A internação da cantora Anitta para operar a endometriose jogou luz para essa doença que atinge muitas mulheres, mas que não recebe a devida atenção.
Um dos principais sintomas da endometriose são as fortes dores durante o período menstrual, contudo, é corriqueiro vermos as pessoas normalizando esse tipo de incômodo, o que não deve ser feito.
A descoberta precoce da doença facilita o tratamento e recuperação da mulher. Sem contar que pode precaver agravamentos como a infertilidade.
Continue a leitura do texto e saiba mais sobre o tema!
O que causa e quais são os sinais da endometriose?
Apesar de o tema estar em voga atualmente por causa da cantora, essa não é apenas uma doença “da moda”. A estimativa é que ela atinja entre 10 e 15% das mulheres em idade fértil, provocando transtornos, como cólicas muito fortes durante a menstruação; dores crônicas na região pélvica; dor durante relações sexuais, ao urinar e/ou evacuar; fluxo menstrual intensificado; mudanças no funcionamento do intestino e do trato urinário; e problemas reprodutivos.
Durante muito tempo, associou-se as fortes dores pélvicas experienciadas pelas mulheres, principalmente durante o período menstrual, a fatores psicológicos. Com a evolução da medicina, descobriu-se que essas cólicas podem ser fruto da endometriose – uma inflamação decorrente do crescimento do endométrio fora da cavidade uterina.
Além dos incômodos mensais já citados, a endometriose está fortemente associada à infertilidade feminina, sendo a causa de cerca de 40% dos casos registrados.
Em alguns casos os sintomas da doença são menos evidentes, sendo descoberta somente quando a paciente encontra dificuldades para engravidar.
A média nacional do intervalo de tempo que compreende o início dos sintomas até a descoberta da doença é de 6 anos. No caso da cantora, foram 9 anos de convívio com esses transtornos até ser diagnosticada.
Essa morosidade do diagnóstico se deve a três grandes fatores:
1º) a “normalização” da dor durante o período menstrual e durante as relações;
2º) pode haver falha médica ao investigar os sintomas e não solicitar todos os exames necessários;
3º) as fases iniciais da doença são mais difíceis de identificar por imagem, então os exames de ultrassonografia e ressonância magnética devem ser feitos por profissionais bem capacitados.
Tendo isso em vista, é melhor buscar ajuda médica assim que começarem as suspeitas. Afinal, quanto antes descobrir, melhor será para a paciente, por precisar lidar com os incômodos por menos tempo, e mais fácil será o tratamento.
Como a endometriose pode afetar os processos reprodutivos?
O funcionamento de estruturas do sistema reprodutor pode ser afetado por essa inflamação. A exemplo da redução da quantidade e da qualidade dos óvulos, alterações da anatomia pélvica, das trompas de falópio, comprometimento do transporte de gametas e diminuição da receptividade endometrial.
Como a endometriose é tratada?
Os tratamentos podem ser clínicos ou cirúrgicos. Analgésicos, anticoncepcionais e DIU (dispositivo intrauterino) de hormônio são as opções clínicas que auxiliam no controle das cólicas e na interrupção da menstruação.
Ainda assim, essas terapias podem ser insuficientes e a intervenção cirúrgica pode ser indicada.