Quando uma pessoa deseja ter um filho biológico, mas, por algum motivo, não tem o útero para gestar essa criança, ela pode contar com um útero de substituição, também chamado, mais carinhosamente, de barriga solidária.
Um útero de substituição é a cessão temporária que uma mulher faz de seu útero. Ela permite que o embrião com o material genético de outras pessoas se desenvolva em seu útero para que esse casal, ou mesmo pais e mães solo, consiga alcançar o sonho de ter seus filhos biológicos.
Mulheres que não têm o útero ou têm alguma disfuncionalidade nesse órgão, casais homoafetivos, homens que desejam uma reprodução independente são alguns exemplos de pessoas que podem se beneficiar deste gesto.
Vamos entender um pouco mais como isso funciona?
Qual tratamento permite que o útero de substituição seja utilizado?
O tratamento que precede a implantação do embrião em um útero de substituição é a Fertilização in vitro (FiV), uma vez que ela é o procedimento que vai permitir que os materiais genéticos dos pais do futuro bebê sejam unidos em laboratório e, depois, transferidos para o útero.
O procedimento é igual para casais hetero e homossexuais?
Para casais heterossexuais, o material que irá formar o embrião advém do homem e da mulher que compõem o casal. Mas há casos em que esse material também pode ser doado.
Após a coleta de óvulos e sêmen, o especialista realiza a fertilização in vitro para que o próximo passo aconteça: a implantação do embrião no útero da mulher que irá cedê-lo temporariamente.
Já para os casais homossexuais, há duas possibilidades:
- Quando é composto por dois homens, um deles fornecerá o sêmen que será fecundado no óvulo de uma doadora. Após, o embrião será implantado no útero de uma segunda mulher: a barriga solidária, no caso.
- Quando o casal é composto por mulheres, acontece da forma inversa. Uma das mulheres fornece o óvulo a ser fecundado pelo sêmen de um doador e, em seguida, é implantado no útero de uma dessas duas futuras mamães; ou, se houver algum empecilho, elas também poderão recorrer a um útero de substituição.
Critérios para a barriga solidária
O Conselho Federal de Medicina (CFM) estabelece algumas regras para que o processo de doação temporária de útero aconteça com o máximo de lisura possível e evitando prejuízos para os envolvidos.
Entre os critérios estão a limitação de idade para a doadora do útero, que deve ser de até 50 anos; o parentesco com um dos pais que deve ser de até quarto, ou seja, elas podem ser mães, irmãs, avós, tias ou primas.
Além disso, esse ato não deve ocorrer visando benefícios financeiros.
Para os casos que não atenderem a esses critérios o CFM fará a avaliação individualmente.
A idade dos envolvidos importa?
A idade é um fator crucial quando o assunto é fertilidade. Por isso, a mulher que fornecerá os óvulos deve se atentar ao seu relógio biológico e procurar o tratamento o quanto antes, uma vez que a reserva ovariana tende a ter declínios mais significativos a partir dos 35 anos.
Já a barriga solidária deverá ter até 50 anos e não possuir problemas uterinos para que a gestação aconteça da forma mais saudável possível.