Março é mês em que os olhos do mundo se voltam para a conscientização da endometriose.
Essa doença, apesar de ainda ter origens obscuras, pode apresentar sintomas expressivos, como dor incapacitante e infertilidade.
De acordo com os dados apontados pela Organização Mundial de Saúde (OMS) 176 milhões de mulheres no mundo sofrem de endometriose.
Já no Brasil, em 2020, esse número é de 6,5 milhões no Brasil, segundo dados da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ ).
Por isso, vamos aprender quais são os sinais que essa doença nos dá e como enfrentá-la.
Quando suspeitar da endometriose?
Estima-se que entre 10 e 15% das mulheres desenvolverão endometriose, segundo dados da OMS.
Essa doença, pode se iniciar de maneira silenciosa e, depois, gerar sintomas como cólica intensa, por vezes incapacitante; inchaço abdominal; alterações intestinais e no ciclo menstrual; dor durante e após o sexo e também ao evacuar e urinar; e dificuldades para engravidar.
A dismenorreia que persiste mesmo após a ingestão de analgésicos pode ser um sinal desse quadro e um alerta para procurar um ginecologista.
Mas, por que isso acontece?
Apesar de suas causas ainda serem uma incógnita para os médicos, acredita-se que a endometriose se origina de um fenômeno chamado menstruação retrógrada.
Nela, parte do fluxo menstrual, contrariamente ao esperado, não desce pelo canal vaginal, ascendendo para os órgãos da região pélvica, como as trompas, bexiga, intestinos, ovários e a parte externa do útero.
Assim, o endométrio (mucosa que reveste o útero internamente), em vez de ser expelido, se instala nessas estruturas.
Também há indícios de uma tendência genética. Portanto, mulheres que têm parentes de primeiro grau com essa condição devem ficar mais atentas.
Outros fatores também são suspeitos de favorecer o desenvolvimento dessa condição, como menstruação precoce, não ter gestado filhos, intervalo curto entre ciclos menstruais e/ou períodos menstruais longos, problemas com hímen perfurado e anormalidades no útero.
Quais exames ajudam a identificar esse quadro?
Essa doença é complicada de ser diagnosticada somente com o exame de toque realizado nas consultas de rotina.
Então, ao notar esses sintomas, o médico poderá solicitar testes adicionais, como o exame de sangue com pesquisa do marcador dessa disfunção, o CA-125.
Exames de imagem também são importantes aliados na identificação. Alguns deles são a ultrassonografia transvaginal com preparo intestinal e a ressonância magnética.
Complementarmente, a ultrassonografia transretal, a ecoendoscopia retal e a tomografia computadorizada podem ser utilizadas como auxiliares.
Se houver a constatação de alguma alteração, a sua confirmação será feita pela biópsia do tecido colhido por laparoscopia ou laparopotomia.
Como a endometriose é tratada?
As possibilidades de tratamento são cirúrgicas ou medicamentosas e, em alguns casos, podem acontecer em conjunto. A escolha vai variar de acordo com a gravidade da situação, a idade da mulher e a sua vontade de engravidar.
A intervenção medicamentosa é feita por meio de hormônios que ajudam a estagnar a progressão desse distúrbio. Os antiinflamatórios também podem ser receitados.
Já o procedimento cirúrgico, também é realizado via laparoscopia, assim como o diagnóstico.
Seu intuito pode ser o de remover o tecido endometrial excedente; as complicações provocadas pela endometriose, como cistos; ou mesmo a retirada dos órgãos comprometidos.
A interferência da endometriose na fertilidade feminina
Mulheres com essa característica não são, necessariamente, inférteis. Porém, por ser uma doença inflamatória, o sistema reprodutor dessa mulher pode se tornar inóspito a uma gestação.
Um fator que merece atenção é a possibilidade do surgimento do endometrioma, um cisto que pode crescer e prejudicar a maturação dos óvulos e impedir a fecundação do espermatozoide.
Mas, para aquelas que conseguem engravidar, essa patologia não costuma provocar complicações gestacionais.