Quando há a indicação para a realização de uma Fertilização in Vitro (FiV), o teste genético pré-implantação para aneuploidia (PGT-A) pode ser feito em alguns casos selecionados.
Na prática, esse teste vai ajudar a identificar quais embriões têm mais chances de nascimento, prevenindo abortos e problemas de saúde do bebê.
Os embriões euploides são aqueles que possuem o número correto de cromossomos, ou seja, 46. Já os aneuploides são aqueles que têm alterações nesse número. E é justamente essa anormalidade que esse teste ajuda a identificar.
Entre essas anomalias genéticas podem ocorrer a monossomia ou a trissomia, que é quando, respectivamente, o embrião apresenta uma ou três cópias de um mesmo cromossomo. Sendo que em condições normais, ele recebe duas cópias.
Vamos entender um pouco mais sobre as vantagens da realização desse teste e o quão seguro ele é?
Como esse teste é feito?
O PGT-A é feito em duas etapas, sendo a biópsia do embrião e, em seguida, a análise do material coletado nessa biópsia.
O estágio ideal para a coleta da biópsia é o de blastocisto, quando o embrião tem entre 5 e 7 dias de vida.
Nesse momento, o embriologista coleta da camada externa do embrião, chamada de trofoderma, algumas células que serão analisadas no próximo passo.
Quais são os possíveis resultados?
Médicos e pacientes envolvidos recebem um laudo do laboratório com a análise das células da biópsia. Esse laudo pode descrever o embrião como euploide, aneuploide ou mosaicismo.
As duas primeiras situações já foram explicadas acima. Eles chegam à conclusão de que um embrião é euploide quando menos de 20% das células analisadas têm alterações e de que é aneuploide quando mais de 70% das células têm alteração.
Já o mosaicismo está nessa faixa que vai entre os 20 e 70%.
Nem todos os embriões mosaicos são descartados. Há indícios que esses embriões têm uma tendência a se auto corrigirem, pois as células aneuploides presentes neles podem se multiplicar mais lentamente que as demais ou elas podem, ainda, sofrerem apoptose (morte celular) e dar lugar a mais células euploides.
Sendo assim, o teste PGT-A tem a finalidade de ajudar a priorizar aqueles embriões que têm mais chances de gerarem bebês saudáveis e não de definir qual deles deverá ser descartado e qual deverá ser implantado.
Essa biópsia é segura?
A região onde é feita a biópsia celular é o trofoderma, uma camada externa do embrião que dará origem à placenta. A parte interna de onde se originará o feto é a massa celular interna.
Como essas duas formações são parecidas e estão conectadas, é necessário que o embriologista seja bem treinado para não danificar a massa celular interna.
Certificando-se disso, o teste acontece de maneira segura.
Por que e quando o PGT-A é indicado?
O principal caso em que o PGT-A é indicado é aquele em que a idade materna é avançada, uma vez que esse é o maior fator causador de alterações cromossômicas, mas o teste também pode ser feito em outras situações.
O PGT-A vai ajudar a reduzir as chances de aborto e, ao mesmo tempo, aumentar a probabilidade de o bebê nascer saudável.
Uma outra vantagem, que pode ocorrer, é a redução de gastos com o tratamento. Apesar desse teste ter o seu custo, a diminuição da quantidade de tentativas pode significar uma economia com o tratamento.