A Fertilização in Vitro (FiV) e a Inseminação Intrauterina (IIU) são dois métodos de reprodução assistida que ajudam casais heterossexuais inférteis, casais homoafetivos, pessoas que desejam uma reprodução independente ou outros casos em que a pessoa precise de uma forcinha da medicina para conseguir ter seus filhos biológicos.
A diferença entre esses procedimentos é uma das primeiras coisas que os tentantes pesquisam após receberem a notícia de que vão precisar de um auxílio da medicina reprodutiva para conceber os seus filhos.
A FiV é considerada um procedimento de alta complexidade, porém é o mais eficaz para as mulheres que não conseguem engravidar. Já a Inseminação Intrauterina é menos complexa, mas só pode ser utilizada em casos muito específicos.
Vamos entender melhor a diferença entre elas?
Quem são as pessoas que a FiV e a IIU podem ajudar?
Um dos principais perfis de mulheres que recorrem às técnicas de reprodução assistida são as mulheres que adiam a gravidez.
O ápice da idade fértil feminina está entre os 18 e 28 anos. Nesse período a sua reserva ovariana é considerada a ideal.
Isso porque as mulheres nascem com uma quantidade limitada de óvulos que vão liberar durante a sua vida, diferentemente dos homens que produzem espermatozoides a vida toda. Com isso, durante cada ciclo menstrual a mulher perde centenas de óvulos e não há a reposição desse estoque, o que faz com que ela se torne menos fértil com o passar do tempo.
Até por volta dos 35 anos ainda pode-se considerar que a mulher tem boas chances de engravidar, a partir daí há uma queda significativa da reserva ovariana.
A chance de gravidez até os 35 está entre 17 e 20% por cada ciclo. Dos 35 aos 40 anos, essa chance reduz para 5%. E, após os 45, para menos de 1%.
Para os casos em que a infertilidade ocorre por razões masculinas, casos de doenças que exigem a remoção dos ovários, como o câncer, para casais homoafetivos e casos de reprodução independente, essas técnicas também podem ser utilizadas.
Agora, vamos entender melhor como funciona cada uma delas.
A Inseminação Intrauterina (IIU)
A Inseminação Intrauterina é uma técnica mais antiga e pouco complexa. Para que ela ocorra, as estruturas reprodutivas da mulher precisam estar íntegras.
Ela se inicia com a estimulação ovariana, que consiste na administração de medicamentos hormonais com a finalidade de potencializar a ovulação.
A maturação dos óvulos é acompanhada pelo médico, que, ao identificar o momento ideal para que ocorra a fecundação, direciona o homem para a coleta seminal.
Feito isto, os melhores espermatozoides são transferidos para o útero. Assim, a fecundação acontecerá dentro do organismo da mulher, nas trompas, como já acontece por vias naturais.
As taxas de sucesso da Inseminação Intrauterina estão entre 10 e 25% a cada tentativa.
Fertilização in Vitro (FiV)
Como já dito antes, a FiV é o tratamento mais eficaz de reprodução assistida. Especialmente quando é feita antes dos 35 anos ou com gametas congelados até essa idade.
Nesse procedimento, a mulher também passará pela estimulação ovariana, só que mais intensa do que na inseminação. A partir daí, tudo ocorrerá diferente da IIU.
Os óvulos serão coletados para serem fertilizados pelos espermatozoides em ambiente laboratorial. Assim, os médicos conseguirão acompanhar a evolução dos embriões e realizar testes, como biópsia para análise genética, quando indicado.
Após isso, o(s) embrião(ões) será(ão) transferido(s) ao útero, podendo se implantar ou não.
As chances, por tentativa, são de 50 a 60% para as mulheres até os 35 anos; de 30 a 40% dos 36 aos 39 anos; 20% aos 40 anos; de 8 a 10% até os 42 anos; 5% aos 43 anos; e menos de 1% após os 44 anos. Ainda vale lembrar que a tentativa após os 50 não é recomendada.
Outra vantagem da FiV em relação a IIU é a possibilidade de congelamento e doação de óvulos para aquelas mulheres que, por algum motivo, não conseguem ovular.
Aquelas que não têm útero podem gestar seus filhos em barrigas solidárias.
O custo da FiV é mais elevado que a IIU. E há casos em que o segundo procedimento citado pode ser o suficiente para resolver o problema de fertilidade apresentado. Então, o melhor é sempre procurar um médico para que ele possa avaliar cada caso individualmente e indicar qual o recurso mais adequado.