Trombofilia: Conheça a doença e sua relação com a fertilidade
A trombofilia tem assustado muitas mulheres, principalmente em associação ao uso de anticoncepcionais hormonais.
Para quem quer engravidar, a preocupação é ainda maior, já que a doença pode causar uma série de dificuldades obstétricas, inclusive, dificultando o tratamento para fertilização in vitro.
A trombofilia pode ser definida como uma predisposição a desenvolver trombose, doença caracterizada pela formação de coágulos de sangue (trombos). O problema é causado por uma alteração na ação das proteínas responsáveis pela coagulação sanguínea, e costuma ser assintomático até o episódio trombótico acontecer.
O que causa a trombofilia
Pessoas com histórico familiar de trombose e predisposição à diminuição do fluxo sanguíneo estão mais sujeitas à trombofilia, podendo apresentar mutação em fatores de coagulação do sangue ou nos inibidores fisiológicos da coagulação.
Isso não quer dizer que se parentes diretos seus tiveram episódios de trombose, você necessariamente viverá o mesmo. Entretanto, interações com determinados componentes adquiridos podem aumentar significativamente as chances de ter um ou mais episódios.
Fatores adquiridos também podem colocar em risco aumentado de trombose pessoas sem histórico familiar da doença. Obesidade, períodos de imobilidade, tabagismo, medicamentos hormonais como os anticoncepcionais, tumores, diabetes, pressão e colesterol altos podem predispor a eventos trombóticos.
Trombofilia e fertilidade: qual a relação?
Durante a gravidez, o corpo feminino passa por uma série de mudanças para se preparar para o momento do parto. Uma delas é um aumento nos fatores coagulantes, para evitar hemorragias durante e após o nascimento do bebê.
Isso significa que mulheres portadoras de trombofilia têm maiores riscos de desenvolver coágulos durante a gestação, inclusive nos vasos da placenta, o que pode levar a problemas como descolamento prematuro de placenta, pré-eclâmpsia, óbito fetal, prematuridade, entre outros. Perdas gestacionais repetidas também podem estar relacionadas às trombofilias, mas esta associação é complexa, e se aplica a todos os casos.
Não é incomum que mulheres só descubram o problema depois de muitas tentativas frustradas de gravidez, quando procuram a reprodução assistida. Geralmente, o médico responsável vai suspeitar presença de trombofilia a partir do histórico da paciente, e solicitar os exames necessários para confirmar o diagnóstico.
É possível engravidar mesmo com trombofilia
Para potencializar as chances de engravidar e minimizar os riscos durante a gestação, a portadora de trombofilia deve ter o acompanhamento de um especialista em reprodução humana, além do hematologista.
Para se alcançar o sonhado bebê, o médico vai solicitar os exames necessários para a avaliação de todas os fatores que podem estar relacionados à perda gestacional e indicar o tratamento adequado. Muitas vezes, pode ser indicada a fertilização in vitro (FIV), processo começa pela estimulação ovariana, e a paciente pode iniciar o tratamento com anticoagulantes já esta etapa. Mas este tratamento tem que ser bem indicado e monitorado para não colocar em risco a saúde da mulher e do bebê.
Não existe uma receita única para todos os casos e o uso indiscriminado de anticoagulantes pode predispor a complicações hemorrágicas, potencialmente sérias. Por isso, a avaliação completa e individualizada e o aconselhamento é fundamental na definição do tratamento.
E para as mulheres com diagnóstico de trombofilia, o tratamento adequado é fundamental para melhorar as chances de sucesso na gravidez e garantir a saúde da paciente e do bebê durante a gestação.