
Endometriose pode causar infertilidade? Entenda a relação
A endometriose é uma condição que afeta cerca de 180 milhões de mulheres em todo o mundo e mais de 7 milhões no Brasil, de acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS). Trata-se de uma doença ginecológica crônica e inflamatória, caracterizada pela presença de tecido semelhante ao endométrio – o revestimento interno do útero – em locais fora da cavidade uterina. Esses fragmentos podem crescer em órgãos como tubas uterinas, ovários, bexiga e, em casos mais graves, até no intestino.
Além de causar dor intensa e impacto na qualidade de vida, a endometriose é uma das principais causas de infertilidade feminina, gerando dúvidas e preocupações para muitas mulheres que desejam engravidar. Mas qual é exatamente a relação entre a endometriose e a dificuldade para engravidar? Vamos explorar esse tema com detalhes.
O que é a endometriose e como ela afeta o corpo?
A endometriose ocorre quando o tecido endometrial cresce fora do útero, respondendo aos estímulos hormonais do ciclo menstrual. Esse processo causa inflamação, formação de cicatrizes (aderências) e até cistos nos órgãos afetados.
Os sintomas mais comuns da endometriose incluem:
- Cólica menstrual intensa que não melhora com analgésicos convencionais.
- Dor pélvica crônica, especialmente antes ou durante o período menstrual.
- Menstruação irregular, com sangramento abundante ou fora do período habitual.
- Dor durante a relação sexual.
- Dificuldade para engravidar ou infertilidade.
Endometriose e infertilidade: qual é a ligação?
Estima-se que mais de 30% das mulheres com endometriose enfrentem dificuldades para engravidar. A relação entre a doença e a infertilidade pode ocorrer devido a diversos fatores:
- Danos às tubas uterinas e ovários:
- A endometriose pode causar inflamação e aderências que bloqueiam as tubas uterinas, impedindo que o óvulo e o espermatozoide se encontrem.
- Nos ovários, a formação de cistos (endometriomas) pode comprometer a reserva ovariana e a qualidade dos óvulos.
- Alterações no ambiente uterino:
- A inflamação crônica pode interferir na implantação do embrião no útero.
- O excesso de citocinas e prostaglandinas, substâncias inflamatórias, pode prejudicar o desenvolvimento inicial do embrião.
- Disfunção hormonal:
- Mulheres com endometriose podem apresentar alterações hormonais que dificultam a ovulação e o preparo adequado do endométrio para receber o embrião.
- Impacto imunológico:
- O sistema imunológico pode ser alterado pela doença, resultando em respostas inadequadas contra os espermatozoides, óvulos ou embriões.
É possível engravidar com endometriose?
Embora a endometriose possa dificultar a gravidez, engravidar não é impossível, especialmente com diagnóstico precoce e tratamento adequado. A escolha do tratamento depende de fatores como a gravidade da doença, a idade da mulher e o tempo tentando engravidar.
Opções de tratamento incluem:
- Medicamentos:
- Analgésicos e anti-inflamatórios ajudam a controlar a dor, mas não tratam a infertilidade.
- Terapias hormonais, como anticoncepcionais e análogos de GnRH, podem reduzir a progressão da doença.
- Cirurgia:
- A laparoscopia é indicada para remover aderências, cistos e lesões de endometriose, restaurando a anatomia pélvica.
- Técnicas de reprodução assistida:
- Procedimentos como fertilização in vitro (FIV) são alternativas eficazes para mulheres com endometriose avançada ou que não tiveram sucesso com tratamentos convencionais.
Como prevenir a progressão da endometriose?
Embora a endometriose não tenha cura definitiva, algumas estratégias podem ajudar a controlar a progressão da doença e preservar a fertilidade:
- Diagnóstico precoce: Consultar um ginecologista ao primeiro sinal de dor pélvica ou irregularidades menstruais.
- Estilo de vida saudável: Manter uma alimentação equilibrada e praticar atividades físicas para reduzir a inflamação.
- Acompanhamento médico regular: Realizar exames periódicos, como ultrassonografias e ressonância magnética, para monitorar o avanço da doença.
Podemos concluir que a endometriose é uma condição desafiadora, mas não deve ser encarada como uma sentença definitiva de infertilidade. Com os avanços na medicina, mulheres com endometriose têm acesso a tratamentos que aumentam as chances de realizar o sonho da maternidade.
Se você apresenta sintomas ou tem dificuldades para engravidar, procure um ginecologista especializado. O diagnóstico precoce e o acompanhamento contínuo são essenciais para melhorar a qualidade de vida e preservar as opções reprodutivas. Afinal, o primeiro passo para enfrentar a endometriose é buscar informação e apoio profissional.

