Quando um casal tenta engravidar há mais de um ano, e não obtém sucesso, pode-se começar a suspeitar de infertilidade e, em seguida, buscar ajuda profissional para descobrir as causas.
A grande questão é que, quando essa situação acontece em decorrência de problemas relacionados ao homem, o processo de aceitação até o início do tratamento pode ficar um pouco mais complicado.
A falta de reconhecimento da infertilidade masculina pode dificultar a busca por soluções adequadas. Casais que enfrentam dificuldades para engravidar podem gastar tempo e recursos financeiros em tratamentos para a mulher, ignorando a possibilidade de que o homem possa ter um papel importante na questão.
Não é difícil perceber que ainda há um certo tabu sobre a infertilidade masculina. Por isso, vamos saber um pouco mais sobre como esses estigmas podem afetar o casal e quais são os principais causadores de infertilidade nos homens?
O tabu que permeia a infertilidade nos homens
Historicamente, as mulheres cuidam mais da própria saúde e falam mais abertamente quando algo não vai bem. Contudo, ainda há um grande estigma para o sexo masculino lidar com algum problema de saúde, principalmente ao que se relaciona à sua fertilidade, ou, melhor dizendo, à sua infertilidade.
Inclusive, essa recusa de alguns homens em admitir que nem sempre a sua saúde está em 100% pode assolar a sua companheira com uma pressão que recai exclusivamente sobre ela, quando o casal se depara com dificuldades reprodutivas.
Há casos em que, ao descobrir que a infertilidade se dá por razões masculinas, o casal recebe a notícia com surpresa, justamente, por estarmos habituados a associar a infertilidade a problemas femininos.
Uma das principais consequências do estigma da infertilidade masculina é a sensação de culpa e inadequação que algumas mulheres podem experimentar quando não conseguem engravidar. Elas podem internalizar, erroneamente, a ideia de que são responsáveis pelo problema, o que pode levar a sentimentos de fracasso e baixa autoestima.
Outra questão relacionada é a falta de conscientização sobre as possíveis causas da infertilidade masculina. É verdade que, em muitos casos, os fatores femininos também podem desempenhar um papel na infertilidade do casal. No entanto, ignorar ou negligenciar a infertilidade masculina como uma possível causa pode atrasar o diagnóstico e o tratamento adequado, prolongando o período de tentativas frustradas para conceber.
Quais são as principais causas para a infertilidade masculina?
O principal exame para mensurar como anda a fertilidade nos homens é o espermograma. Uma vez que ele analisa tanto a contagem quanto a morfologia dos espermatozoides.
As possíveis causas da infertilidade masculina podem variar e incluem fatores como baixa contagem de espermatozoides, problemas de motilidade espermática, anomalias genéticas, lesões ou infecções nos órgãos reprodutores masculinos, entre outros. Além disso, fatores externos, como estilo de vida, tabagismo, consumo excessivo de álcool, estresse e exposição a produtos químicos nocivos, também podem afetar a saúde reprodutiva masculina.
Além dessas questões, a contaminação por certas doenças, como a caxumba, também podem trazer prejuízos à fertilidade dos homens. Uma das características da caxumba é causar um aumento do volume dos testículos, o que, por sua vez, desencadeia um processo inflamatório e a diminuição da vascularização da região. Uma das consequências disso é a morte celular, ou seja, a diminuição da quantidade de espermatozoides.
O estigma da infertilidade masculina pode ter um impacto significativo na vida das mulheres que estão tentando engravidar. Historicamente, a sociedade atribuiu a responsabilidade pela fertilidade ao papel da mulher, muitas vezes ignorando ou minimizando a possibilidade de problemas de infertilidade masculina. Esse tabu em torno da infertilidade masculina pode levar as mulheres a se sentirem sobrecarregadas com a pressão e o estresse emocional relacionados à concepção.
A estimativa é de que cerca de 50% dos casos de infertilidade acontecem por questões femininas, de 20 a 30% por questões masculinas e o restante por questões do casal ou por razões desconhecidas.
Sendo assim, não é justo que essa pressão recaia sobre as mulheres, uma vez que os distúrbios podem vir de ambos os lados. Além do mais, o momento em que um casal decide trazer uma vida ao mundo deve ser de amor e de compartilhamento, e não de culpabilização.