Quando falamos em septo, geralmente, pensamos naquela parede que reparte o nariz ao meio. Mas há casos em que essa divisão se apresenta em órgãos que não deveriam tê-la, como o útero.
Para você entender melhor esse fenômeno, vamos explorar, no decorrer deste texto, o porquê isso acontece e seu impacto em uma gestação.
O que é um útero septado e como ele se forma
O período de formação de algumas estruturas do sistema reprodutor em um feto do sexo feminino acontece por volta da 9ª semana de gestação. Nesta etapa, os ductos de Müller, que até então são dois, se fundem, originando, assim, as tubas uterinas e o útero.
Quando essa união ocorre inadequadamente, remanesce uma membrana, também chamada de septo, que divide o órgão, total ou parcialmente, em duas partes.
Essa divisão pode separar o útero em duas estruturas de tamanhos diferentes, o que dificulta a nidação, ou seja, a implantação do embrião.
Contudo, há casos em que a concepção acontece. E aí entra um segundo desafio para o sucesso da gestação: a cavidade em que o embrião se implantou pode não ter espaço compatível com desenvolvimento do feto e, por diversas vezes, com vascularização insuficiente para a sua nutrição. Configura-se, assim, uma gravidez de alto risco.
A partir disso, surgem as dúvidas sobre como descobrir essa condição e, se caso ela for diagnosticada, quais as possibilidades de tratamento.
Como identificar e tratar um útero septado
Essa malformação do útero não provoca sintomas, sendo descoberta, na maioria das vezes, quando a mulher apresenta dificuldades para engravidar ou manter uma gestação.
Sendo assim, abortos ou partos prematuros não são incomuns para mulheres que apresentam essa característica, principalmente quando o embrião se fixa na parte menor do útero.
As situações descritas acima provocam a suspeita. E a constatação final desse quadro é feita por exames de imagem, como a ultrassonografia pélvica ou transvaginal e a histerossalpingografia.
O tratamento para esse fenômeno é feito por meio de cirurgia e é indicado para casos em que a mulher deseja engravidar, uma vez que, quando não há essa vontade, a septação uterina não traz problemas à vida da paciente.
O método cirúrgico consiste na remoção do septo por meio de uma histeroscopia e as futuras tentativas de gravidez, geralmente, são liberadas cerca de 2 meses após a sua realização.
Mas, se mesmo após a cirurgia, a mulher ainda apresentar dificuldades para engravidar, também podem ser empregadas técnicas de reprodução assistida. Vamos a elas:
A primeira que pode ser citada é a relação sexual programada (RSP). Nela, o médico aponta o período mais favorável para o casal tentar a concepção.
E, adicionalmente a isso, há administração de hormônios que estimulam a produção de óvulos em quantidades mais elevadas que o normal.
Outra possibilidade é a Inseminação Intrauterina (IIU), onde os espermatozoides são coletados e depositados diretamente no útero para facilitar a fecundação.
Por isso, também é chamada de inseminação artificial.
E a última que pode ser elencada é a Fertilização in vitro (FIV), em que tanto os espermatozoides quanto os óvulos são coletados e fecundados em laboratório, dando origem ao embrião que é cultivado in vitro por alguns dias e, depois, introduzido no útero.