Tempos atrás acreditava-se que o que acontecia na mente não impactava no corpo. Mas essa premissa já foi superada.
Prova disso é que ansiedade, depressão e exposição prolongada a agentes estressores podem desregular a produção de hormônios e impactar, entre outras coisas, na fertilidade das mulheres.
Vamos saber um pouco mais?
Saúde e fertilidade
A capacidade de reprodução sofre interferências de fatores externos e internos. Nossa carga genética, nossa alimentação, sono e a quantidade de horas dedicadas a atividades físicas por semana são alguns deles.
No caso das mulheres, a fertilidade está relacionada a fatores como:
- idade;
- peso;
- hábitos, como a frequência em que realiza exercícios físicos, a maneira que se alimenta, alcoolismo, tabagismo;
- o momento e a frequência que mantém relações sexuais;
- o seu histórico clínico, levando em consideração a presença de alguma ginecológica e/ou crônica, tratamentos agressivos, a exemplo da radio e quimioterapias;
- e o uso de medicamentos.
Mas não é só a saúde física que vai predizer sobre a fertilidade feminina, a saúde mental também é um elemento importante. E isso acontece por dois motivos.
O primeiro está relacionado às alterações hormonais que podem ser desencadeadas pela desregulação na produção de cortisol, prolactina e outros hormônios produzidos na tireoide ou na hipófise.
O segundo é a mudança de hábitos frequentemente associada a quadros de ansiedade e depressão.
Portadores de transtornos mentais estão mais propensos a se alimentarem inadequadamente, podendo se tornar obesos ou excessivamente magros.
Além disso, o risco dessas pessoas se tornarem dependentes de cigarro, álcool e, até mesmo, de drogas ilícitas fica bastante aumentado.
Esses comportamentos arriscados podem causar uma baixa na reserva ovariana da mulher e queda da qualidade dos óvulos, promover ciclos menstruais irregulares e alterações em estruturas do sistema reprodutor, como o endométrio e as tubas uterinas.
Saúde mental durante o tratamento de infertilidade
Passar por um tratamento de fertilidade pode trazer impactos psicológicos. É um momento que pode envolver estresse, baixa autoestima, pressões sociais e internas, vergonha e até o uso de medicamentos que alterem o funcionamento mental.
Com isso, além das alterações hormonais já citadas, a diminuição da libido e a consequente queda na frequência das relações sexuais também podem ocorrer.
A estimativa é que cerca de 37% das pacientes que passam por esse tipo de tratamento experimentam sintomas relacionados à depressão e de 25 a 60% recebem diagnóstico de depressão e/ou ansiedade.
Considerando esse possível abalo psicológico sofrido pelas tentantes, as equipes de especialistas em reprodução humana contam com psicólogos que ajudam essas pacientes a passarem por esta fase.