Quando a mulher não consegue ovular ou produz óvulos de baixa qualidade, a saída para conseguir gestar seus filhos pode ser a ovodoação.
Os motivos para não conseguir ovular podem envolver tratamentos oncológicos com quimio ou radioterapias, procedimentos cirúrgicos, menopausa, falência ovariana, doenças hereditárias ou outras enfermidades no sistema reprodutor.
Mas isso não é motivo para a mulher desistir de carregar o seu bebê na barriga!
Felizmente, os avanços em Reprodução Humana Assistida permitem que esses problemas sejam contornados e o sonho da maternidade possa ser realizado por essas pacientes.
Um dos meios que vão ajudar nesse processo é a ovodoação.
Vamos saber mais?
Como acontece a ovodoação?
A ovodoação pode acontecer de duas formas: compartilhada ou solidária, também chamada de altruísta.
Na compartilhada, a cedente doa parte de seus óvulos produzidos após a estimulação ovariana. Em troca, ela pode ter parte do seu tratamento custeado pela receptora.
Já na solidária, a cedente doa todos os óvulos produzidos no ciclo.
Essa doação precisa seguir algumas regras. Entre elas estão:
- O caráter não lucrativo ou comercial da cessão de óvulos.
- Sigilo de identidade entre doadoras e receptoras, exceto para os casos permitidos em lei que a cedente é parente em até quarto grau da receptora.
- O limite de idade da doadora é de até 37 anos.
- Avaliação do quadro clínico das envolvidas.
- Boa reserva ovariana da doadora.
- Avaliação clínica normal da doadora, com heredograma sem suspeita de doenças hereditárias, e cariótipo normal.
Mas não são só essas questões mais práticas que permeiam a ovodoação, dúvidas que mexem com o emocional dos envolvidos também pairam sobre o assunto.
Alguns tabus relacionados à ovodoação
A prática da ovodoação está se tornando mais difundida com o passar dos anos. Mas este é um tema que ainda gera certos receios.
Algumas das questões podem ser levantadas pelas ovoreceptoras são:
- “Será que meu filho ou filha vai ser parecido comigo?” Essa é uma dúvida muito relevante e recorrente, tanto é que o Conselho Federal de Medicina (CFM) estabelece que uma das regras para a doação de óvulos é que, quando possível, a doadora fosse fenotipicamente parecida com a receptora.
Contudo, pode ser feita uma analogia desse processo com a doação de órgãos. Afinal, as características do doador se tornam um problema secundário quando o órgão por ele fornecido representa a minha única chance.
O mesmo pode ocorrer na doação de óvulos: talvez a doadora não tenha tanta semelhança com a receptora, mas os seus gametas podem ser o que faltava para a concretização do sonho de se tornar mãe.
- Um outro obstáculo que pode surgir é a dúvida sobre como contar para a criança que ela foi concebida a partir da ovodoação. Mas essa é uma questão que cada família vai decidir qual o melhor caminho a ser seguido e, além disso, ela pode contar com a ajuda de um psicólogo, por exemplo, para lidar com as questões acerca desse tema.
É claro que essa não é uma situação fácil de lidar, mas, com certeza, terá muito amor envolvido durante esse processo. E esse é um dos ingredientes que tornam os problemas pequenos perto do milagre da vida.