A maternidade tardia é uma tendência crescente nas últimas décadas, refletindo mudanças significativas na sociedade e nas prioridades das mulheres. Na década de 1970, a idade média para ter o primeiro filho era de 21 anos. Hoje, essa idade aumentou consideravelmente, com muitas mulheres optando por adiar a maternidade para depois dos 30 ou 40 anos.
Fatores que contribuem para a maternidade tardia
O adiamento da maternidade é resultado de uma combinação de fatores. Um dos principais é a adoção de políticas públicas de planejamento familiar, que tornaram métodos contraceptivos amplamente acessíveis e eficazes.
Além disso, o empoderamento das mulheres, aliado ao avanço socioeconômico, permitiu que elas se concentrassem em suas carreiras, educação e crescimento pessoal antes de considerarem a maternidade. Como resultado, ter filhos muitas vezes passa a ocupar um lugar secundário na lista de prioridades.
Nos últimos anos, outra tendência tem se destacado: o aumento da procura pela preservação da fertilidade. A criopreservação de óvulos e embriões tornou-se uma prática cada vez mais comum entre mulheres que desejam postergar a maternidade, garantindo a possibilidade de ter filhos em um momento futuro mais conveniente.
A Fertilização In Vitro como solução
Com o adiamento da maternidade, surgem desafios naturais relacionados à fertilidade. A fertilização in vitro (FIV) desempenha um papel crucial para mulheres que enfrentam dificuldades para engravidar em idades mais avançadas. A FIV é um procedimento de alta complexidade que permite a fecundação de óvulos fora do corpo da mulher, aumentando as chances de uma gravidez bem-sucedida, mesmo após os 35 anos, quando a fertilidade começa a declinar naturalmente.
Além de ser uma solução para dificuldades relacionadas à idade, a fertilização in vitro também é uma opção viável para mulheres que decidiram preservar seus óvulos ou embriões em anos anteriores. Essa técnica permite que, mesmo após o envelhecimento natural dos óvulos, as chances de uma gravidez saudável permaneçam altas.
Criopreservação: garantindo a fertilidade futuramente
A criopreservação de óvulos e embriões é uma ferramenta poderosa para mulheres que desejam manter a possibilidade de maternidade no futuro. A técnica consiste em congelar óvulos ou embriões em sua fase mais saudável, preservando suas características para uma futura fertilização. Nos últimos cinco anos, a procura por essa tecnologia cresceu expressivamente, não só no Brasil, mas em vários países do mundo.
Mulheres que optam por adiar a maternidade encontram na criopreservação uma segurança adicional, sabendo que podem contar com seus óvulos ou embriões em um momento mais apropriado para a concepção. Essa prática tem se tornado parte essencial do planejamento familiar para muitas, alinhando-se ao desejo de equilibrar vida pessoal, carreira e maternidade.
Podemos dizer que o adiamento da maternidade é uma tendência que reflete as transformações sociais e econômicas das últimas décadas. Com a fertilização in vitro e a criopreservação, as mulheres têm mais controle sobre suas escolhas reprodutivas, podendo adiar a maternidade sem abrir mão do sonho de ter filhos.
Essas tecnologias não só ampliam as possibilidades para as mulheres que optam por ter filhos mais tarde, mas também oferecem uma segurança adicional na jornada da maternidade, em um mundo onde o planejamento familiar está cada vez mais sofisticado e acessível.