Mesmo que na atualidade haja configurações familiares que se diferenciam das tradicionais, o desejo de ter filhos biológicos ainda fala alto entre diversos casais hetero e homossexuais e, também, entre aqueles indivíduos que preferem a reprodução independente.
A paternidade simboliza um dos mais importantes marcos da vida adulta em nossa sociedade, e dificuldades para consumar este passo pode ser fonte propulsora de sofrimento psíquico.
Pensando nisso, as clínicas de reprodução disponibilizam acompanhamento psicológico para tentantes, ou seja, para homens e mulheres que procuram ajuda da medicina ao identificarem que o processo para engravidar não está funcionando de maneira natural.
Por que devo ter acompanhamento psicológico durante o tratamento de fertilidade?
A autoimagem e a autoestima dos tentantes pode ficar abalada após o diagnóstico de infertilidade e, também, após tentativas frustradas de concepção.
Sentimentos como incompletude, desesperança, ansiedade, medo, revolta, culpa e, até, vergonha, não são incomuns de serem vivenciados por estes pacientes.
Por isso, é importante ter um profissional com quem você possa compartilhar toda a carga psíquica que esse momento faz aflorar. É ele quem vai te ajudar a passar por essa etapa da vida de forma mais leve e com menos impactos em sua psique.
Não há dúvidas que a relação do casal sofrerá impactos. Eles podem tanto aproximar ainda mais os cônjuges, quanto afastá-los. Então, o psicólogo será aquele profissional com quem esses futuros pais e mães poderão compartilhar todas as questões que envolvem esse processo.
O psicólogo especializado nesse assunto compreenderá melhor as nuances que permeiam os problemas de fertilidade.
Quais esferas podem ser fonte de angústia para esses pacientes?
A primeira fonte de preocupação para os pacientes de reprodução assistida pode ser a financeira. Afinal, quando se inicia o tratamento, não há como prever, com exatidão, quanto tempo ele vai durar, nem quais vão ser todos os exames e técnicas necessários. E tudo isso vai afetar o custo final.
Outro ponto que pode se tornar uma questão aos tentantes envolve a ética. Aqui, as questões vão desde a preservação da identidade até a manipulação do material genético. Pois, a depender da técnica, o tratamento pode envolver parentes ou doadores anônimos.
Para aqueles que decidiram adiar a paternidade, pode haver autocobrança e culpabilização por não terem aproveitado o seu auge reprodutivo.
Outros tópicos que podem ser abordados durante a terapia envolvem a aceitação da própria condição e das etapas dos tratamentos; o balanço das expectativas com as chances reais de sucesso; o enfrentamento e restauração das esperanças em casos de fracasso; o fortalecimento da autoimagem e do amor próprio para conseguir lidar com as cobranças sociais e com a autocobrança; e até os medos e anseios como futuros pais.
O atendimento pode acontecer individualmente, em casal ou em grupo. Essa escolha vai depender da avaliação do psicólogo, da demanda de cada cliente e do tipo de abordagem.
Se você vivencia alguma dessas circunstâncias, saiba que há um profissional capacitado e um ambiente acolhedor para lhe ajudar a manter o seu bem-estar psíquico enquanto você assa pelo tratamento de reprodução.