Hidrossalpinge: conheça a condição que afeta a saúde das trompas uterinas
Quando falamos sobre saúde reprodutiva feminina, órgãos como o útero e os ovários geralmente recebem maior atenção. No entanto, as trompas de falópio – ou tubas uterinas – desempenham um papel crucial no processo de concepção. Elas são responsáveis por transportar o óvulo do ovário até o útero e por criar um ambiente favorável para a fertilização. Apesar dessa importância, muitas mulheres não têm consciência dos problemas que podem afetar as trompas, como a hidrossalpinge.
Pouco mencionada nas conversas sobre saúde feminina, a hidrossalpinge é uma condição silenciosa que pode prejudicar a fertilidade e a saúde das trompas uterinas. Entenda o que é, suas causas, sintomas e tratamentos.
O que é hidrossalpinge?
A hidrossalpinge ocorre quando uma ou ambas as trompas de falópio ficam obstruídas e se enchem de líquido. Essa obstrução impede o transporte adequado do óvulo e pode comprometer a fertilização e a implantação do embrião. O líquido acumulado nas trompas também pode ser tóxico para os espermatozoides e embriões, reduzindo ainda mais as chances de gravidez.
A condição geralmente não apresenta sintomas, o que faz com que muitas mulheres só descubram sua existência ao realizar exames de rotina ou em investigações sobre infertilidade.
Causas da hidrossalpinge
A hidrossalpinge é frequentemente associada a condições inflamatórias e infecciosas que afetam a região pélvica. Entre as principais causas estão:
- Doença inflamatória pélvica (DIP): Infecções bacterianas que afetam o útero, trompas e ovários, geralmente causadas por infecções sexualmente transmissíveis, como clamídia e gonorreia.
- Endometriose: Crescimento anormal do tecido endometrial fora do útero, que pode causar inflamação e obstrução das trompas.
- Cirurgias pélvicas ou abdominais: Procedimentos anteriores podem causar aderências ou cicatrizes que obstruem as trompas.
- Tuberculose genital: Em algumas regiões, a tuberculose também pode afetar as trompas uterinas.
- Gravidez ectópica: Uma gravidez que ocorre dentro da trompa pode levar a danos estruturais e obstruções.
Sintomas da hidrossalpinge
Na maioria dos casos, a hidrossalpinge é assintomática, o que dificulta o diagnóstico precoce. Algumas mulheres, no entanto, podem apresentar sintomas como:
- Dor pélvica ou abdominal crônica.
- Secreções vaginais anormais, em casos de infecção associada.
- Dificuldade para engravidar, que é a manifestação mais comum.
Como os sintomas não são específicos, exames de imagem são fundamentais para confirmar o diagnóstico.
Como a hidrossalpinge é diagnosticada?
O diagnóstico geralmente é feito por meio de exames de imagem e procedimentos específicos, como:
- Ultrassonografia transvaginal: Pode revelar a presença de líquido nas trompas.
- Histerossalpingografia (HSG): Um exame de raio-X que avalia a permeabilidade das trompas uterinas.
- Laparoscopia: Um procedimento minimamente invasivo que permite a visualização direta das trompas e outras estruturas pélvicas.
Impacto na fertilidade
A hidrossalpinge é uma das principais causas de infertilidade tubária, já que a obstrução impede a passagem do óvulo e pode afetar negativamente o ambiente reprodutivo. Mesmo quando apenas uma trompa está afetada, o líquido a cumulado pode escorrer para o útero e interferir na implantação do embrião, reduzindo as chances de uma gravidez bem-sucedida.
Para mulheres que desejam engravidar, o tratamento da hidrossalpinge é essencial, especialmente antes de procedimentos como a fertilização in vitro (FIV).
Tratamentos para hidrossalpinge
O tratamento depende da gravidade da condição e do desejo reprodutivo da paciente. As opções incluem:
- Cirurgia laparoscópica: É possível remover a trompa afetada (salpingectomia) ou tentar repará-la, dependendo do grau de dano.
- Fertilização in vitro (FIV): Mulheres com hidrossalpinge frequentemente recorrem à FIV, especialmente se a condição afetar ambas as trompas. Nesse caso, a remoção da trompa antes da FIV pode aumentar as chances de sucesso.
- Antibióticos: Quando a hidrossalpinge está associada a infecções, o uso de medicamentos pode ser necessário.
Prevenção da hidrossalpinge
Embora nem todos os casos possam ser evitados, algumas medidas ajudam a reduzir o risco de desenvolver a hidrossalpinge:
- Prevenção de infecções sexualmente transmissíveis (ISTs): O uso de preservativos é fundamental para evitar doenças como clamídia e gonorreia.
- Tratamento precoce de infecções: Procurar atendimento médico assim que surgirem sintomas de infecção pélvica pode prevenir complicações.
- Cuidados pós-cirúrgicos: Após cirurgias abdominais ou pélvicas, seguir as orientações médicas reduz o risco de aderências.
