Neste ano, podemos comemorar 44 anos de uma das grandes conquistas da medicina: o tratamento conhecido como fertilização in vitro.
Desde então, mais de 8 milhões de crianças de ciclos de FIV nasceram em todo o mundo, de acordo com informações divulgadas em 2018 pela Sociedade Europeia de Reprodução Humana e Embriologia (ESHRE).
Vamos entender melhor o processo de fertilização in vitro e a sua evolução ao longo da história?
A fertilização in vitro
A fertilização in vitro é uma técnica que tem como objetivo coletar óvulos diretamente dos ovários de uma mulher e, assim, fertilizá-los com sêmen em laboratório.
O procedimento engloba desde a fertilização até o desenvolvimento dos embriões, que são cultivados em meio de cultura e dentro de uma incubadora a 37ºC por 5 dias até serem transportados ao útero materno.
Assim sendo, é uma excelente alternativa para casais com dificuldade para engravidar, idade avançada, homoafetivos ou com uma condição genética que pode ser passada ao bebê.
Vale mencionar que as evoluções com o passar do tempo aumentaram a qualidade e a probabilidade de sucesso da técnica para milhares de casais que sonham com a gestação.
História da fertilização in vitro
Voltando no tempo, lá em 1978, é possível dizer que a incubadora utilizada na primeira tentativa de fertilização era muito precária. Não havia, naquela época, meios de cultura ideais para manter os gametas e embriões.
Então, vários ajustes foram necessários para que os especialistas pudessem adquirir a condição ideal para que o embrião se desenvolvesse. A boa notícia é que, hoje, dispomos de tecnologias das mais avançadas do mercado para simular a condição perfeita do útero, o que aumenta a probabilidade de sucesso da fertilização in vitro.
Em nosso país, o primeiro bebê de proveta nasceu em São José dos Pinhais, região metropolitana de Curitiba, no Paraná, em 1984. Depois, entre os anos de 2012 e 2019, os números dispararam: foram mais de 265 mil ciclos de fertilização in vitro feitos no Brasil, de acordo com dados do 13º relatório do Sistema Nacional de Produção de Embriões, o último postado pela ANVISA, em 2020.
Podemos dizer que o avanço tecnológico nos últimos 40 anos permitiu que o tratamento de fertilização fosse realizado de forma mais precisa, isso sem contar na inovação e descoberta de novas técnicas.
Conquistas da reprodução assistida desde 1978
Micromanipulação
Nessa técnica, a fecundação do óvulo pelo espermatozóide é feita no laboratório por microinjeção, um a um. Ou seja, um espermatozóide de boa qualidade e motilidade é selecionado e colocado no interior de cada óvulo por meio de uma injeção intracitoplasmática do espermatozóide.
Incubadoras e meio de cultura
Depois da fecundação, colocamos o embrião em incubadoras, em meios de cultura. O objetivo é que eles se desenvolvam até que fiquem prontos para serem transferidos ao útero. A principal evolução está na simulação das condições internas do útero.
Hoje em dia, há incubadoras que monitoram o desenvolvimento do embrião 24 horas por dia e transmitem em tempo real para a embriologista de plantão.
Filmadora
Hoje em dia, conseguimos assistir às células se dividindo dentro da incubadora, através de uma filmadora que transmite imagens em uma tela de computador.
Assim, o especialista acompanha todo o processo de desenvolvimento do embrião, consegue prever a evolução das estruturas e perceber se é um embrião saudável. Por exemplo, tendo como base, quanto tempo ele leva para fazer a divisão celular.
Congelamento de embriões
A evolução nos congelamentos tem sido fundamental para o processo de reprodução assistida. Em 2019, foram congelados mais de 99 mil embriões no Brasil, de acordo com o último relatório da ANVISA.
Hoje, já é possível guardar os embriões e mantê-los congelados para ampliar as chances do casal de ter um segundo ou terceiro filho no futuro sem ter que passar por todo o processo de novo.
Congelamento de gametas
Essa etapa tem como proposta preservar a fertilidade de homens e mulheres que irão passar por um tratamento de câncer, como quimioterapia, por exemplo. Além disso, é útil para mulheres que não tem previsão de gravidez antes dos 40 anos. O congelamento de óvulos preserva a qualidade do material genético.
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