Os pólipos são protuberâncias decorrentes do crescimento exagerado de células. Eles formam uma espécie de carne esponjosa muito vascularizada.
Quando isso acontece dentro do útero, são chamados de pólipos endometriais, já que o aumento anormal de glândulas do endométrio em regiões concentradas é o que causa esses nódulos nessa região.
Ainda não há uma definição para as suas causas, mas as teorias apontam para razões hormonais, genéticas e histórico de lesões anteriores na parede uterina.
As suas complicações podem envolver sangramentos, dores e infertilidade. Então, vamos conhecer um pouco mais sobre esse fenômeno para podermos identificá-lo o quanto antes e mantermos bem longe essas consequências indesejadas?
Quais são as características de um pólipo endometrial?
O pólipo é um pedaço do endométrio que deveria descamar durante a menstruação, mas não descamou. Nos próximos ciclos, ele começa a crescer e forma uma espécie de verruga na parede do útero. Sua forma é semelhante a de um badalo de sino e sua consistência é amolecida.
Apesar de poder progredir para um câncer, essa não é a maior preocupação relacionada a esse transtorno, uma vez que apenas 3% dos casos se tornam tumores malignos.
As maiores chances de malignização estão entre as pacientes acima de 60 anos e aquelas que possuem pólipos com extensão acima de 1,5 centímetro.
A estimulação hormonal é propulsora para o crescimento dos pólipos. Então, os níveis de estrogênio vão interferir na modulação desse quadro.
A obesidade, pressão arterial alta (hipertensão) e o uso de medicamentos para o câncer de mama também são suspeitos de contribuírem para o surgimento dessa condição.
O maior número de incidências é registrado depois dos 50 anos de idade, mas pode ocorrer antes O que pode ser um problema para as mulheres em idade fértil e que desejam ter filhos.
Quais são os sinais de pólipos no útero?
Seus primeiros sintomas incluem alterações na menstruação. Os ciclos se tornam hipermenorrágicos, passando a durar mais dias que o de costume e/ou descer com mais intensidade.
Como são estruturas hipervascularizadas, sangramentos também são comuns. Os pólipos tendem a crescer e sangrar. Então, mesmo fora do período menstrual, pode haver escapes de sangue e, também, durante ou após as relações sexuais.
A dor é outro sinal presente entre as mulheres portadoras desse quadro. Isso ocorre porque o útero faz um esforço para expulsar esse corpo estranho que é o pólipo.
Em alguns casos mais raros, essas “verrugas” podem infeccionar, provocando secreções purulentas na vagina.
Também há situações em que as pacientes permanecem assintomáticas, sendo identificados nos exames ginecológicos de rotina ou mesmo quando é solicitada uma ultrassonografia devido a outras suspeitas.
Como o pólipo impacta na fertilidade?
A secreção mucosa expelida pelo pólipo pode formar uma camada dentro do endométrio que impede a implantação do embrião, ou seja, a nidação.
Essa camada também pode ser um empecilho para a fecundação, por dificultar o trajeto do espermatozoide até as trompas.
Além da secreção, pólipos podem ser uma barreira física para a passagem dos gametas.
Eles também podem ser motivo de mau desenvolvimento fetal e abortamentos. Contudo, nem sempre a presença desses nódulos é um impeditivo para a gestação.
Como já é de se esperar, quanto menor o pólipo menos ele irá interferir na gravidez. As situações mais preocupantes são aquelas em que há um ou mais pólipos com tamanho a partir de 2 cm, pois há maior risco de sangramento vaginal e de aborto espontâneo.
A recomendação é que, diante do conhecimento dessa condição, o obstetra faça o devido acompanhamento a fim de prevenir possíveis complicações.
Como os pólipos são tratados?
Quando está localizado no colo do útero, ele pode ser retirado em consultório com a ajuda de uma pinça.
Porém, o médico deve assegurar que a raiz desse pólipo não esteja em regiões mais internas, afinal, se sobrarem resquícios desse pólipo, há chances de virar um câncer.
A cirurgia de polipectomia é outro meio de remoção mecânica dessas projeções. Sendo indicada para se evitar o agravamento do problema e para reverter a infertilidade causada por ela.
Outra solução menos frequente é a retirada do útero. Ela é adotada principalmente nos casos em que a mulher não pretende ter filhos, quando os sintomas são muito intensos ou após a menopausa.
Sendo assim, o tratamento vai variar de acordo com a gravidade do quadro e os objetivos da paciente. As consultas ginecológicas para as mulheres diagnosticadas com esse problema costumam ocorrer a cada 6 meses, em vez de ser anualmente, e exames de ultrassom também passam a ser solicitados com frequência.