Quando a Fertilização in vitro (FiV) é indicada abre-se a possibilidade de realizar o rastreamento genético do embrião.
Essa tecnologia permite antecipar alterações cromossômicas numéricas ou mesmo patologias hereditárias, antes do embrião ser implantado no útero.
Vamos entender melhor como isso é feito e quais benefícios ele pode trazer ao tratamento de FiV!
O que é o teste genético pré-implantacional?
O teste genético pré-implantacional (PGT) consiste na retirada de células que compõem tecidos do trofoectoderma, ou seja, tecidos extra-embrionários, como aqueles que darão origem à placenta, por exemplo.
O período ideal para realizar essa investigação é durante a fase de blastocisto, por volta do seu 5º dia de formação.
Estas células são extraídas com a ajuda de uma agulha e levadas ao laboratório para serem biopsiadas. Após, o embrião é colocado em criopreservação até a chegada dos resultados.
Esses testes podem variar de acordo com o que precisa ser avaliado.
Tipos de PGT’s
Os fatores investigados em um PGT vão depender dos motivos que levaram os especialistas a entenderem que esse tipo de teste é recomendado para determinado caso.
São duas opções:
• PGT-M: indicado quando são identificados casos na família de doenças gênicas, como anemia falciforme, fibrose cística e neuropatias.
• PGT-A: vai investigar aneuploidias, que, por sua vez, são alterações cromossômicas responsáveis pelo desenvolvimento de síndromes, como Down, Turner, Klinefelter e Patau.
Essas alterações acontecem no número de cromossomos, que podem se apresentar em quantidade maior ou inferior ao número natural de 23 pares.
A descoberta dessas alterações vai evitar a tentativa de implantação deste embrião que tem chances aumentadas de culminar em um aborto.
O PGT-A é indicado, entre outras razões, para mulheres acima dos 40 anos; após recorrentes tentativas frustradas de implantação; e alterações significativas no espermograma.
Por que realizar um PGT?
Esse teste não é recomendado de ser realizado indiscriminadamente. O CFM indica a sua realização para os cenários supracitados.
Para esses casos, as vantagens podem englobar a diminuição do tempo para conseguir engravidar; menor número de transferências embrionárias; aumento das chances de implantação; redução do risco de aborto; e menor incidência de gestações gemelares.
Ainda que haja todas essas vantagens, vale ressaltar que o PGT aumenta as chances de implantação do embrião, mas não interfere nas taxas de natalidade.
Além disso, há uma margem de erro de 1 a 2%. Uma vez que as células extraídas podem não ser fidedignas à proporção real de células boas e ruins presentes no embrião.
O PGT é seguro?
É normal surgir a dúvida sobre a possibilidade de o procedimento prejudicar o desenvolvimento do embrião, uma vez que parte das suas células são removidas para serem biopsiadas. Contudo, quando os profissionais são qualificados, esse risco não ocorre. Pois a parte extraída para análise não afeta as estruturas mais essenciais do embrião.
Para saber se esse procedimento é indicado para o seu caso, procure seu médico!