Um dos fatores mais importantes para que a gravidez ocorra, seja de forma natural ou por meio da reprodução humana assistida, é a receptividade do endométrio. Esse é o momento em que a parede do útero, revestida pelo tecido endometrial, está receptiva para que o embrião se fixe e continue a se desenvolver de maneira adequada.
Mesmo um embrião saudável, formado por óvulo e espermatozóide de qualidade poderá não se fixar no útero se o endométrio não estiver receptivo, motivo pelo qual o tratamento de fertilidade costuma envolver o preparo do endométrio.
Quando e como o endométrio está mais receptivo
Entendemos o endométrio como receptivo ou ideal para fixação do embrião quando ele está mais espesso e expressando moléculas que ajudam o embrião a aderir, um período que dura poucos dias e que é decisivo para o sucesso no tratamento de fertilidade.
Geralmente, a janela de implantação está entre o 19º e o 21º dia do ciclo menstrual, mas uma parcela significativa de mulheres têm essa janela deslocada, acontecendo antes ou depois desse período.
Entendendo o preparo do endométrio
Para aumentar as chances de implantação do embrião, quando fazemos transferência de embriões descongelados, geralmente realizamos o preparo do endométrio no tratamento de fertilidade. Para isso, a paciente vai utilizar os hormônios estradiol e progesterona, em uma ordem e dosagem especificas, prescritas pela equipe médica.
Cerca de dez dias depois de iniciarmos o tratamento com estradiol, realizamos uma ultrassonografia transvaginal que possibilita conhecermos a espessura do endométrio e seu aspecto. Dependendo do resultado, iniciamos o uso de progesterona e, alguns dias depois, realizamos a transferência, conforme o dia em que o embrião foi congelado.
Não há um ponto de corte bem estabelecido, mas geralmente considera-se adequado um endométrio com 7 mm ou mais no dia da ovulação ou após uso de estradiol.
Preparo do endométrio garante sucesso da FIV?
O preparo do endométrio é uma parte muito importante do processo de Fertilização In Vitro, e embora aumente as chances de sucesso do tratamento, ele não garante que uma falha não irá acontecer.
Como falamos, algumas mulheres podem ter a janela de implantação num período diferente da maioria e muitos outros fatores podem prejudicar a implantação do embrião, como alterações anatômicas ou inflamatórias.
Uma ocorrência possível também é a má resposta do endométrio ao preparo, o que pode prejudicar os planos da FIV. Isso porque os embriões precisam ser transferidos num período específico de seu desenvolvimento, e se o endométrio não estiver receptivo naquele momento, pode ser estratégico investir na criopreservação.
Assim, eles poderão ser descongelados quando o endométrio estiver nas melhores condições possíveis para a implantação do embrião.