Nem sempre o sonho de se tornar mãe envolve um par: a gravidez por produção independente está se tornando cada vez mais comum entre mulheres que querem ser mães solo, ou seja, sem a participação de um parceiro ou parceira.
Chamamos, também, de produção independente os casos de mulheres que estão em relações homoafetivas e que querem engravidar, já que o procedimento, em si, é o mesmo. Entretanto, alguns aspectos psicossociais são diferentes, já que a realidade da mãe solo e do casal de mulheres que vão ter um bebê são distintas.
Tomando a decisão de ter uma gravidez solo
Independentemente do motivo, a legislação brasileira garante a qualquer mulher acima dos 18 anos o direito de procurar a reprodução assistida para engravidar sem um parceiro masculino.
Muitas tomam essa decisão mais cedo, mas é mais comum que mulheres por volta dos 40 anos, que ainda não encontraram alguém para formar uma família, tomem a decisão de fazê-lo de forma independente.
Geralmente, a preocupação é com a viabilidade dos óvulos, já que a reserva ovariana começa a declinar após os 30 anos, diminuindo as chances da mulher conseguir engravidar com seus próprios gametas.
Entretanto, a ausência de óvulos não impossibilita a gravidez, já que a tentante pode receber a doação tanto do sêmen quanto do óvulos.
O processo de produção independente
A primeira coisa a se levar em consideração quando uma mulher quer engravidar por produção independente é seu status de fertilidade. Afinal, isso irá determinar se será feita uma inseminação intrauterina ou uma Fertilização in Vitro.
Se a mulher tiver poucos ou nenhum problema de fertilidade, a inseminação poderá ser utilizada. Entretanto, se o caso for mais complexo, a FIV é mais indicada porque possui taxas de sucesso cada vez mais elevadas, principalmente para mulheres com baixa reserva ovariana. Para mulheres que receberem uma ovodoação, a FIV será a única opção viável.
Tomada essa decisão, é hora de buscar, no banco de sêmen, os gametas masculinos necessários para a fertilização. Vale ressaltar que a doação é feita de maneira altruísta e anônima. Ou seja, o homem não recebe nenhum tipo de quantia em dinheiro e o laboratório não pode revelar sua identidade à receptora, nem ele saber para quem seu material foi doado.
A tentante pode escolher algumas características do doador, como altura, peso, cor dos cabelos, dos olhos e da pele, seu tipo sanguíneo, profissão e hobbies. Assim, poderá optar por um doador com aparência física semelhante à sua ou não.
Com essas questões definidas, é hora de iniciar a preparação para o procedimento, seja ele a FIV ou a inseminação intrauterina. Geralmente, a mulher inicia uma medicação hormonal para induzir a ovulação.
Caso a inseminação seja o método escolhido, o sêmen será introduzido na cavidade uterina da mulher. Se a FIV for utilizada, os óvulos maduros são coletados, fecundados em laboratório e, depois que o embrião se desenvolver um pouco, ele é transferido para o útero.
Por fim, é hora de esperar o resultado positivo do teste de gravidez.
Lidando com a família e amigos como mãe solo
Lidar com opiniões alheias quando o assunto é fertilidade pode ser mesmo um desafio, já que na nossa sociedade ainda prevalece a visão de família formada por uma mulher, um homem e um bebê.
Entretanto, essa não é a única forma de se relacionar afetivas e muito menos de realizar o sonho da maternidade. Ressaltamos, mais uma vez, que tanto as mulheres em relações homoafetivas quanto as que querem se tornar mães solo têm esse direito protegido pela legislação brasileira.
Nenhuma mulher é menos mãe ou tem uma família pior por não ter uma outra pessoa no papel de mãe ou pai do seu filho. Algumas pessoas preferem manter essa escolha sigilosa, enquanto outras compartilham essa realidade com amigos e parentes.
Cada tentante deve decidir pelo que a deixará mais confortável, ok?
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