A medicina não para de avançar em relação às técnicas de reprodução assistida e preservação da fertilidade.
O novo tratamento descoberto e ainda pouco conhecido é o congelamento de tecido ovariano.
Você já ouviu falar sobre esse procedimento? Sabe como é feito? E qual a diferença entre ele e o, já conhecido, congelamento de óvulos?
As respostas para essas perguntas você encontrará no decorrer do texto. Então, para saber mais, venha comigo!
O que é o congelamento de tecido ovariano e quando recorrer a essa técnica?
O congelamento de tecido ovariano é uma técnica que permite a mulher a retomar a sua capacidade reprodutiva após passar por algum procedimento que a deixe infértil.
Sua principal indicação acontece ao iniciar um tratamento quimioterápico ou radioterápico que possa comprometer o seu sistema reprodutor.
A função de produzir óvulos poderá ser recuperada por meio do reimplante do tecido dos ovários removidos e congelados antes do procedimento oncológico.
A primeira opção de intervenção continua sendo o congelamento de óvulos por ser menos invasiva.
Mas há casos em que não há tempo de realizar a estimulação ovariana ou quando a paciente ainda não tenha entrado na puberdade, impossibilitando a coleta dos gametas antes de iniciar a terapia oncológica.
Ainda há muitas questões a serem melhor investigadas a respeito desse recurso, mas ele já vem permitindo que o sonho da gestação seja realizado por algumas mulheres que ficariam estéreis depois de tratarem o câncer.
Vamos conhecer melhor no que consiste essa técnica!
Como é feito o congelamento de tecido ovariano?
Após a remoção de fragmentos do ovário por meio de videolaparoscopia, a sua preservação poderá ser realizada de duas formas: por congelamento lento ou rápido, também chamado de vitrificação.
Na primeira opção, a queda de temperatura ocorre gradualmente e, na vitrificação, o congelamento é praticamente instantâneo, como é feito com embriões e óvulos.
Há indícios de que, neste método, o congelamento lento mantém uma maior quantidade de tecido vivo, aumentando, assim, as taxas de sucesso da gravidez.
Ao finalizar o tratamento oncológico e ter alta médica, a paciente poderá reimplantar o tecido que estava em criopreservação e iniciar as tentativas de engravidar.
A estimativa é que cerca de 30% das mulheres submetidas a essa técnica conseguirão procriar.
Dentro desse percentual, há casos em que as pacientes conseguirão engravidar naturalmente. E, para o restante, será necessário realizar uma fertilização in vitro.
Como já visto, existe outro recurso, além do congelamento de tecido ovariano, que também visa possibilitar a fertilidade: o congelamento de óvulos.
Porém, eles não são iguais. Então vamos diferenciá-los.
Qual a diferença entre o congelamento de tecido ovariano e o congelamento de óvulos?
Os dois procedimentos procuram viabilizar a gravidez, após o comprometimento da capacidade reprodutiva feminina.
No congelamento de tecido ovariano a mulher retoma a sua função de produzir gametas, podendo significar a formação de milhares de novos óvulos e normalização do seu sistema reprodutor.
Já, no congelamento de óvulos, é feita a criopreservação dessas células após serem colhidas algumas unidades.
Quando a mulher desejar engravidar, a fertilização será realizada em laboratório e o embrião será depositado diretamente no seu útero.
A escolha da técnica dependerá de fatores a serem avaliados pelo médico, mas a possibilidade de resgatar as funções do sistema reprodutor já traz um alívio para quem vivencia a traumática experiência de passar por um câncer.