A endometriose é uma condição que afeta aproximadamente 6,5 milhões de mulheres brasileiras e se caracteriza pela presença de células do tecido que reveste o útero, o endométrio, em outros órgãos da região abdominal, como ovários, trompas, bexiga e intestino.
Trata-se de uma doença inflamatória e proliferativa, ou seja, que tende a se expandir com o passar do tempo. Dependendo do grau do problema, a endometriose prejudica muito a qualidade de vida da mulher com dores intensas durante a menstruação e relações sexuais, além de causar problemas de infertilidade.
Infelizmente,a própria natureza complexa da endometriose fizeram com que a doença ficasse cercada de equívocos e mitos, que se tornam verdadeiros obstáculos para que as mulheres recebam ajuda médica adequada.
Para ajudar a conscientizar as mulheres, sejam elas portadoras de endometriose, vamos comentar alguns mitos e verdades sobre a doença. Assim, esperamos contribuir para que mais pessoas conheçam a endometriose e para que mais mulheres possam buscar assistência médica antes que o problema se torne grave. Vamos lá?
Sentir muita dor na menstruação é normal – Mito!
Embora seja normal sentir cólicas no período pré-menstrual ou durante a menstruação, dores que interferem na vida cotidiana ou que se tornam incapacitantes não são normais e precisam de investigação médica.
Mesmo para mulheres com endometriose, a dor não deve ser tida como normal, já que encará-la dessa forma, além de prejudicar a qualidade de vida, afasta a paciente de tratamentos que podem aliviar as dores e prevenir a progressão da doença.
Adolescentes não têm endometriose – Mito!
Por muito tempo, acreditou-se que a endometriose só acometia mulheres acima dos 20 anos. Isso se deve ao fato de que a cirurgia exploratória era a única forma de diagnosticar aquelas que já apresentavam sintomas muito graves e já tinham tido filhos.
Entretanto, muitas mulheres já apresentam sintomas de endometriose no início da adolescência, e desde os anos 1990, temos muitas evidências de que adolescentes e jovens mulheres podem sim ter endometriose.
Principalmente para meninas e mulheres e jovens, foi muito comum que as queixas de dor abdominal relacionada à menstruação não fossem levadas a sério, e, em menor escala, essa ainda é uma realidade hoje.
Por isso, mesmo que você tenha menos de 25 ou 30 anos, não deixe de buscar ajuda médica caso você sofra com dores abdominais, ok?
A endometriose é sempre dolorosa – Mito!
Apesar das dores abdominais serem um dos principais sintomas da endometriose, nem todas as pacientes com a doença sentem dor. É muito comum que mulheres com endometriose só descubram que são portadoras da doença depois de um ultrassom ou após terem dificuldades para engravidar.
Gravidez ou histerectomia curam a endometriose – Mito!
Muitas pessoas pensam que a interrupção do ciclo menstrual durante a gravidez funciona como uma cura para a endometriose, mas isso não é verdade! Os sintomas podem ser amenizados durante esse período, mas assim que o bebê nasce e os níveis hormonais começam a se estabilizar, os sintomas tendem a retornar.
Outras mulheres pensam que remover o útero e as trompas pode curar a endometriose. Acontece que a doença se caracteriza justamente pela presença do tecido endometrial fora do útero, então quando o assunto é cirurgia o principal é, na verdade, remover de endometriose, ou seja, o tecido endometrial ectópico.
A endometriose tem tratamento – Verdade!
Apesar de não poder ser curada, a endometriose pode ser tratada com medicamentos hormonais e, em alguns casos, com cirurgia. Para muitas mulheres, essas medidas conseguem paralisar a evolução da doença, amenizando os sintomas e, principalmente, prevenindo problemas de infertilidade.
Nesse sentido, receber o diagnóstico precocemente faz toda a diferença.
Fertilização In Vitro não é indicada para quem tem endometriose – Mito!
As taxas de sucesso da FIV tendem a ser similares para mulheres com endometriose do que para aquelas que não têm esse problema, e isso não significa que a Fertilização In Vitro não é indicada.
Muito pelo contrário, essa é uma das técnicas de reprodução assistida mais bem sucedidas para portadoras de endometriose, principalmente quando está associada a outros métodos de tratamento da doença.
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