
O que fazer quando você não consegue engravidar: causas comuns de infertilidade
A dificuldade para engravidar pode ser uma experiência emocionalmente desafiadora para muitos casais. Se a gestação não acontece após um ano de tentativas (ou seis meses, no caso de mulheres acima dos 35 anos), é um sinal de infertilidade.
A infertilidade pode ter diversas causas, que podem estar ligadas tanto à saúde da mulher quanto à do homem. Questões hormonais, anatômicas, genéticas e até fatores ambientais podem influenciar a fertilidade. Felizmente, com o avanço da medicina reprodutiva, existem várias opções de diagnóstico e tratamento para ajudar casais que enfrentam essa dificuldade.
Neste artigo, abordaremos as causas mais comuns da infertilidade, como diagnosticar o problema e quais são as alternativas para quem deseja ter filhos.
O que pode causar a infertilidade?
A infertilidade pode estar associada a diversos fatores. Algumas causas são temporárias e podem ser tratadas com ajustes no estilo de vida ou medicamentos, enquanto outras exigem abordagens mais especializadas.
A seguir, veja as principais causas de infertilidade feminina e masculina:
Causas da infertilidade feminina
A fertilidade da mulher depende de um ciclo reprodutivo bem equilibrado, desde a produção dos óvulos até a implantação do embrião no útero. Alterações em qualquer uma dessas fases podem dificultar a gravidez.
🔹 Distúrbios hormonais
Problemas hormonais podem afetar a ovulação e tornar a concepção mais difícil. As condições mais comuns incluem:
- Síndrome dos Ovários Policísticos (SOP): desequilíbrio hormonal que impede a liberação regular dos óvulos.
- Insuficiência Ovariana Prematura: falência dos ovários antes dos 40 anos, reduzindo a reserva de óvulos.
- Distúrbios da tireoide: tanto o hipotireoidismo quanto o hipertireoidismo podem afetar a ovulação.
🔹 Alterações nas Trompas de Falópio (trompas uterinas) As trompas são essenciais para o encontro do óvulo com o espermatozoide. Se estiverem obstruídas ou danificadas, a fecundação pode não ocorrer. As principais causas incluem:
- Endometriose: crescimento anormal do tecido do endométrio fora do útero, que pode obstruir as trompas.
- Infecções pélvicas: infecções sexualmente transmissíveis (ISTs) e infecções não tratadas podem levar à obstrução tubária.
- Cirurgias prévias no abdome: procedimentos anteriores podem gerar aderências que dificultam o funcionamento das trompas.
🔹 Problemas no útero
O útero precisa estar saudável para que o embrião se implante e se desenvolva. Algumas condições podem interferir nesse processo, como:
- Miomas uterinos: tumores benignos que podem distorcer a cavidade uterina.
- Pólipos endometriais: crescimento excessivo do tecido dentro do útero.
- Malformações uterinas: alterações congênitas na anatomia do útero.
🔹 Idade avançada
A idade é um fator determinante para a fertilidade feminina. A partir dos 35 anos, a quantidade e qualidade dos óvulos diminuem, reduzindo as chances de gravidez e aumentando os riscos de abortamento.
Causas da infertilidade masculina
A fertilidade do homem está diretamente relacionada à produção e qualidade dos espermatozoides. Alterações nesse processo podem dificultar a fecundação.
🔹 Produção inadequada de espermatozoides
Fatores como desequilíbrios hormonais, varicocele e infecções podem comprometer a produção espermática, resultando em:
- Baixa contagem de espermatozoides (oligospermia)
- Ausência de espermatozoides no sêmen (azoospermia)
- Espermatozoides com baixa motilidade ou formato anormal
🔹 Fatores hormonais
Desequilíbrios hormonais podem afetar a produção de testosterona e, consequentemente, a qualidade do esperma. Algumas das principais causas incluem:
- Hipogonadismo: baixa produção de testosterona pelos testículos.
- Uso de anabolizantes: pode reduzir drasticamente a produção de espermatozoides.
🔹 Fatores ambientais e hábitos de vida
O estilo de vida também desempenha um papel fundamental na fertilidade masculina. Alguns fatores que podem impactar a produção espermática incluem:
- Tabagismo e consumo excessivo de álcool
- Exposição a produtos químicos e metais pesados
- Obesidade e sedentarismo
Diagnóstico da infertilidade
Se a gravidez não acontece após um ano de tentativas (ou seis meses, se a mulher tem mais de 35 anos), é recomendado procurar um especialista em reprodução humana.
O diagnóstico da infertilidade envolve exames clínicos e laboratoriais, como:
✅ Exames femininos
- Ultrassonografia transvaginal: avalia o útero e os ovários.
- Histerossalpingografia: exame que verifica se as trompas estão abertas.
- Dosagens hormonais: analisam os níveis de hormônios reprodutivos.
✅ Exames masculinos
- Espermograma: analisa a qualidade e quantidade dos espermatozoides.
- Ultrassonografia testicular: avalia a presença de varicocele ou outras anomalias.
- Dosagens hormonais: verificam os níveis de testosterona e outros hormônios.
Opções de tratamento para infertilidade
O tratamento da infertilidade depende da causa diagnosticada. Algumas das principais opções incluem:
🔹 Mudanças no estilo de vida
- Melhorar a alimentação, manter um peso saudável e reduzir o estresse podem favorecer a fertilidade.
🔹 Uso de medicamentos
- Indicado para tratar alterações hormonais que afetam a ovulação ou a produção espermática.
🔹 Cirurgias
- Em casos de obstrução das trompas, miomas ou varicocele, a cirurgia pode ser necessária.
🔹 Tratamentos de reprodução assistida
- Inseminação artificial: os espermatozoides são inseridos diretamente no útero.
- Fertilização in vitro (FIV): os óvulos são fertilizados em laboratório e transferidos para o útero.
- Congelamento de óvulos e espermatozoides: indicado para preservação da fertilidade.
A infertilidade pode ser um desafio, mas o diagnóstico correto e o tratamento adequado podem aumentar as chances de gravidez. Se você ou seu parceiro enfrentam dificuldades para engravidar, procurar um especialista em reprodução humana é o primeiro passo para entender as causas e encontrar a melhor solução.
Cuidar da saúde reprodutiva é o caminho para realizar o sonho da maternidade e paternidade!

