Endometriose x Gravidez
Apesar de ainda não ser cientificamente bem estabelecida a ligação entre endometriose e infertilidade, muitas mulheres recebem esse diagnóstico quando procuram ajuda por dificuldade de engravidar. Isso porque a identificação da doença ainda é um desafio: a maioria dos casos da doença apresenta sintomas bastante inespecíficos e, em 25% deles, não há qualquer sintoma!
E, embora nem toda mulher com endometriose seja infértil, a doença é encontrada em 20 a 50% das inférteis. Os possíveis motivos para isso são:
– Obstrução das trompas uterinas
– Comprometimento do transporte dos espermatozoides até o óvulo
– Alterações na qualidade do óvulo e sobre a fertilização
– Dificuldade de implantação do embrião no útero
Como ainda não se sabe ao certo como essa relação acontece, a escolha do tratamento depende de fatores como idade, tempo de infertilidade e da presença de outras causas que possam interferir na fertilidade do casal.⠀⠀⠀⠀⠀⠀
Por isso, o ideal é que haja avaliação com uma equipe multidisciplinar especializada e tratamento individualizado.
Opções de tratamento
Uma das possíveis soluções é a abordagem cirúrgica, que pode ser muito benéfica em alguns casos. Mas é importante ressaltar que deve haver cuidado especial com os ovários, evitando cirurgias repetidas que possam comprometer o “estoque de óvulos” (reserva folicular). ⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀
Outra possibilidade é a inseminação intrauterina, com estimulação da ovulação. Mas essa técnica só pode ser realizada em casos de endometriose mínima e leve, em que as trompas estejam normais e não haja associação de outros fatores de infertilidade. Além de estar mais bem indicada para pacientes mais jovens ( preferencialmente até os 35 anos e pouco tempo de infertilidade, inferior a três anos).⠀⠀
Outra opção é a fertilização in vitro – FIV, que pode ajudar em casos de obstrução das trompas, endometriose profunda e infiltrativa, casos onde existam outros fatores de infertilidade associados, além de falhas dos tratamentos anteriores.
Efeitos colaterais na reprodução assistida: por que você não deve temê-los
É normal que o medo dos efeitos colaterais assombre o pensamento de casais interessados em se submeter à reprodução assistida. Mas é para isso que estamos aqui: esclarecer dúvidas e amparar no que for preciso, ajudando a dissipar o medo.
Uma das dúvidas mais comuns entre os casais que chegam até nós tem a ver com as medicações usadas na indução da ovulação. Por serem hormônios injetáveis, os pacientes temem que a medicação leve ao desenvolvimento futuro de um câncer, ganho de peso e menopausa precoce. Mas tudo isso é mito.
Os efeitos mais comuns relatados por quem se submete a uma das técnicas de reprodução assistida são inchaço, dor de cabeça, irritabilidade e leve dor pélvica ou distensão abdominal.⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀
Quando mais grave, o que pode ocorrer é a chamada síndrome do hiperestímulo ovariano, que é causada pela estimulação dos ovários e pode levar a acúmulo de líquido no abdome, dor abdominal importante, náuseas e vômitos.
Porém, graças à segurança dos medicamentos e dos protocolos atuais, a incidência desse tipo de problema é cada vez menor.
Qual é o melhor método de reprodução assistida?
Há várias modalidades terapêuticas disponíveis para quem sonha em ter uma criança. E a melhor delas é… Aquela que mais se enquadra às características de cada casal. Não há uma receita única que atenda a todos os casos… ⠀⠀⠀⠀⠀
- Fertilização in vitro – FIV: A fertilização ocorre no laboratório e os embriões são transferidos de volta para a cavidade uterina;
- Cirurgias: Para diagnóstico e tratamento de endometriose e alterações tubárias, por exemplo;
- Indução da ovulação: Uso de medicação que estimula os ovários a produzirem óvulos maduros;
- Inseminação Intrauterina – IIU: Indução de ovulação somada ao preparo e injeção de espermatozoides no útero, com a fertilização ocorrendo dentro do trato reprodutivo feminino.
Esses tratamentos são indicados para quem não conseguiu engravidar após um ano de vida sexual ativa (ou seis meses para mulheres com 36 anos ou mais), para casais de relação homoafetiva, em casos de postergação de fertilidade por motivos sociais e também em casos oncológicos.⠀⠀⠀⠀
Para todos eles, o atendimento é individualizado e leva em consideração o perfil de cada paciente. E isso vale para o tipo de tratamento indicado, para a medicação e até para as técnicas de laboratório utilizadas. É a medicina sendo baseada no paciente!