Quando a interrupção natural de gravidez acontece por duas ou mais vezes consecutivas, damos o nome de abortos recorrentes ou aborto de repetição. Estima-se que a incidência de até duas perdas gestacionais é de 5% e de 1% para três ou mais.
Vamos entender os prováveis motivos para os abortos espontâneos e por que não se deve abdicar do sonho da gestação?
É possível ter uma gravidez tranquila mesmo após uma sucessão de abortos?
É claro que, para quem sonha ter um bebê, a possibilidade de aborto acaba sendo um fantasma.
E esse não é um fenômeno tão incomum, já que ¼ das candidatas a futuras mamães viverão essa circunstância a depender da idade.
Inegavelmente, o desgaste emocional é um fator que pesa diante das tentativas frustradas de se ter um filho, mas essa reincidência, do ponto de vista médico, não é motivo para desistir.
Mesmo para aquelas que sofreram abortos espontâneos mais de duas vezes, ainda há até 70% de chances de se ter uma gravidez de sucesso para as mulheres que têm até 35 anos.
Como vimos, as probabilidades são favoráveis, então vamos conhecer as principais causas e seus tratamentos.
Por que os abortos espontâneos acontecem e o que pode ser feito?
A perda gestacional pode ocorrer por diversos motivos. Nem sempre eles conseguem ser determinados pelos médicos, mas, atualmente, está ficando cada vez mais fácil apurar e tratar as causas desse infortúnio.
O motivo mais comum está relacionado a alterações genéticas do embrião. Quando isso acontece, o próprio organismo interrompe a gestação ao identificar má formação.
A taxa de incidência gira em torno de 50% dos abortamentos de mulheres jovens e em 70% das que ultrapassam os 40 anos.
A sua investigação é feita por meio de exames como o cariótipo e uma possibilidade de tratamento pode passar pela fertilização in vitro (FiV).
Com ela, as anormalidades genéticas podem ser mapeadas antes de se implantar o embrião no útero. Assim, apenas o embrião saudável será selecionado para a tentativa de gravidez.
Outras complicações podem se originar de problemas endócrinos e metabólicos. Portanto, o controle do diabetes, hipertiroidismo, hipotiroidismo, dos níveis de prolactina e até do peso podem ser o fator que faltava para o sucesso da gestação.
Alterações na anatomia uterina se somam a essa lista. Elas podem ter origens congênitas ou serem adquiridas ao longo da vida.
Hipoplasia uterina, ou seja, crescimento insuficiente do órgão; miomas; septação do útero e pólipos são alguns exemplos dessas alterações que, geralmente, podem ser resolvidas cirurgicamente.
As trombofilias também são um importante problema que afeta o processo gestacional. O tratamento é feito com anticoagulantes, já que a sua principal característica é a formação de micro coágulos.
Além disso, há aquelas situações em que nenhuma questão clínica é diagnosticada. Para elas (e todas as outras), vale revisar os hábitos cotidianos.
O controle alimentar e de peso e a evitação de álcool, tabaco, drogas diversas, agrotóxicos, produtos químicos e todas aquelas substâncias que já são conhecidas por prejudicar nossos organismos englobam algumas precauções indispensáveis.
Adicionalmente, deve-se investir em atividades físicas moderadas, já que o repouso excessivo ou exercícios exagerados podem ser prejudiciais.
Em condições ideais, para aumentar a perspectiva de êxito, o que se deve fazer é procurar o médico antes mesmo de iniciar as tentativas de gravidez para realizar exames pré-concepcionais e priorizar um estilo de vida mais saudável.