Endometriose pode causar infertilidade? Entenda a relação
A endometriose é uma condição que afeta cerca de 180 milhões de mulheres em todo o mundo e mais de 7 milhões no Brasil, de acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS). Trata-se de uma doença ginecológica crônica e inflamatória, caracterizada pela presença de tecido semelhante ao endométrio – o revestimento interno do útero – em locais fora da cavidade uterina. Esses fragmentos podem crescer em órgãos como tubas uterinas, ovários, bexiga e, em casos mais graves, até no intestino.
Além de causar dor intensa e impacto na qualidade de vida, a endometriose é uma das principais causas de infertilidade feminina, gerando dúvidas e preocupações para muitas mulheres que desejam engravidar. Mas qual é exatamente a relação entre a endometriose e a dificuldade para engravidar? Vamos explorar esse tema com detalhes.
O que é a endometriose e como ela afeta o corpo?
A endometriose ocorre quando o tecido endometrial cresce fora do útero, respondendo aos estímulos hormonais do ciclo menstrual. Esse processo causa inflamação, formação de cicatrizes (aderências) e até cistos nos órgãos afetados.
Os sintomas mais comuns da endometriose incluem:
- Cólica menstrual intensa que não melhora com analgésicos convencionais.
- Dor pélvica crônica, especialmente antes ou durante o período menstrual.
- Menstruação irregular, com sangramento abundante ou fora do período habitual.
- Dor durante a relação sexual.
- Dificuldade para engravidar ou infertilidade.
Endometriose e infertilidade: qual é a ligação?
Estima-se que mais de 30% das mulheres com endometriose enfrentem dificuldades para engravidar. A relação entre a doença e a infertilidade pode ocorrer devido a diversos fatores:
- Danos às tubas uterinas e ovários:
- A endometriose pode causar inflamação e aderências que bloqueiam as tubas uterinas, impedindo que o óvulo e o espermatozoide se encontrem.
- Nos ovários, a formação de cistos (endometriomas) pode comprometer a reserva ovariana e a qualidade dos óvulos.
- Alterações no ambiente uterino:
- A inflamação crônica pode interferir na implantação do embrião no útero.
- O excesso de citocinas e prostaglandinas, substâncias inflamatórias, pode prejudicar o desenvolvimento inicial do embrião.
- Disfunção hormonal:
- Mulheres com endometriose podem apresentar alterações hormonais que dificultam a ovulação e o preparo adequado do endométrio para receber o embrião.
- Impacto imunológico:
- O sistema imunológico pode ser alterado pela doença, resultando em respostas inadequadas contra os espermatozoides, óvulos ou embriões.
É possível engravidar com endometriose?
Embora a endometriose possa dificultar a gravidez, engravidar não é impossível, especialmente com diagnóstico precoce e tratamento adequado. A escolha do tratamento depende de fatores como a gravidade da doença, a idade da mulher e o tempo tentando engravidar.
Opções de tratamento incluem:
- Medicamentos:
- Analgésicos e anti-inflamatórios ajudam a controlar a dor, mas não tratam a infertilidade.
- Terapias hormonais, como anticoncepcionais e análogos de GnRH, podem reduzir a progressão da doença.
- Cirurgia:
- A laparoscopia é indicada para remover aderências, cistos e lesões de endometriose, restaurando a anatomia pélvica.
- Técnicas de reprodução assistida:
- Procedimentos como fertilização in vitro (FIV) são alternativas eficazes para mulheres com endometriose avançada ou que não tiveram sucesso com tratamentos convencionais.
Como prevenir a progressão da endometriose?
Embora a endometriose não tenha cura definitiva, algumas estratégias podem ajudar a controlar a progressão da doença e preservar a fertilidade:
- Diagnóstico precoce: Consultar um ginecologista ao primeiro sinal de dor pélvica ou irregularidades menstruais.
- Estilo de vida saudável: Manter uma alimentação equilibrada e praticar atividades físicas para reduzir a inflamação.
- Acompanhamento médico regular: Realizar exames periódicos, como ultrassonografias e ressonância magnética, para monitorar o avanço da doença.
Podemos concluir que a endometriose é uma condição desafiadora, mas não deve ser encarada como uma sentença definitiva de infertilidade. Com os avanços na medicina, mulheres com endometriose têm acesso a tratamentos que aumentam as chances de realizar o sonho da maternidade.
Se você apresenta sintomas ou tem dificuldades para engravidar, procure um ginecologista especializado. O diagnóstico precoce e o acompanhamento contínuo são essenciais para melhorar a qualidade de vida e preservar as opções reprodutivas. Afinal, o primeiro passo para enfrentar a endometriose é buscar informação e apoio profissional.

