A inflamação é uma resposta natural do organismo a agentes nocivos. Ela desencadeia reações fisiológicas capazes de expulsá-los, além de estimular processos de recuperação celular dos tecidos atingidos.
Dor e calor na região afetada, inchaço, vermelhidão, febre e presença de pus são alguns dos seus sinais.
Quando acontecem de forma aguda, a inflamação pode até ser benéfica para o corpo e o processo é interrompido em questão de horas ou dias.
Na forma crônica, contudo, ela se mantém por meses ou até anos, o que não é interessante para o organismo e pode gerar diversas complicações, como a infertilidade.
Vamos entender melhor?
Quais as características de uma inflamação crônica?
Inflamações crônicas podem acontecer de maneira silenciosa e somente serem identificadas quando prejuízos ao organismo são percebidos.
A tendência para isto acontecer é intensificada pela herança genética e pelo estilo de vida.
Constantes processos inflamatórios são prejudiciais pois podem causar danos a células normais, sendo, por vezes, piores que o próprio patógeno que desencadeou essa resposta.
A destruição e a reparação tecidual acontecem simultaneamente e a repetição desse ciclo pode ocasionar erros genéticos.
Suas causas podem estar relacionadas a infecções persistentes por micro-organismos, como o HPV; doenças autoimunes; exposição prolongada a agentes tóxicos e alérgenos; estresse oxidativo, como a exposição duradoura a poluentes; disglicemia (altos níveis de açúcar no sangue).
Como esse tipo de inflamação pode afetar o sistema reprodutor?
Constantes processos inflamatórios se conectam com a infertilidade pois podem causar a queda da qualidade dos gametas tanto masculinos quanto femininos, além de um ambiente inóspito para uma gestação.
A recorrência dessas respostas imunológicas pode ser prejudicial ao ambiente uterino e ainda perturbar a cadeia específica de eventos do sistema imunológico que permitem o implante de um embrião.
Processos como ovulação, equilibração dos hormônios e receptividade endometrial ficam comprometidos.
Essa cronicidade de inflamações pode se apresentar no aparelho reprodutor de homens e mulheres, além das outras áreas do corpo.
Alguns exemplos de condições originadas por esse problema são a endometriose, Síndrome do Ovário Policístico (SOP), doença inflamatória pélvica (DIP), alguns casos de falência ovariana prematura, adenomiose e endometrite crônica e síndrome de Asherman.
Para não vivenciar essas consequências desagradáveis desse tipo de desregulação do sistema imunológico, vamos saber o que fazer para evitá-las.
Quais substâncias ajudam a controlar as inflamações e onde encontrá-las?
As prostaglandinas são as mensageiras químicas responsáveis por ativar e interromper a resposta inflamatória. Elas se dividem em dois tipos: as pró-inflamatórias e as anti-inflamatórias.
Essas substâncias podem ser encontradas na dieta. Então vamos a alguns alimentos que podem auxiliar no controle desses processos:
- Entre os alimentos que potencializam as respostas inflamatórias, e, portanto, devem ser consumidos com moderação ou evitados, se destacam a carne vermelha, laticínios, óleos de milho e de soja, carne de animais alimentados com milho, refrigerantes, carboidratos refinados (pães e massas) e alimentos processados.
- Já no time adversário, daqueles que contribuem para reduzir as inflamações, estão as frutas, verduras, sementes, castanhas, café, cacau, chá verde, azeite de oliva, óleo de linhaça, gordura de peixes como salmão, sardinha e cavala.
Outras medidas que contribuem para a remissão desse quadro
Além da ingestão de alimentos saudáveis, os exercícios também têm efeitos anti-inflamatórios. O controle do peso e do sono, o não-tabagismo, o não-alcoolismo, redução de estresse e manter a hidratação, se somam a esses fatores de proteção.
Cabe ressaltar o valor do diagnóstico precoce, que pode ser feito com exames de sangue que pesquisam os marcadores da doença, por exemplo.
Sendo assim, fica o lembrete de que, além dos exames mais complexos que envolvem a reprodução assistida, também é importante realizar testes clínicos mais corriqueiros.