Quem não é da área, geralmente, sabe apenas que as mulheres menstruam uma vez por mês e, quando esse processo não acontece, é sinal de uma possível gravidez. Em linhas gerais, é realmente isso o que acontece, mas, ao esmiuçarmos esse fenômeno mensal, vemos que há muitos fatores envolvidos.
E um deles está relacionado à produção de hormônios. Vamos conhecer melhor?
Que hormônios são esses?
O hormônio de liberação da gonadotrofina (GnRH), produzido pelo hipotálamo, é quem controla os ciclos menstrual e ovariano. Ele induz a liberação de outros dois importantes hormônios sintetizados pela hipófise.
O primeiro é o hormônio folículo-estimulante (FSH), que, por sua vez, é uma gonadotrofina responsável por estimular a secreção inicial de estrógenos.
E o segundo é o hormônio luteinizante (LH), que induz a maturação dos folículos ovarianos e a secreção de estrógenos por meio destes, levando à ovulação.
Esses dois hormônios trabalham em sincronia e, quando estão desregulados, podem acarretar patologias do sistema reprodutivo.
Tudo isso parece muito complicado, a princípio, então vamos focar naquilo é mais importante para um não-especialista saber:
Qual o papel do FSH no nosso organismo?
Apesar desse hormônio possuir as funções de regular o desenvolvimento, o crescimento, a maturação puberal e os processos reprodutivos do corpo, focaremos, agora, apenas neste último aspecto.
Sabe-se que a menstruação tem profunda relação com a reprodução humana e que um ciclo menstrual normalmente ocorre por um período de 28 dias e possui três fases: folicular, ovulatória e lútea. Seu início se dá no dia em que a menstruação desce e, por volta do 14º dia, ocorre a ovulação.
Ainda na primeira fase, próximo à ovulação, os níveis de FSH aumentam, fazendo com que haja o crescimento de vários folículos (bolsas que armazenam os óvulos).
Porém, apenas um se desenvolve até o tamanho final, apesar da quantidade produzida, sendo este chamado de folículo de Graaf.
Posteriormente, os níveis de FSH começam a diminuir e aqueles folículos menos desenvolvidos morrem. A segunda fase se inicia quando há o rompimento desse folículo, que atingiu a maturação completa, permitindo, assim, a liberação do ovócito.
Já a fase lútea ou pós ovulatória, é compreendida pelo período entre a ovulação e a próxima menstruação. Após a ovulação, a secreção de LH induz os remanescentes do folículo maduro a formarem o corpo lúteo – uma glândula endócrina que se desenvolve no ovário de modo temporário e cíclico e é responsável pela secreção de progesterona.
Essa glândula permanecerá por duas semanas, caso não haja gravidez. Sendo assim, há a sua degeneração, após este intervalo, provocando a menstruação, ou seja, o início de um novo ciclo.
Agora que vimos o quanto o FSH interfere no ciclo reprodutivo, podemos pensar nas consequências geradas pela sua desregulação.
O que acontece se o FSH estiver em desequilíbrio?
Apesar de não ter sido abordado no texto, o FSH também auxilia na espermatogênese, portanto, baixos níveis desse hormônio podem acarretar na infertilidade tanto feminina, quanto masculina.
Já o seu excesso em mulheres pode indicar deficiências nos ovários associadas a síndromes e até a puberdade precoce. E, nos testículos, provoca níveis altos de testosterona.
As situações descritas acima são descobertas por meio de exames solicitados por ginecologistas, endocrinologistas ou médicos especialistas em fertilização, quando o casal encontra dificuldades para engravidar.
Caso seja identificada alguma irregularidade, o tratamento mais adequado será prescrito pelo profissional.