Assim como há várias causas para a infertilidade masculina e feminina, também há várias estratégias que vão auxiliar nos processos de reprodução assistida. Vamos saber quais são?
Dieta e exercícios
Um fator que interfere em diversos processos do organismo, inclusive os de reprodução, é o controle do peso.
Magreza ou gordura excessiva podem diminuir a fertilidade ou provocar aborto nas mulheres; assim como pode prejudicar a formação, qualidade e motilidade dos espermatozoides.
Então, a indicação é combinar boa alimentação com exercícios regulares, como caminhadas moderadas de 40 minutos, quatro vezes por semana.
Um cardápio que priorize alimentos de origem vegetal; peixes e outros frutos do mar; azeite, como principal fonte de gordura; também contemple ovos, laticínios e carne vermelha, com moderação; e reduza comidas inflamatórias; é o mais adequado para quem tenta engravidar.
Drogas lícitas e ilícitas
O abuso de álcool prejudica o quadro geral de saúde, e isso não seria diferente no tocante à reprodução e sexualidade.
O risco de se tornar infértil aumenta consideravelmente entre as mulheres que consomem três ou mais doses diárias quando comparadas àquelas que não bebem.
Do mesmo modo, a qualidade dos espermatozoides pode apresentar queda para os homens que apresentam essa mesma prática.
Apesar de não ser recomendado, a ingestão de álcool, em pequenas doses , pode não representar prejuízos significativos na reprodução.
Assim como o café, que deve ser consumido com parcimônia (até 300 mg/dia) pelas futuras mamães.
Já em relação ao cigarro e às drogas ilícitas, não há doses seguras de consumo. As substâncias presentes no cigarro são o que há de pior atualmente para a fertilidade feminina e masculina.
Nos homens, ele atrapalha a formação e qualidade dos gametas, além de provocar fragmentações do DNA, o que pode ocasionar abortos.
E, nas mulheres, representa uma redução de 25% da fertilidade daquelas que fumam até 20 cigarros por dia e 43% entre as que fumam quantidade superior à citada.
As drogas ilícitas, por sua vez, acarretam desequilíbrios hormonais, prejudicando, assim, os processos reprodutivos. Sendo assim, não precisa dizer que é bom manter distância dessas substâncias, se desejar ter um bebê.
Prevenção de alterações embrionárias
Alterações num embrião já implantado podem ser motivo para um aborto espontâneo, o que é natural de acontecer, mas muito indesejado, principalmente por aqueles que recorrem à reprodução assistida.
Por isso, exames do cariótipo são indicados por poderem identificar anormalidades nos cromossomos dos futuros pais e mães e ajudá-los a entender o que ocasionou a interrupção da gestação e que isso pode não se repetir em outras tentativas.
Também pode ser realizada uma biópsia embrionária, técnica que permite a análise genética e a escolha do embrião mais viável.
Outro recurso é o diagnóstico pré-implantacional (DPI), em que é avaliado se há excesso ou insuficiência de cromossomos.
Time lapse do embrião
É um recurso que armazena imagens durante a incubação do embrião e as transforma em um vídeo. Isso permite que os profissionais consigam acompanhar a evolução dos embriões sem precisar retirá-los da incubadora e, ainda, ajuda na escolha dos que estão mais propícios à implantação.
Questões ligadas ao homem
Como já citado, pode haver fragmentação do DNA dos espermatozoides, seja por uso de cigarro ou outras causas. Nesses casos, mudanças de hábito e maior consumo de vitaminas C e E podem ajudar.
Adicionalmente, a técnica de PICSI também é um importante auxílio, por escolher os espermatozoides mais íntegros.
Outro problema masculino é a presença de HPV no sêmen, que reduz a motilidade dos espermatozoides, podendo deixar seu portador infértil.
Sendo assim, o tratamento prévio dessas condições pode ser o ingrediente faltante para o sucesso da reprodução assistida.
Personalização da etapa de indução ovariana
A escolha do protocolo de estimulação ovariana dependerá de características individuais da mulher.
Há mulheres que reagem bem à aplicação de gonadotrofina coriônica humana (hCG), outras têm tendência a desenvolver a Síndrome da Hiperestimulação Ovariana (SHO) e precisam substituir o primeiro hormônio pelo agonista do Hormônio Liberador de Gonadotrofinas (GnRH), ainda há aquelas que têm melhores resultados quando os dois são utilizados em conjunto.
Portanto, o profissional deverá realizar essa adequação.
Avaliação das estruturas uterinas e endométrio
A videohisteroscopia é um importante exame que pode identificar miomas, malformações uterinas, processos inflamatórios e outras alterações danosas ao aparelho reprodutor que podem ser corrigidas por meio de medicamentos ou cirurgias.
Hidrossalpinge
A hidrossalpinge é a consequência de um processo inflamatório, que, geralmente, não provoca sintomas, sendo descoberta quando há insucesso nas tentativas de engravidar.
Ela pode diminuir as chances de gravidez e pode requerer cirurgia antes da FIV.
Microbiota do endométrio
É normal a presença de determinadas bactérias na região vaginal. Porém, no endométrio, a existência desses micro-organismos não é saudável.
Para identificar essas alterações, há exames como a Análise Metagenômica do Microbioma Endometrial (EMMA) e a Análise da Endometrite Crônica (ALICE) ou mesmo a histeroscopia com biópsia e imunohistoquimica.
Outras questões
Problemas no sistema imunológico, trombofilias, endometriose, adenomiose, quantidade insuficiente de óvulos maduros, muitas contrações uterinas após a implantação do embrião e inflamações crônicas que não causam sintomas são algumas outras condições que se somam a esse rol, já listado, de transtornos para a fertilidade.
Então, agora, que você já tem várias pistas do que pode atrapalhar ou favorecer as tentativas de ter um filho biológico, cabe manter seus exames em dia e procurar um profissional qualificado para ajudar nesse processo.