Quando se almeja muito ser pai ou mãe, a última notícia que esperamos receber é a de um aborto. Ainda mais quando se utiliza de alguma técnica de reprodução humana para conseguir engravidar.
Mas, apesar de indesejado, esse fenômeno não é incomum de ocorrer. Estima-se que o aborto espontâneo ocorra entre 10 e 35% das gestações.
O aborto espontâneo acontece, de acordo com o Ministério da Saúde, quando a gravidez é interrompida antes da 22ª semana sem intervenções externas e com o feto pesando até 500g.
Vamos saber quais são os principais motivos para esse fenômeno ocorrer?
1.Idade da gestante
Sabemos que o fator “idade” é extremamente importante quando o assunto é fertilidade. E, para as mulheres, ela vai interferir não apenas nos quesitos que antecedem a concepção, como na qualidade dos óvulos, mas também no andamento da gravidez.
As chances de complicações durante a gestação aumentam, conforme a idade da mulher avança. Entre elas está o aborto.
A estimativa é que o aborto aconteça em cerca de 10% das gestantes entre 20 e 34 anos; de 20% para aquelas que estão entre 35 e 39 anos; e de mais de 30% para aquelas que estão acima dos 40.
2. Alterações cromossômicas e hormonais
Mais da metade dos abortos espontâneos ocorrem decorrente de alterações cromossômicas no feto.
Esse é um mecanismo que ocorre naturalmente, quando alterações significativas nos cromossomos são identificadas pelo organismo. O embrião, que recebe o nome de aneuplóide, para de se desenvolver e a gestação é interrompida.
Alterações hormonais na gestante também podem ser motivo de abortamento. Afinal, eles são essenciais para o decorrer da gestação.
Baixos níveis de progesterona, por exemplo, podem prejudicar a formação do corpo lúteo e impossibilitar a criação das condições ideais para o seguimento da gravidez.
3. Anormalidades nos órgãos reprodutores
Alterações estruturais no útero, como a sua septação, pode representar uma condição inadequada ao seguimento da gravidez, ocasionando um aborto.
A presença de miomas ou, até mesmo o enfraquecimento do colo do útero, que não proporciona a sustentação necessária para a gestação, também se somam a esse tipo de anormalidade.
4. Fatores genéticos
Os genes fornecidos ao embrião vão determinar a sua compatibilidade com a vida. Por isso, se um dos pais, ou os dois, tiver alguma alteração genética ou cromossômica, ela pode ser repassada ao embrião e ocasionar os abortos.
5. Infecções virais ou bacterianas
O quadro de saúde geral da mulher vai ajudar a determinar o quão saudável será o decorrer da gestação. Por isso, a contaminação por bactérias e Infecções Sexualmente Transmissíveis (IST’s) são pesquisadas durante o pré-natal.
6. Alimentação e estilo de vida desequilibrados
Como você já pôde perceber, a saúde da mãe vai impactar na saúde do bebê. Então manter hábitos saudáveis durante a gestação vai ajudar a evitar complicações.
Bebida alcoólica, cigarro e outras drogas recreativas não devem ser utilizadas durante a gravidez, assim como a cafeína.
Controle da alimentação, do peso e uma rotina de exercícios são primordiais para manter a saúde em dia.
Como o aborto espontâneo é tratado?
O aborto pode acontecer por completo. Quando o sangramento ou dor acontece até a 20ª semana de gravidez e há dilatação do colo do útero, permitindo a expulsão total da placenta e do feto. Nesse caso, não há tratamento.
Ainda há casos em que parte do conteúdo fica retido. Para esses, pode ser indicada apenas a observação da evolução do processo, a remoção cirúrgica ou a administração de medicamentos que induzam à expulsão do material remanescente.
Já, para as ameaças de aborto, o caso deve ser acompanhado com exames de ultrassonografia. As prescrições adicionais para estas situações são feitas a partir da avaliação do médico.