Infertilidade masculina e feminina: como avaliar e diagnosticar
A jornada para a gravidez pode ser repleta de expectativas e é fundamental buscar a orientação de um especialista em infertilidade.

5 malformações uterinas e seus impactos sobre a fertilidade
Quando se trata da capacidade de uma mulher de conceber e levar uma gravidez a termo, a saúde do útero desempenha um papel importante.

Mês Mundial de Conscientização da Infertilidade: o que você precisa saber sobre o assunto
A infertilidade é uma questão que afeta milhões de casais em todo o mundo, causando uma série de desafios emocionais, físicos e financeiros.

Miomas atingem até 80% das mulheres em idade fértil e podem ser assintomáticos ou levar à infertilidade
Um mioma surge quando há um crescimento focal anormal de tecido fibroso, formando um tumor benigno no útero, e isso pode afetar até 80% das mulheres.

Estresse, ansiedade e depressão: entenda como estes problemas se relacionam à infertilidade feminina
A saúde mental está diretamente ligada à saúde do corpo. Sendo assim, a presença de sofrimento mental pode reduzir a fertilidade das mulheres.

Quem tem Síndrome do Ovário Policístico tem infertilidade?
A resposta para a pergunta do título é: depende. A Síndrome do Ovário Policístico (SOP) pode causar alterações como a anovulação, ciclos irregulares e oligovulação.

Quais exames podem identificar infertilidade feminina?
Como já foi vastamente abordado neste site, a infertilidade se configura após um ano de suspensão dos métodos anticoncepcionais e tentativas frequentes de engravidar.

O que é o exame de Histerossalpingografia e para que serve?
A histerossalpingografia tende a trazer muitos benefícios para as mulheres que tentam descobrir o motivo de não estarem conseguindo engravidar.