Um vídeo de divulgação do trabalho do produtor e cineasta, com formação em biologia molecular, Hashem Al-Ghaili, causou alvoroço na Internet no final de 2022.
Ele propõe, em um vídeo conceitual, a criação de um útero artificial que substitua o processo gestacional por meio naturais.
Esse processo artificial de gestação aconteceria em um complexo chamado de Ecto Life, com capacidade para produzir até 30 mil bebês por ano.
Mas esse vídeo representa apenas aspirações de Hashem. Especialistas acerca do tema dizem que ainda não é factível a replicação das condições encontradas no útero.
Essa revolução no processo de reprodução não é impossível de acontecer. Afinal, atualmente, as quatro primeiras semanas de gestação já são reproduzidas em laboratórios de FiV e bebês prematuros nascidos após a 21ª semana conseguem continuar se desenvolvendo em incubadoras.
O grande segredo a ser desvendado é esse intervalo entre a 4ª e a 20ª semana de gestação.
Mas, se isso acontecesse, quais seriam as vantagens?
Como a humanidade poderia se beneficiar da criação de úteros artificiais?
Claro que a ideia de produzir bebês fora do organismo da mulher pode causar estranheza. Mas, ainda que essa possibilidade soe antinatural, ela poderia beneficiar a humanidade em diversos aspectos.
Em primeiro lugar, podemos citar a diminuição de problemas gestacionais, visto que o feto não seria impactado pelas condições de saúde da gestante, por exemplo, e mortes maternas também poderiam ser prevenidas.
Em segundo lugar, países que apresentam queda populacional poderiam aumentar as taxas de natalidade.
Em terceiro lugar, estão os benefícios ligados aos pacientes que precisam de técnicas de reprodução assistida. Pacientes oncológicas que perderam seu útero em alguma cirurgia ou casais homoafetivos masculinos não precisariam recorrer a uma barriga solidária, por exemplo.
Da mesma forma, casais inférteis também poderiam ser pais biológicos de seus próprios filhos, sem a necessidade de uma terceira pessoa para gestar a sua prole.
Questões éticas relacionadas a esse projeto
Essa iniciativa também chama atenção por explorar alguns pontos que vão além das questões de reprodução. Ela especula sobre a manipulação genética.
Na proposta do cineasta, haveria a opção de um “Pacote de Elite”, em que os clientes teriam a opção de escolher desde elementos ligados à aparência, como a cor dos olhos, dos cabelos e a altura, a elementos relacionados à cognição, como a inteligência. Além disso, doenças genéticas hereditárias poderiam ser evitadas.
Essa personalização seria feita na etapa de Fertilização in vitro, antes de implantar o embrião no útero artificial.