ou casal tentante consegue escolher o doador de acordo com seus próprios critérios.
Vale ressaltar, entretanto, que as doações são anônimas e voluntárias de acordo com a legislação brasileira e o Conselho Federal de Medicina.
Quem são os doadores de esperma
Os doadores de esperma são homens que decidem ir até o banco e se oferecerem para integrar o cadastro de voluntários. É necessário ter entre 18 e 50 anos, ser saudável e não pertencer a grupos de risco para doenças sexualmente transmissíveis.
Além disso, o doador também não pode ser portador de doenças genéticas ou ter patologias congênitas graves na família.
Com a decisão tomada, é necessário fazer uma série de testes, como espermograma e exames sorológicos para ter certeza de que o esperma é de boa qualidade e produzirá embriões saudáveis quando for utilizado.
A amostra fica, então, armazenada por um período para observação da janela de manifestação de determinadas doenças. Se estiver tudo certo, o homem entra de forma anônima para o cadastro de doadores.
Porque procurar o banco de doadores de esperma
O banco de esperma costuma ser procurado por mulheres que querem ser mães solo por meio da produção independente, ou seja, engravidar sozinhas sem a participação direta de um homem no processo.
Na maioria dos casos, são mulheres acima dos 35 anos que ainda não encontraram um parceiro para dividir a paternidade, mas que desejam engravidar assim que possível. Geralmente, a preocupação é com a viabilidade dos óvulos, que começa a ficar prejudicada a partir dessa idade.
Outra possibilidade são casais homoafetivos femininos que, sem a doação de esperma, não conseguiriam ter um bebê biológico. Além disso, a reprodução assistida possibilita que elas recorram à gravidez compartilhada, em que uma das mulheres doa o óvulo e a outra gera o bebê.
Casais heterossexuais em que o homem possui alterações graves no sêmen também podem se beneficiar da doação de esperma, realizando uma inseminação artificial intrauterina ou a Fertilização In Vitro com o esperma do doador.
Nos dois primeiros casos, a doação costuma ser encarada de maneira mais tranquila pelas pessoas envolvidas, mas ainda é um desafio, para muitos casais heterossexuais, receber uma doação de gametas.
Por isso, é muito importante que o casal tome essa decisão a partir de muito diálogo, se informando sempre com a equipe médica ou fontes confiáveis.
O sigilo envolvido no banco de doadores de esperma
Muitas pessoas se preocupam com o sigilo em relação à doação de gametas, mas o Conselho Federal de Medicina estabelece que a clínica que realiza o procedimento deve manter o sigilo em relação às identidades do doador e da família que recebeu a doação de esperma.
Ou seja, quando o homem doa seus gametas, não existe a possibilidade de reivindicar a paternidade do bebê gerado a partir do seu esperma.
Outra informação importante é que a clínica deve garantir que cada doador só produza duas gestações de crianças sexos diferentes em uma mesma região.
Anovulação: o que é, qual sua relação com a infertilidade e como tratar
Você tem ciclos menstruais irregulares ou mesmo parou de menstruar por muitos meses, sem estar grávida? Se sim, você pode estar experienciando um quadro de anovulação.
A cada ciclo menstrual, um folículo, estrutura nos ovários que armazena o óvulo, se rompe e libera o gameta para a fecundação.
Entretanto, algumas condições podem dificultar a liberação desse óvulo, o que impede o encontro com o espermatozóide e, consequentemente, impede a gravidez.
Esse distúrbio caracteriza a anovulação e afeta entre 6 a 15% das mulheres. Geralmente, a anovulação é causada pela Síndrome do Ovário Policístico (SOP), mas diversos outros problemas também podem levar à interrupção do processo ovulatório.
A boa notícia é que é possível induzir a ovulação por meio do tratamento médico, de acordo com a causa do problema. Isso possibilita que mulheres com anovulação voltem a liberar os gametas e tenham mais chances de engravidar.
Entendendo o ciclo menstrual
Geralmente, o ciclo menstrual tem a duração de 28 dias, sendo dividido entre três fases: a folicular, ovulatória e a lútea.
Cada fase prepara o corpo feminino para a etapa seguinte. Então, para engravidar naturalmente, é muito importante que elas se desenvolvam corretamente.
