FIV: o que realmente esperar do procedimento
A FIV é um dos principais tratamentos de reprodução assistida que permite que pacientes com desejo de gestação possam gerar um filho saudável.
Histerossalpingografia: o exame que ajuda a avaliar a saúde do útero e das trompas
Quando uma tentante busca a reprodução assistida por não conseguir engravidar naturalmente, indicamos uma série de exames para o casal com o objetivo de descobrir quais fatores podem estar impedindo a gestação.
Um desses exames é a histerossalpingografia, procedimento ginecológico que vai avaliar o útero e as trompas da paciente e verificar a presença de problemas como malformações, miomas, tecidos cicatriciais ou tubas obstruídas, por exemplo.
Como o raio-x comum não oferece a precisão necessária para avaliar a anatomia dos órgãos do corpo, na histerossalpingografia vamos aliar essa prática a um contraste aplicado diretamente no útero.
O que buscamos com uma histerossalpingografia
A histerossalpingografia busca, geralmente, identificar se as trompas estão pérvias e problemas uterinos que só podem ser diagnosticados com imagens. Alguns exemplos são os seguintes
- Malformação congênita
- Desenvolvimento de pólipos (crescimento semelhante a uma verruga)
- Miomas (tumores benignos
- Aderências e cicatrizes uterinas
Ou seja, esse exame serve justamente para verificarmos se a anatomia do sistema reprodutor da paciente está favorável para uma gravidez.
Ao identificarmos alguma dessas condições, podemos iniciar um tratamento para o problema em si ou utilizar uma técnica de reprodução assistida que possibilite a gravidez mesmo sem resolvê-lo.
Por exemplo, se uma paciente possui uma aderência que impede a chegada do espermatozóide até as trompas, a Fertilização in Vitro poderá ser indicada porque anula a necessidade de deslocamento tanto do gameta masculino quanto do óvulo fecundado.
Caso nenhuma alteração seja encontrada na histerossalpingografia, investimos em outros exames para tentar determinar a causa da infertilidade. Vale lembrar que problemas hormonais, por exemplo, não podem ser identificados por esse exame, além da endometriose, uma das principais causas de infertilidade feminina.
Como a histerossalpingografia é feita
Geralmente, indicamos que esse exame seja realizado uma semana após a menstruação e antes da ovulação, ou seja, entre o 6º e o 12º dia do ciclo menstrual. Vale ressaltar que o contraste utilizado pode causar perda gestacional, por isso é fundamental garantir que a paciente não está grávida antes de realizar a histerossalpingografia.
A histerossalpingografia é um exame simples e rápido, com duração média de 20 a 30 minutos. Ao utilizar raio-x e contraste, conseguiremos ver toda a anatomia do sistema reprodutor feminino.
Funciona assim: a mulher se deita de barriga para cima, com as pernas abertas e os joelhos dobrados, na posição comum para exames ginecológicos. O médico radiologista responsável pelo procedimento vai examinar rapidamente a região da vulva e então inserir um espéculo para manter a entrada da vagina aberta e permitir a visualização do colo do útero.
Depois, o médico irá inserir um cateter fino pelo orifício do colo uterino para injetar o contraste, que inunda o útero e as trompas até perto dos ovários, para só então começar a fazer o raio-x.
De maneira geral, esse não é um exame doloroso, mas algumas mulheres relatam sentir um pouco de cólica durante a histerossalpingografia. Por isso, pode ser que o médico receite algum tipo de medicamento para dor antes do procedimento.
Após o exame, o contraste será eliminado na forma de corrimento vaginal, e é importante que a paciente utilize um absorvente externo ao invés do interno para evitar infecções.
Quer saber mais sobre os exames que costumamos solicitar para começar a tratar a fertilidade de casais tentantes? Então confira esse post aqui do nosso blog em que listamos os principais deles.
Análise genética do embrião na FIV: será que é pra você?
Quando uma mulher ou um casal inicia um processo de reprodução humana assistida, muitos esforços são empreendidos para que o objetivo de ter um filho seja alcançado.
Para algumas pessoas, a análise genética do embrião, exame que ajuda a identificar possíveis patologias genéticas, pode aumentar as chances de sucesso da Fertilização in Vitro porque possibilita realizar a implantação somente de embriões saudáveis.
O que é e como funciona a análise genética do embrião
Na FIV, depois que o óvulo é fecundado pelo espermatozóide, o embrião é cultivado em laboratório para se desenvolver até ser possível transferi-lo para o útero materno.
O processo de desenvolvimento de um embrião consiste numa série de divisões e diferenciações celulares, em que possíveis erros podem acarretar alterações cromossômicas causadoras de doenças que, em muitos casos, prejudicam o andamento da gestação.
Entre 5 a 6 dias depois da fecundação, o embrião atinge o estágio de blastocisto, no qual podemos realizar o Teste Genético Pré-Implantacional (PGT), por meio de uma biópsia.
As células embrionárias são retiradas e encaminhadas para análise genética, onde vão passar pelos testes PGT-A ou PGT-M. Em alguns casos, ambos podem ser realizados.
No primeiro, a técnica irá rastrear mais de 100 doenças genéticas, principalmente aquelas relacionadas a alterações no número de cromossomos, como síndromes de Down, Edwards, Turner e Patau, que estão, frequentemente, relacionadas à perda gestacional.
Já o PGT-M vai rastrear doenças hereditárias específicas, que acometem vários membros da mesma família e que possuem altas chances de serem transmitidas para os descendentes, como anemia falciforme, fibrose cística, neuropatias, entre outras.
Depois de avaliados, os embriões euplóides, ou seja, sem alterações genéticas, são selecionados para implantação no útero. Essa medida diminui o risco de abortos espontâneos por alterações cromossômicas, e ou doenças ligadas à má-formação genética.
Para quem a análise genética do embrião é indicada
Esse procedimento pode ser indicado para pessoas com mais chances de terem gametas de má qualidade, como mulheres acima dos 38 anos ou cujos parceiros têm idade avançada ou alterações seminais graves.
Casais que passaram por falhas repetidas de implantação na FIV ou perda gestacional recorrente também podem se beneficiar desse tipo de teste, bem como aqueles que possuem alterações genéticas que podem ser transmitidas para os filhos ou que passaram por falhas repetidas de implantação na FIV.
As vantagens e riscos da análise genética do embrião
As principais vantagens da análise genética do embrião são as menores chances de desenvolvimento de bebês com patologias ou doenças hereditárias por meio da transferência de embriões saudáveis. Assim, aumentamos as chances da gestão ser bem sucedida.
Além disso, muitas mulheres se sentem mais tranquilas ao saberem que escolheram um embrião saudável e que têm mais chances de ter uma gestação tranquila.
Por outro lado, o sequenciamento genético pode revelar que todo os embriões possuem patologias que impedem a transferência, o que seria, também, uma grande decepção. Além disso, o procedimento oferece riscos baixos de inviabilizar o embrião para implantação.
É também importante ressaltar que ainda existe a possibilidade do embrião desenvolver algum tipo de patologia após a transferência, ok?
Agora que você já entendeu melhor esses importantes aspectos a respeito da análise genética de embriões, você já consegue imaginar se ele é ou não indicado para você. De qualquer forma, fique tranquila: quando você começa o seu processo de reprodução assistida, nós do Centro de Reprodução Humana do Mater Dei vamos te fornecer todas as informações necessárias para que você realize o seu tratamento de fertilidade da melhor maneira possível, ok?