Podemos concluir que a hidrossalpinge é uma condição que, apesar de silenciosa, pode ter impactos significativos na fertilidade e na saúde reprodutiva das mulheres. O diagnóstico precoce e o tratamento adequado são essenciais para minimizar as complicações e possibilitar a realização do sonho da maternidade.
Se você está enfrentando dificuldades para engravidar ou deseja saber mais sobre sua saúde reprodutiva, a Clínica de Reprodução Humana do Mater Dei está aqui para oferecer suporte completo e especializado.

Congelamento de óvulos: importância da idade feminina no planejamento reprodutivo
A vida moderna trouxe inúmeras possibilidades e conquistas para as mulheres, que cada vez mais se dedicam ao desenvolvimento pessoal, profissional e à realização de sonhos diversos. No entanto, um fator biológico permanece imutável: o impacto da idade na fertilidade feminina.
Quando se trata de planejamento familiar, muitas vezes o foco recai sobre métodos anticoncepcionais, mas essa é apenas uma parte da equação. Planejar a maternidade vai além disso e envolve a capacidade de decidir o momento ideal para engravidar, considerando tanto as ambições individuais quanto as limitações impostas pelo tempo.
Neste contexto, o congelamento de óvulos surge como uma alternativa poderosa, permitindo que as mulheres tenham maior controle sobre seu planejamento reprodutivo. Mas por que a idade desempenha um papel tão crucial nesse processo?
A relação entre idade e fertilidade feminina
Desde o nascimento, uma mulher já possui todos os óvulos que terá ao longo da vida – cerca de 1 a 2 milhões. Com o passar do tempo, essa reserva diminui tanto em quantidade quanto em qualidade. Aos 35 anos, estima-se que restem apenas cerca de 10% dos óvulos originais, e a partir dos 40 anos, as chances de concepção natural caem drasticamente. Além disso, os óvulos que permanecem podem apresentar maior risco de anomalias genéticas, impactando as chances de uma gravidez saudável.
Esses números reforçam a importância de considerar a idade no planejamento reprodutivo, especialmente para quem deseja postergar a maternidade. É aqui que o congelamento de óvulos se apresenta como uma solução preventiva.
O que é o congelamento de óvulos e como funciona?
O congelamento de óvulos, ou criopreservação, é um procedimento que permite armazenar óvulos em temperaturas extremamente baixas para uso futuro. O processo envolve:
- Estimulação ovariana: uso de medicamentos hormonais para estimular os ovários a produzirem múltiplos óvulos.
- Coleta dos óvulos: feita por meio de uma punção ovariana, geralmente realizada sob sedação.
- Congelamento: os óvulos são submetidos a um processo chamado vitrificação, que minimiza danos durante o armazenamento.
Esses óvulos podem ser descongelados e utilizados em tratamentos de fertilização in vitro (FIV) quando a mulher decidir que é o momento certo para engravidar.
Por que considerar o congelamento de óvulos?
O congelamento de óvulos oferece mais flexibilidade e autonomia para as mulheres que desejam adiar a maternidade sem comprometer suas chances de ter filhos no futuro. Entre as principais razões para optar pelo procedimento estão:
- Carreira e desenvolvimento pessoal: muitas mulheres optam por priorizar estudos ou objetivos profissionais antes de formar uma família.
- Condições médicas: para mulheres que enfrentarão tratamentos como quimioterapia, que podem comprometer a fertilidade, o congelamento é uma medida preventiva essencial.
- Ausência de um parceiro ideal: para aquelas que desejam esperar por circunstâncias pessoais mais favoráveis.
- Planejamento familiar consciente: permite que a gravidez aconteça em um momento emocional, financeiro e físico mais adequado.
Quando é o melhor momento para congelar óvulos?
O ideal é que o congelamento de óvulos seja realizado antes dos 35 anos, quando a quantidade e a qualidade dos óvulos ainda são favoráveis. Embora o procedimento seja possível em idades mais avançadas, as taxas de sucesso diminuem à medida que os óvulos envelhecem.
A decisão de congelar óvulos é altamente pessoal e deve ser tomada com base em informações claras e orientação médica especializada. Para muitas mulheres, o procedimento representa uma forma de aliviar a pressão do “relógio biológico” e de planejar a maternidade de forma mais tranquila.
Congelamento de óvulos: planejamento com propósito
O congelamento de óvulos não é apenas uma solução técnica, mas também uma ferramenta de empoderamento. Ele permite que as mulheres façam escolhas alinhadas com seus desejos e possibilidades, oferecendo maior controle sobre suas jornadas reprodutivas.
Se você está considerando essa opção, a Clínica de Reprodução Humana do Mater Dei está preparada para oferecer suporte completo, com especialistas prontos para esclarecer dúvidas e guiar você em todas as etapas do processo.

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