A fase folicular se caracteriza pelo recrutamento dos folículos que armazenam os óvulos, fazendo com que um deles aumente de tamanho e amadureça. Isso ocorre graças à atuação do hormônio FSH. Ela começa durante a menstruação.
Inclusive, os folículos recrutados secretam estradiol, hormônio responsável pelo espessamento do endométrio, camada que reveste o útero, preparando-o para receber o embrião.
Em torno do 14º dia do ciclo, se inicia a fase ovulatória, em que o hormônio luteinizante estimula o rompimento do folículo e a liberação do óvulo, que viaja pelas trompas para encontrar o espermatozóide.
Por fim, se inicia a fase lútea, em que o folículo, depois de liberar o óvulo, passa a produzir progesterona, hormônio que, juntamente do estradiol, espessa mais ainda o endométrio, oferecendo o suporte necessário para a gravidez.
Caso a fecundação não ocorra, o folículo, que assumiu a forma de um corpo lúteo, se desfaz, provocando uma queda nos hormônios estrogênio e progesterona, fazendo com que o endométrio descame das paredes uterinas e a mulher finalmente menstrue e o ciclo recomece.
Percebe como a fecundação só pode ocorrer se as outras etapas acontecerem corretamente? Se a mulher não menstruar ou o óvulo não amadurecer e, portanto, não for liberado, todo o ciclo é comprometido e as chances de engravidar caem significativamente.
Causas da anovulação
Geralmente, a anovulação é causada por irregularidades menstruais, com ciclos mais longos do que o normal, maior ou menor quantidade de fluxo menstrual ou até mesmo ausência de menstruação, chamada de amenorréia.
Esses problemas são causados por desequilíbrios hormonais, já que, como explicamos, são essas substâncias que provocam as alterações no sistema reprodutor feminino que levam à cada etapa do ciclo menstrual.
Muitas condições podem motivar esses desequilíbrios hormonais, mas a mais comum é a Síndrome dos Ovários Policísticos (SOP), caracterizada justamente por alterações nos níveis hormonais que levam a uma série de sintomas como ciclos menstruais irregulares, presença de múltiplos cistos nos ovários, excesso de pelos faciais, acne e também dificuldades para engravidar.
Entretanto, outros fatores também podem contribuir para que o delicado equilíbrio hormonal necessário para um ciclo menstrual regular seja afetado, como estar com o peso abaixo ou acima do recomendado.
Problemas na hipófise, que secreta gonadotrofinas, e alterações na glândula da tireoide, tanto o hipotireoidismo e o hipertireoidismo também podem ser responsáveis pela anovulação, já que os hormônio tireoidianos também agem estimulando o desenvolvimento e amadurecimento dos folículos.
Por fim, a falência ovariana prematura (conhecida popularmente como menopausa precoce) também leva, naturalmente, à anovulação.
Tratamento para anovulação
O tratamento para a anovulação vai depender da causa do problema. Por exemplo, mulheres abaixo do peso podem iniciar um trabalho com nutricionista para restabelecer uma composição corporal saudável e ter um ciclo mais regular.
O mesmo vale para aquelas com excesso de peso, que vão buscar emagrecer para estabilizar os níveis hormonais e, consequentemente, o ciclo menstrual.
Entretanto, o principal tratamento, voltado para quem quer engravidar de imediato ou preservar a fertilidade, é a estimulação ovariana. Nesse procedimento, utilizamos medicamentos hormonais semelhantes aos naturais no início do ciclo menstrual, acompanhando o desenvolvimento por ultrassonografia.
Assim, vamos saber o momento ideal de administrar a última dose de medicamentos, que leva ao amadurecimento de mais de um óvulo e sua liberação dos folículos.
O que acontece depois vai depender do nível de fertilidade, planejamento e desejo de cada tentante. Quem quer engravidar imediatamente pode ter relações sexuais programadas, fazer inseminação intrauterina ou uma Fertilização In Vitro (FIV), sendo esta última o procedimento mais complexo.
Se a mulher quer apenas preservar a fertilidade para engravidar em outro momento, ela pode fazer a criopreservação dos óvulos, em que os gametas são congelados para serem utilizados em outro momento.