A tecnologia se tornou uma grande aliada da reprodução humana, principalmente para as pessoas que têm problemas causadores de infertilidade. Essa história já não é tão jovem: o primeiro bebê fruto de um processo de Fertilização In Vitro nasceu em 1978 e, desde então, diversos outros conceitos e práticas passaram a fazer parte do universo da reprodução humana assistida.
A hiperestimulação ovariana, a criopreservação de embriões e gametas, testes genéticos pré-implantação e a injeção intracitoplasmática de espermatozóides são algumas das práticas que tornaram a reprodução humana assistida mais eficaz e viável para um número maior de pacientes, com o passar do tempo.
Até o momento, as tecnologias utilizadas na reprodução humana em nosso país são a Fertilização in Vitro (FIV), a injeção intracitoplasmática de espermatozóides (ICSI), eclosão assistida, a pesquisa genética de embriões e a criopreservação (congelamento) de óvulos, espermatozóides, embriões e tecidos ovarianos.
Algumas dessas técnicas podem ser utilizadas sozinhas ou em associação, com indicações diferentes e particulares para cada mulher ou casal tentante. Todas são regulamentadas pelo Conselho Federal de Medicina e, inclusive, nos últimos 25 anos, 83 mil bebês brasileiros nasceram por meio de tratamentos de reprodução assistida, fazendo do Brasil o líder no ranking latino-americano que mais realizaram esse tipo de procedimento.
A popularização dessas técnicas indica que a demanda por pessoas solteiras, casais hetero e homoafetivos, de diferentes idades e com questões diversas acerca da própria fertilidade é mesmo volumosa.
No período inicial da reprodução humana assistida, as técnicas eram voltadas para quadros médicos específicos e, com o tempo, essas tecnologias passaram a atender pessoas que desejam ter filhos, independentemente de achados clínicos ou patológicos. Na prática, isso significa que qualquer pessoa acima dos 18 anos que queira se tornar mãe ou pai pode procurar tratamentos de fertilidade que possibilitem a realização desse sonho, caso a gestação não possa ocorrer de maneira espontânea.
Depois de descobertas e técnicas tão expressivas nos últimos quarenta anos, sem dúvidas esse campo da medicina continuará a evoluir ao se deparar com novos dilemas médicos e necessidades dos pacientes. Atualmente, duas grandes tecnologias inovadoras parecem estar em andamento.
No The Lancet, foi descrito o caso de transplante do útero de uma doadora falecida em uma mulher sem o órgão, que foi capaz de completar a gestação de um bebê que, em 2020, completará quatro anos de idade.
Sem dúvidas caminhamos muito, mas ainda parece haver espaço para evoluir as tecnologias e possibilidades da reprodução assistida ainda neste século.