O congelamento de óvulos e embriões são dois tipos de técnicas que visam preservar a fertilidade. Mas, apesar de terem o mesmo objetivo, há diferenças entre elas.
O que diferencia o congelamento de embriões do congelamento de óvulos?
O congelamento de óvulos depende apenas da mulher. Afinal, somente os gametas dela são criopreservados.
Nele, são realizadas as etapas de estimulação ovariana; acompanhamento do crescimento folicular por meio de exames ultrassonográficos; aspiração dos óvulos; e, por fim, o congelamento, ou vitrificação.
Já no congelamento de embriões, os óvulos da mulher também são colhidos. Mas não pára por aí! O homem também fornece seu sêmen e é feita a fertilização em laboratório. Sendo assim, em vez de congelar apenas os gametas, o embrião já pronto é criopreservado.
Os dois recursos já estão muito bem estabelecidos na medicina reprodutiva e trazem bons resultados. Mas como saber qual escolher?
Qual das duas técnicas é melhor?
A verdade é que não há uma técnica melhor que a outra. A escolha do procedimento mais adequado vai depender de cada caso.
A criopreservação de óvulos é recomendada, por exemplo, em situações em que a mulher deseja adiar a maternidade, para focar na carreira ou por quaisquer outros motivos pessoais.
Nesse caso, é indicado que ela preserve seus óvulos o quanto antes; afinal, quando eles forem utilizados terão as mesmas propriedades que possuíam no momento da coleta. Essa característica, consequentemente, aumenta as chances de sucesso da gravidez.
Isso deve ser feito principalmente quando a mulher pretende ser mãe após os 35 anos. Essa precaução resguarda a possibilidade da reserva ovariana estar muito baixa, no momento em que decidir engravidar, o que é natural de acontecer com o decorrer dos anos.
Então, quanto mais jovem é a mulher, maiores são as chances de se extrair uma quantidade satisfatória de óvulos e com melhor qualidade.
Outra situação em que essa saída também é bastante corriqueira é quando a mulher vai ser submetida a tratamentos médicos agressivos, como a quimioterapia e certos tipos de cirurgias.
Pelo risco de afetar a fertilidade dessa paciente, os óvulos são colhidos para que ela possa se tornar mãe ao estar curada ou quando ela desejar.
Seja qual for o motivo que leve a mulher a criopreservar seus óvulos, ela terá mais liberdade em relação ao seu relógio biológico, podendo ganhar mais tempo para encontrar um parceiro ideal ou recorrendo a uma produção independente, em um momento oportuno, utilizando o material genético disponibilizado no banco de sêmen.
Enquanto isso, a criopreservação de embriões é mais adequada para casais em relacionamentos estáveis, que, também desejam adiar a paternidade ou até mesmo para a mulher que já encontrou um doador de sêmen e prefere congelar o embrião em vez de somente os óvulos, já que os embriões apresentam uma resistência um pouco maior ao processo de vitrificação do que os gametas isolados.
Nenhuma dessas duas técnicas tem prazo de validade determinado. Há registro de casos de óvulos e embriões que foram utilizados 15 anos após o congelamento.
Contudo, é importante realizar um planejamento de quando esse material será utilizado, esclarecendo as chances de gravidez de acordo com a técnica escolhida e levando em consideração as particularidades fisiológicas de cada paciente.