A jornada para a maternidade nem sempre segue um único caminho. Para algumas mulheres e casais, a ovodoação se torna uma opção importante e bem-sucedida para alcançar o sonho de ter um filho. Neste artigo, exploraremos o que é a ovodoação, como funciona essa técnica, em quais situações ela é indicada e como esse processo ocorre no contexto brasileiro.
O que é a ovodoação?
A ovodoação é um procedimento de reprodução assistida no qual uma mulher, a receptora, recebe óvulos de uma doadora anônima. Esses óvulos doados são fertilizados com os espermatozoides do parceiro da receptora ou de um doador de esperma, criando embriões saudáveis. Esses embriões são então transferidos para o útero da receptora, onde eles têm a chance de se desenvolver em uma gestação.
Como funciona o procedimento?
- Seleção da doadora: a primeira etapa envolve a seleção cuidadosa de uma doadora de óvulos. As doadoras são geralmente mulheres jovens e saudáveis, submetidas a uma série de exames médicos e avaliações psicológicas antes de serem aceitas para doação.
- Sincronização dos ciclos: Tanto a doadora quanto a receptora são submetidas a um tratamento hormonal para sincronizar seus ciclos menstruais.
- Recuperação dos óvulos: Quando os óvulos da doadora estão maduros, eles são coletados através de um procedimento ambulatorial minimamente invasivo, conhecido como punção folicular.
- Fertilização e transferência: Os óvulos são então fertilizados com os espermatozoides do parceiro da receptora ou de um doador de sêmen em laboratório. Os embriões resultantes são monitorados e, após alguns dias, um ou mais são selecionados e transferidos para o útero da receptora.
- Acompanhamento e teste de gravidez: após a transferência, a receptora é acompanhada de perto para determinar se a gravidez foi bem-sucedida. Um teste de gravidez é realizado aproximadamente duas semanas após a transferência dos embriões.
Quando a ovodoação é indicada?
A ovodoação é uma opção considerada em várias situações, incluindo:
- Problemas de qualidade dos óvulos: Mulheres que enfrentam dificuldades devido à qualidade reduzida dos óvulos devido à idade avançada, histórico de tratamentos de câncer, ou outras condições médicas.
- Falha em tratamentos anteriores: Casais que não obtiveram sucesso com tratamentos de fertilidade anteriores, como a fertilização in vitro com óvulos próprios.
- Doenças genéticas hereditárias: Quando há risco de transmitir doenças genéticas hereditárias, a ovodoação pode ser uma alternativa para evitar a transmissão dessas condições.
Quem pode doar óvulos?
As doadoras de óvulos geralmente são mulheres saudáveis com menos de 37 anos, que passam por rigorosos exames médicos e psicológicos. No Brasil, a doação é anônima e não remunerada, sendo regulamentada pelo Conselho Federal de Medicina (CFM), com exceção nos casos de doação de gametas entre parentes de até 4 grau de um dos receptores. (1 grau: pais/filhos; 2 grau: avós/irmãos; 3 grau: tios/sobrinhos; 4 grau: primos), conforme estabelecido pela última Resolução do CFM nº 2.294/2021, atualmente vigente desde 15/06/2021. .
O contexto da ovodoação no Brasil
A ovodoação é legal e regulamentada no Brasil, seguindo as diretrizes éticas e médicas estabelecidas pelo CFM. A doação é anônima, ou seja, a identidade da doadora é mantida em sigilo, e a receptora não tem acesso a informações pessoais da doadora. Com a exceção nos casos de doação de gametas entre parentes de até 4 grau de um dos receptores.
A ovodoação é uma opção importante que oferece esperança e oportunidade para muitas mulheres e casais que desejam ter filhos. É um procedimento eficaz que tem permitido que muitas pessoas realizem seu sonho de serem pais, mesmo quando outros obstáculos se apresentam.
Em resumo, a ovodoação é uma técnica de reprodução assistida que oferece uma nova chance de maternidade para mulheres e casais que enfrentam desafios de fertilidade. Ela envolve a doação de óvulos por uma mulher saudável e sua subsequente fertilização e transferência para a receptora. Essa técnica é indicada em várias situações e é regulamentada pelo CFM no Brasil, proporcionando uma abordagem ética e legal para a construção de famílias.