Método ROPA possibilita que mulheres em união homoafetiva tenham papel ativo na maternidade
O método ROPA é uma técnica de reprodução assistida capaz de possibilitar que as duas mulheres numa união homoafetiva tenham um papel ativo no processo de Fertilização In Vitro. Trata-se de uma sigla que significa Reception of Oocytes from the Partner, ou Recepção de Oócitos da Parceira, em português.
Com essa técnica, uma mulher é a mãe genética, ao prover o óvulo utilizado no processo, e a outra é a mãe biológica, já que vai passar pela gestação. Ou seja, uma contribui com o gameta, e outra com o útero para prosseguir com a gestação.
Para quem o ROPA é indicada
O método ROPA é indicado para casais homoafetivos femininos que querem compartilhar a maternidade e o processo de reprodução assistida de maneira ativa, seja por escolha ou em decorrência de algum problema de saúde em alguma das mulheres. Algumas situações em que a utilização do material genético e útero de mulheres diferentes podem ser indicadas são as seguintes:
- Óvulos de má qualidade
- Fim da reserva ovariana
- Disfunção ovariana grave
- Risco de transmissão de doenças infecciosas
- Anormalidades cromossômicas ou genéticas
- Falha em outros procedimentos de fertilidade
Como é o processo do ROPA
A mulher que contribuir com os óvulos irá passar pelo mesmo processo que qualquer outra tentante da Fertilização In Vitro.
Primeiro, ela passará pela estimulação ovariana, em que vamos utilizar hormônios para maturar os folículos e, depois de alguns dias de acompanhamento com ultrassom e exames de sangue, obter vários oócitos.
Se estiver tudo certo, vamos coletar os óvulos e, em laboratório, fecundá-los com o esperma de um doador e desenvolver múltiplos embriões.
Enquanto isso, a mulher que vai receber o embrião já iniciou o seu tratamento para preparar o útero e aumentar as chances de implantação. Para isso, administramos hormônios como estrogênio e progesterona, que vão ajudar a engrossar o endométrio.
Assim que o útero estiver em boas condições para implantação, selecionamos o melhor embrião para ser transferido para a cavidade uterina. Aproximadamente quinze dias depois, realizamos um teste beta-hCG para confirmar a gestação.
E o registro do bebê, como fica?
Seja com o método ROPA ou a Fertilização In Vitro tradicional, o Conselho Nacional de Justiça garante que filhos gerados por meio de técnicas de reprodução assistida sejam registrados pelas duas mães no Cartório, sem demais problemas. A única diferença é que os campos de “pai” e “mãe” são trocados por “filiação”.
Entretanto, precisamos ressaltar que para além de seu uso em casos específicos, a ROPA é um recurso que ajuda os casais homoafetivos a aprofundar o processo de reprodução assistida, mas seja qual for a técnica utilizada, o bebê de um casal de mulheres é filho de ambas.
SAIBA MAIS:
Entenda tudo sobre a Síndrome de Hiperestimulação Ovariana
Histerossalpingografia: o exame que ajuda a avaliar a saúde do útero e das trompas