O que é o Hormônio Anti-Mulleriano (AMH) e qual sua relação com os tratamentos de reprodução assistida
O Hormônio Anti-Mulleriano (AMH) é um importante indicador da reserva ovariana e pode ajudar a prever o sucesso dos tratamentos de reprodução assistida.
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O sono ajuda a regular a produção de hormônios fundamentais no controle dos ciclos menstruais e da ovulação.
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Boa parte das transformações do corpo feminino para suportar uma gestação são orquestradas pelos hormônios Estrogênio e Progesterona.
Histerossalpingografia: o exame que ajuda a avaliar a saúde do útero e das trompas
Quando uma tentante busca a reprodução assistida por não conseguir engravidar naturalmente, indicamos uma série de exames para o casal com o objetivo de descobrir quais fatores podem estar impedindo a gestação.
Um desses exames é a histerossalpingografia, procedimento ginecológico que vai avaliar o útero e as trompas da paciente e verificar a presença de problemas como malformações, miomas, tecidos cicatriciais ou tubas obstruídas, por exemplo.
Como o raio-x comum não oferece a precisão necessária para avaliar a anatomia dos órgãos do corpo, na histerossalpingografia vamos aliar essa prática a um contraste aplicado diretamente no útero.
O que buscamos com uma histerossalpingografia
A histerossalpingografia busca, geralmente, identificar se as trompas estão pérvias e problemas uterinos que só podem ser diagnosticados com imagens. Alguns exemplos são os seguintes
- Malformação congênita
- Desenvolvimento de pólipos (crescimento semelhante a uma verruga)
- Miomas (tumores benignos
- Aderências e cicatrizes uterinas
Ou seja, esse exame serve justamente para verificarmos se a anatomia do sistema reprodutor da paciente está favorável para uma gravidez.
Ao identificarmos alguma dessas condições, podemos iniciar um tratamento para o problema em si ou utilizar uma técnica de reprodução assistida que possibilite a gravidez mesmo sem resolvê-lo.
Por exemplo, se uma paciente possui uma aderência que impede a chegada do espermatozóide até as trompas, a Fertilização in Vitro poderá ser indicada porque anula a necessidade de deslocamento tanto do gameta masculino quanto do óvulo fecundado.
Caso nenhuma alteração seja encontrada na histerossalpingografia, investimos em outros exames para tentar determinar a causa da infertilidade. Vale lembrar que problemas hormonais, por exemplo, não podem ser identificados por esse exame, além da endometriose, uma das principais causas de infertilidade feminina.
Como a histerossalpingografia é feita
Geralmente, indicamos que esse exame seja realizado uma semana após a menstruação e antes da ovulação, ou seja, entre o 6º e o 12º dia do ciclo menstrual. Vale ressaltar que o contraste utilizado pode causar perda gestacional, por isso é fundamental garantir que a paciente não está grávida antes de realizar a histerossalpingografia.
A histerossalpingografia é um exame simples e rápido, com duração média de 20 a 30 minutos. Ao utilizar raio-x e contraste, conseguiremos ver toda a anatomia do sistema reprodutor feminino.
Funciona assim: a mulher se deita de barriga para cima, com as pernas abertas e os joelhos dobrados, na posição comum para exames ginecológicos. O médico radiologista responsável pelo procedimento vai examinar rapidamente a região da vulva e então inserir um espéculo para manter a entrada da vagina aberta e permitir a visualização do colo do útero.
Depois, o médico irá inserir um cateter fino pelo orifício do colo uterino para injetar o contraste, que inunda o útero e as trompas até perto dos ovários, para só então começar a fazer o raio-x.
De maneira geral, esse não é um exame doloroso, mas algumas mulheres relatam sentir um pouco de cólica durante a histerossalpingografia. Por isso, pode ser que o médico receite algum tipo de medicamento para dor antes do procedimento.
Após o exame, o contraste será eliminado na forma de corrimento vaginal, e é importante que a paciente utilize um absorvente externo ao invés do interno para evitar infecções.
Quer saber mais sobre os exames que costumamos solicitar para começar a tratar a fertilidade de casais tentantes? Então confira esse post aqui do nosso blog em que listamos os principais deles.
Problema na tireoide? Entenda o papel desta glândula na fertilidade
Uma em cada oito mulheres apresenta problemas na tireoide, e eles podem impactar significativamente a saúde feminina, inclusive a capacidade de engravidar e conduzir uma gestação saudável.
Isso ocorre porque a tireóide produz dois hormônios diferentes, a tiroxina (T4) e a triiodotironina (T3). O T4 é considerado um maestro do metabolismo, ou seja, diversos problemas podem aparecer quando seus níveis estão fora do que é considerado normal.
Como o processo de ovulação é complexo e necessita de um equilíbrio metabólico específico para acontecer normalmente e ser bem sucedido, alterações no funcionamento da tireoide podem sim acabar afetando seriamente a fertilidade da mulher.
Quando o T4 é produzido em excesso, temos um quadro de hipertireoidismo, o que acelera muito o metabolismo da paciente. Já quando os níveis desse hormônio caem, temos um quadro de hipotireoidismo, que faz com que o metabolismo fique muito mais lento.
Sem o tratamento adequado, ambas as condições podem acabar prejudicando a fertilidade da mulher
Problemas na tireoide têm impacto indireto na fertilidade
As gonadotrofinas, hormônios produzidos pela hipófise responsáveis pela ovulação, também interagem com o T4, de maneira que esse desequilíbrio na tireoide pode influenciar a ovulação e o seguimento da gravidez.
Como falamos, quem tem hipertireoidismo fica com o metabolismo muito acelerado, o que aumenta, também, a atividade dos ovários. Assim, o ciclo menstrual fica irregular e, portanto, a ovulação fica comprometida.
Isso diminui as chances da mulher engravidar, mas não impede a concepção. Esse é só mais um motivo para que essa gestação seja acompanhada pelo médico: as alterações metabólicas causadas pelos níveis inadequados de hormônios da tireoide e dos hormônios sexuais também podem colocar o feto em risco.
Já um quadro de hipotireoidismo pode fazer com que o óvulo seja liberado fora da fase adequada ou mesmo impedi-la completamente, causando anovulação. Sem a liberação do óvulo de seu folículo, a fecundação se torna impossível e a mulher não consegue engravidar.
Ainda que a mulher consiga ficar grávida com níveis baixos do hormônio T4, o hipotireoidismo aumenta os riscos de abortamento, mortalidade intrauterina, descolamento da placenta e nascimento prematuro.
Durante a gravidez, os hormônios da tireoide são fundamentais para a manutenção da gestação e, inclusive, parte do T4 é transferida para o feto por meio da placenta.
Diagnosticando problemas na tireoide
Mesmo trazendo consequências tão sérias para quem planeja ter filhos biológicos, os problemas na tireóide são bem simples de diagnosticar.
Um exame de sangue para rastreio dos níveis de TSH e se necessário , outros exames como anticorpos antitireoidianos, T3 e T4, são capazes de apontar se a paciente possui um quadro de hipertireoidismo ou hipotireoidismo, e, se for necessário, um ultrassom poderá ser realizado.
As doenças da tireoide costumam se manifestar mais comumente entre os 30 e 40 anos, faixa etária em que muitas mulheres procuram tratamentos de fertilidade porque tentaram engravidar sem sucesso.
Por isso, não é incomum que a reprodução assistida envolva o controle dos hormônios da tireoide nestes casos, para aumentar as chances de concepção e também garantir que a mãe e o bebê vão ter uma gestação saudável.