A infertilidade é um problema que pode assolar entre 10 e 20% dos casais em idade reprodutiva, segundo as estimativas atuais.
Ela é reconhecida após um período 12 de meses em que o casal tenha suspendido os métodos anticoncepcionais e realizado, sem sucesso, tentativas frequentes de engravidar.
Entre os casos de casais inférteis, 30% estão associados a razões masculinas e, em 20%, a origem está numa associação de fatores do homem e da mulher.
Uma enfermidade que frequentemente está relacionada à infertilidade masculina é a varicocele. Ela é caracterizada pela dilatação exacerbada das veias da região testicular.
Essa anormalidade pode se originar de maus hábitos, como o uso de anabolizantes, etilismo e utilizar o notebook apoiado no colo por longos períodos, o que pode causar um aumento da temperatura da região genital.
Esse tipo de enfermidade é passível de tratamento, mas, para isso, é necessário recorrer aos exames adequados que vão ajudar a definir qual é o problema e qual a melhor intervenção. Para os homens, por exemplo, um dos primeiros exames a serem solicitados é o espermograma.
Vamos entender melhor como funciona esse exame?
Por que o espermograma é tão importante?
O espermograma é um exame que avaliará a quantidade e a qualidade dos espermatozóides presentes por cada ml do sêmen expelido pelo paciente.
Com ele, o médico poderá determinar se o paciente possui uma concentração mínima de espermatozoides por ml e se esses gametas possuem boa motilidade e morfologia, que ajudarão a determinar se os seus espermatozoides estão saudáveis e favoráveis à reprodução.
Aproximadamente 80% dos homens com dificuldades de reprodução possuem concentração de espermatozoides abaixo do normal combinada à redução da motilidade e alterações morfológicas, segundo os dados Sociedade Brasileira de Urologia (SBU).
Para um homem ser definido como biologicamente infértil, o espermograma precisa constatar a ausência total de gametas ou nenhuma motilidade dos espermatozoides.
Para ajudar no diagnóstico, a Organização Mundial da Saúde (OMS) fornece alguns valores de referência. Entre eles estão: a) o volume seminal, que deve ser de 1,5 a 7,6 ml; b) a contagem total de espermatozoides da amostra, que deve estar entre 39 e 928 milhões; c) a concentração de espermatozoides, devendo estar 15 e 259 milhões por ml; d) os espermatozoides apresentarem motilidade total de 40 a 81%; e) motilidade progressiva de 32 a 75%; f) e morfologia satisfatória entre 4 e 48%.
Vale lembrar que ainda que o homem se encaixe nos parâmetros apresentados, ele ainda poderá sofrer de dificuldades de reprodução. Por isso alguns cuidados são necessários ao realizar e interpretar esse tipo de exame.
Precauções relacionadas ao espermograma
Alguns cuidados devem ser tomados para se obter resultados fidedignos em um espermograma e, ainda assim, continua sendo necessário ter muita cautela com a sua interpretação.
A primeira recomendação é que o material desse exame seja coletado em ambiente clínico ou laboratorial, por meio da masturbação.
O sêmen deve ser coletado em dois dias diferentes e não deve haver ejaculação entre os 2 ou 3 dias que antecedem a coleta.
Já no momento em que os resultados já estiverem em mãos, deve-se lembrar que, mesmo homens que não estão dentro dos parâmetros citados, podem conseguir engravidar suas parceiras.