A Doença Inflamatória Pélvica (DIP) é uma inflamação que, na maioria dos casos, se origina a partir de uma infecção vaginal que progrediu, afetando o útero, as trompas e outras regiões da pelve. Infelizmente, uma em cada quatro mulheres com esse problema vão ter sequelas a longo prazo. Uma delas pode ser a infertilidade.
Causas da doença inflamatória pélvica
A vagina possui uma flora bacteriana natural que protege a região de outros tipos de bactérias ao criar um ecossistema muito específico. Quando o canal vaginal é infectado por bactérias sexualmente transmissíveis, como a clamídia e a gonorreia, essa barreira protetora é derrubada e os demais órgãos do aparelho reprodutor feminino ficam vulneráveis a essa infecção. .
Como nem todas as pessoas que contraem essas doenças desenvolvem DIP, outros fatores de risco estão envolvidos, como já ter tido o problema antes, ter menos de 25 anos, vida sexual ativa com muitos parceiros e não usar preservativo.
O diagnóstico da doença nem sempre é fácil, pois a maioria das pacientes evoluem com sintomassutis. Pouca dor, febre baixa e corrimento discreto, muitas vezes, não levam a mulher a procurar orientação médica. Por isso, estima-se que até 60% dos casos de DIP sejam subclínicos.
Um dado preocupante principalmente se considerarmos que sintomas brandos não indicam que a doença seja inofensiva: esse estado inflamatório pode ter como consequência a lesão das trompas e do útero, o que pode levar à infertilidade.
Infertilidade e doença inflamatória pélvica
Muitas vezes, a DIP é diagnosticada muito tempo depois da infecção aguda, quando a mulher procura ajuda médica porque está tendo dificuldades para engravidar.
Pacientes com danos leves causados pela doença têm 3% de chance de ter problemas de fertilidade no futuro, enquanto danos moderados e graves aumentam os riscos em 13% e 29%, respectivamente.
Essas lesões ocorrem porque a invasão das bactérias podem causar alterações morfológicas nas trompas uterinas, estruturas o óvulo percorre até ser fecundado por um espermatozoide, desde a sua maturação até o útero. Com o bloqueio dessa passagem, os gametas não poderão se encontrar e a gravidez não ocorre.
Em algumas situações, a passagem não fica totalmente bloqueada e o espermatozóide pode encontrar o óvulo nas trompas, o que implica num risco elevado de gravidez ectópica. Nesses casos, infelizmente, não teremos opção a não ser interromper a gestação.
Quando falamos em doença inflamatória pélvica, algumas medidas devem ser adotadas para prevenir a infertilidade: prevenção por meio do uso de preservativos, realização de exames anuais para identificar a presença de ISTs e, caso os sintomas de DIP sejam notados, a paciente deve buscar ajuda médica para tratamento adequado.
Os danos causados pela DIP nas trompas e ovários não são reversíveis. Nesse sentido, a fertilização in vitro pode ajudar pacientes que lidam com a infertilidade como consequência da doença.
Afinal, esse método vai justamente anular a necessidade do óvulo viajar pelo sistema reprodutor feminino, já que é coletado diretamente dos ovários e fertilizado em laboratório. Além disso, a FIV diminui as chances de gravidez ectópica para mulheres que lidaram com a doença inflamatória pélvica.
Inclusive, vale ressaltar que o tratamento para fertilidade só poderá ser realizado depois que a inflamação for tratada adequadamente.
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